Capítulo 12

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Dulce se ergueu da cama, sentindo uma necessidade súbita de ar fresco. A intensidade do momento ainda reverberava em sua mente, e ela precisava de um momento para processar tudo o que havia acontecido. Respirando fundo, ela caminhou até a janela, deixando que a brisa suave da noite acariciasse seu rosto.

Enquanto olhava para o céu estrelado, Dulce tentava acalmar a turbulência de emoções que a envolvia. O beijo com Anahí tinha despertado algo dentro dela, algo que ela não tinha certeza se estava pronta para enfrentar. Era uma mistura complexa de desejo, confusão e um medo latente do desconhecido.

No entanto, apesar da confusão, havia também uma sensação de libertação. Aquele momento íntimo com Anahí tinha sido um ato de autenticidade, de se permitir seguir seus instintos e explorar novos horizontes emocionais. E, mesmo que não soubesse ao certo o que aquilo significava para o futuro, ela sabia que não poderia negar a profundidade do que sentia.

Com um suspiro resignado, Dulce fechou os olhos por um momento, permitindo-se apenas existir naquele momento, absorvendo cada sensação e pensamento que surgia. Sabia que teria que enfrentar as consequências de suas ações, mas, por enquanto, ela só queria se perder na tranquilidade da noite e na promessa de um novo amanhecer.


Maite e Anahí observaram Dulce se levantar e caminhar até a janela. Com uma troca de olhares silenciosa,  compartilhando uma compreensão mútua da complexidade da situação. Sem dizer uma palavra, decidiram se juntar a ela, seguindo em direção à amiga.

Elas se aproximaram de Dulce com cautela, respeitando seu espaço enquanto compartilhavam o ambiente sereno da noite. Maite colocou uma mão reconfortante em seu ombro, enquanto Anahí permaneceu ao seu lado, oferecendo um apoio silencioso.

- Você está bem? - perguntou Maite suavemente, sua voz carregada de preocupação e empatia.

Dulce virou-se para encará-las, seus olhos refletindo uma mistura de emoções. Ela hesitou por um momento, tentando encontrar as palavras certas para expressar o que estava sentindo.

- Estou... tentando processar tudo isso - admitiu Dulce, sua voz um sussurro quase inaudível. - É tudo tão... intenso.

Anahí assentiu compreensivamente, sua expressão transmitindo solidariedade e compaixão.

- Eu sei... - disse Anahí suavemente. - Talvez eu esteja sentindo o mesmo que você.

Com um suspiro suave, Maite apertou gentilmente o ombro de Dulce, transmitindo um gesto de apoio antes de desviar o olhar para o relógio. Um lampejo de preocupação cruzou seu rosto enquanto ela percebia o passar do tempo.

- Meninas, me desculpem... - disse Maite, sua voz carregada de pesar e urgência. - Eu tenho que ir!

Sua declaração foi recebida com um misto de compreensão e relutância. Anahí e Dulce trocaram olhares, compreendendo a necessidade de Maite partir, mas ao mesmo tempo lamentando a despedida.

- Está tudo bem, Mai - respondeu Anahí, tentando tranquilizá-la. - Nós entendemos.

- Até logo, Mai - disse Dulce, oferecendo um sorriso gentil apesar da melancolia que sentia.

Maite retribuiu o sorriso, e abraçou cada uma. 

- Vocês não vão agora? - Maite perguntou. 

Anahí e Dulce se olharam.

- Eu tenho que ir... mas...  - Dulce suspirou. - Eu não sei direito o que devo fazer.

Anahí segurou a mão dela e deu um beijo.

- Fica um pouco mais para conversamos. Não podemos tomar nenhuma atitude precipitada tomada pela nossa impulsividade...

- Eu sei... - Dulce coçou a cabeça. - Mas é que... sei lá... Eu tenho medo de ficar aqui e acabar te beijando novamente. - disse constrangida. 

Perronitas hasta el fin - PortissavirroniOnde histórias criam vida. Descubra agora