❚capítulo 4

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Estou no corredor do hospital, rodeada por pessoas chorando. Olho para o quarto ao lado, onde os pais de um menino estão visivelmente angustiados. Uma coberta cobre um corpo na cama do hospital, e embora esteja coberto, posso ver que é uma criança, talvez com uns sete anos. Essa cena me deixa com um aperto no peito, um pressentimento ruim, como se algo terrível estivesse prestes a acontecer.

A enfermeira, uma mulher de meia-idade com um olhar preocupado, está ao lado de uma paciente loira.

"- Senhora, não se preocupe, tudo vai ficar bem", a enfermeira tenta tranquilizá-la.

A mulher, cujo rosto está parcialmente escondido, parece angustiada, agarrada aos lençóis da cama.

"- Eu... eu estou com um pressentimento ruim", ela responde, sua voz trêmula de ansiedade.

A enfermeira tenta confortá-la:

"- Vou cuidar de você, não se preocupe. Estamos preparados para qualquer eventualidade", ela diz, tentando passar confiança.

Enquanto isso, vejo um grupo de enfermeiros e médicos conversando entre si, preparando os equipamentos antes do parto. Um enfermeiro pergunta:

"- Todos os exames estão normais? Vai correr tudo bem?"

O médico, um homem moreno com olhos determinados, responde:

"- Sim, está tudo perfeito. A paciente está saudável, o bebê está ótimo, cheio de saúde. Não há chance de dar algo errado. Temos 100% de certeza de que o parto será tranquilo."

A notícia traz um alívio momentâneo para a mulher, que parece se acalmar um pouco diante das palavras reconfortantes dos profissionais de saúde.

Minha respiração se acalma um pouco, mas a sensação de inquietação persiste enquanto observo a cena do parto se desenrolar diante de mim. Os médicos e enfermeiros estão ocupados, preparando-se para receber o bebê que está prestes a nascer.

No entanto, à medida que o momento se aproxima e o bebê começa a emergir, os batimentos cardíacos da mulher começam a diminuir. Um silêncio tenso paira sobre o ambiente, interrompido apenas pelo som dos monitores cardíacos.

Os médicos trocam olhares nervosos, incapazes de entender o que está acontecendo. O desespero começa a se infiltrar em suas expressões enquanto tentam estabilizar a situação.

O médico principal, cuja confiança antes era inabalável, agora parece incerto, seu rosto tenso com a gravidade da situação. A enfermeira, que antes estava tão confiante, agora parece perdida, seus movimentos rápidos e descoordenados.

Eu assisto atônita, incapaz de fazer qualquer coisa além de observar enquanto o caos se desenrola diante de mim. Uma sensação de impotência me envolve, deixando-me paralisada diante do horror que se desenrola diante de meus olhos.

Os médicos estavam em pânico, suas vozes se sobrepondo em um frenesi de desespero.

- Não sei o que está acontecendo! - um deles exclamou, sua voz carregada de tensão.

- Estamos perdendo-a! Precisamos estabilizá-la agora! - outro respondeu, visivelmente agitado.

O enfermeiro tentava explicar suas ações, enquanto os médicos buscavam respostas.

- Eu fiz tudo o que pude, mas os batimentos não estão respondendo! - disse o enfermeiro, com a voz trêmula.

- Você fez alguma coisa errada! Isso não pode estar acontecendo! - acusou um dos médicos.

- Eu juro, segui todos os procedimentos! - defendeu-se o enfermeiro, em tom desesperado.

A situação era caótica, e a tensão só aumentava.

O CASTIGO DE HADESOnde histórias criam vida. Descubra agora