❚10 - As Peripécias de Zé Bigodão

8 2 0
                                    

- Eu senti como se a culpa o estivesse consumindo. - Olhei para Iphicles, que se desculpava repetidamente, suas palavras atropelando-se umas às outras em seu desespero. Ele parecia um louco, como se tivesse cometido um crime horrível e agora se sentisse culpado pelo que fez, mesmo não tendo dito nada de errado.

Depois daquela intensa troca de palavras, eu me vi em frente a um templo. O templo era preto, com uma imponente caveira no centro e o nome "Hades" gravado acima da entrada. Me perguntei se realmente poderia ser filha de Hades. O que eu estava fazendo ali? Mas, agora, não havia como voltar; eu estava na Grécia.

Respirei fundo e entrei no templo. Lá dentro, tudo era luxuoso e bem conservado, como se estivessem esperando minha chegada. Andei pelos corredores, observando cada detalhe. O lugar não era dark ou assustador, como se poderia imaginar de um templo dedicado ao deus do submundo. Pelo contrário, era banhado em ouro, minimalista e elegante. As escadas eram de mármore preto com detalhes dourados, criando uma atmosfera majestosa.

Enquanto caminhava pelos corredores, fiquei impressionada com a grandiosidade do templo. As paredes estavam adornadas com quadros e decorações que transmitiam uma sensação de imponência. Em um dos corredores, deparei-me com um quadro de duas irmãs gêmeas. Uma delas tinha olhos pretos e cabelos longos e escuros, com uma expressão fria. A outra irmã tinha olhos azuis, a única diferença entre elas, e segurava um ursinho, parecendo assustada. O quadro tinha um ar perturbador, mas não parecia ter nada de especial.

- Será que mais pessoas moram aqui? - perguntei em voz alta. - Será que tenho meia-irmãs?

Continuei explorando e, ao subir as escadas, notei que havia vários quartos. O templo era gigantesco, com corredores que se estendiam para a esquerda e para a direita, e uma grande porta central, sugerindo que havia mais além daquele andar. Decidi seguir pelo corredor da direita e encontrei quartos, cada um com uma personalidade diferente, embora todos fossem minimalistas. Fiquei surpresa com o quão organizados e bem cuidados eram.

Escolhi um quarto no final do corredor, que tinha uma janela enorme com vista para todo o campus. com uma cama de casal confortável. Tudo parecia ter sido feito especialmente para mim. Sentei-me na cama, tentando absorver tudo aquilo. Era muita informação para processar, mas uma coisa era certa: minha vida estava prestes a mudar drasticamente.

Senti uma estranha mistura de medo e excitação. Apesar de tudo, havia algo naquele templo que me fazia sentir segura, como se eu finalmente tivesse encontrado um lugar onde pertencia. Eu não sabia o que o futuro reservava, mas estava determinada a descobrir.

Deitei-me na cama, surpreendentemente confortável. Parecia um colchão comum, mas era tão macio que dava vontade de ficar ali o dia todo. Enquanto olhava para o teto dourado, tentando processar tudo o que havia acontecido, minha atenção foi desviada pela janela.

Ali, de pé, estavam as duas irmãs gêmeas do quadro. Elas sorriam de uma maneira bizarra e começaram a falar, sincronizadas, em perfeita harmonia.

- Eu sou Noctis - disse a de olhos pretos.

- E eu sou Umbra - completou a de olhos azuis.

Juntas, seus nomes formavam a palavra "Noctumbra". Surpreendentemente, esses nomes combinavam perfeitamente.

- Gostou do seu guarda-roupa novo? - perguntaram, ainda sincronizadas.

Fiquei confusa e me sentei na cama, tentando entender o que elas queriam dizer.

- Como assim? - perguntei, sem saber o que esperar.

Umbra, a irmã de olhos azuis, abriu o armário com um movimento gracioso. Para minha surpresa, ele estava repleto de roupas gregas, acessórios e sapatos de salto. Tudo parecia luxuoso e perfeitamente organizado.

O CASTIGO DE HADESOnde histórias criam vida. Descubra agora