❚14 - a arte de cair com estilo

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Depois do desmaio no templo de Nyx, a médica me obrigou a descansar na ala médica por um tempo. Ela não me deixou sair de lá até que estivesse convencida de que eu estava bem. Eu só queria sair dali e esquecer o que tinha acontecido, mas não tive escolha.

No dia seguinte, fui acordada por Iphicles. Ele estava completamente vestido para a batalha, com uma armadura grega brilhante. Até mesmo o capacete coríntio estava presente, dando um toque épico ao visual.

— Vamos, Nêmesis. Hora do seu treinamento — ele disse, sem muita paciência.

Me levantei, ainda meio grogue, e o segui até o campo de treinamento. O lugar era impressionante, um enorme espaço aberto cercado por uma arena onde vários semideuses estavam praticando. Havia uma plateia ao redor, observando, como se fosse um grande ringue de luta.

— É uma luta de verdade, né? — perguntei, olhando para a quantidade de pessoas ao redor.

— Só uma luta de espadinhas, nada para se preocupar — ele respondeu com um sorriso, me entregando uma espada de madeira.

Olhei para a espada de madeira, surpresa. Não era uma luta séria, pelo menos isso.

— Ah, ótimo. Vamos brincar de espadinha — brinquei, tentando aliviar a tensão.

Ele sorriu, mas não disse nada. Se posicionou e me mandou fazer o mesmo. E então começou a batalha.

Iphicles era rápido e habilidoso, seus golpes eram precisos e fortes. Eu, por outro lado, mal conseguia acompanhar. Ele atacava de todos os lados, e eu tentava desesperadamente defender. Cada vez que eu errava, ele corrigia minha postura e me fazia tentar de novo.

— Mantenha os pés firmes! Não solte a guarda! — ele gritava.

Minha mente estava a mil, tentando processar todos os comandos enquanto bloqueava seus ataques. Sentia o suor escorrendo pelo rosto e os músculos começando a doer. A cada golpe, ele parecia mais determinado a me ensinar a duras penas.

Num golpe rápido, ele conseguiu atingir meu braço. Senti a dor imediata e, dramaticamente, me joguei no chão, segurando o braço e me enrolando no chão como se estivesse gravemente ferida.

— Isso é tudo que você consegue? — ele provocou, com um sorriso de triunfo no rosto.

Levantei a sobrancelha, irritada com a provocação. Num movimento milagroso, levantei-me rapidamente, como se tivesse sido curada instantaneamente.

— Oxi, já melhorou? — ele respondeu, igualmente sarcástico.

— Milagre, milagre — falei, sarcástica.

Aproveitei o momento de distração e ataquei com tudo. Iphicles bloqueou meu golpe com facilidade, mas dessa vez eu estava determinada a não recuar. Nossos golpes se cruzaram no ar, faíscas pareciam saltar das espadas de madeira. A plateia ao redor prendeu a respiração, observando cada movimento.

A luta continuou intensa, e eu estava exausta, mas não queria desistir. Cada vez que ele me derrubava, eu me levantava mais determinada. Senti a pressão de sua força em cada golpe, como se estivesse enfrentando um verdadeiro filho de Hércules. Cada vez que ele avançava, eu tentava contra-atacar, mas ele era rápido demais.

Num momento de distração, tropecei em uma pedra e caí de cara na lama. Antes que pudesse me levantar, senti a ponta da espada de madeira no meu pescoço.

— Você perdeu — ele disse, sério, mas com um brilho de triunfo nos olhos. — Você caiu, você se machucou muito?

Olhei para a lama ao meu redor e respondi, sarcástica:

— Não, não. Eu só deitei aqui porque estava cansada. Decidi descansar um pouco.

Ele riu e estendeu a mão para me ajudar a levantar. Aceitei sua ajuda e me levantei, limpando a lama do rosto.

Iphicles estava indo embora da arena quando parou de repente e se virou para mim.

— Ah, e tem mais uma coisa. Arrumei uma solução para irmos atrás dos seus pais. É uma chance em um milhão, mas existe.

Meus olhos brilharam de ansiedade.

— O quê? Fala logo! — exclamei, ansiosa.

Ele colocou o dedo nos lábios, indicando que eu deveria falar mais baixo.

— Todas as missões são confidenciais, especialmente a sua — ele disse em um sussurro.

Fiquei confusa.

— Como assim, eu vou participar dessa missão? — perguntei, surpresa.

— Os pais são seus ou são meus? — ele respondeu, me olhando sério.

Arqueei as sobrancelhas, mas aceitei a resposta.

— Tá bom, mas como vai ser essa missão?

— Ainda não tenho todos os detalhes — ele disse. — Mas encontre-me esta noite. Vamos conversar com o senhor e confirmar os planos. Finalmente vou apresentar vocês formalmente.

Assenti, sentindo uma mistura de nervosismo e excitação. O treinamento não era só sobre aprender a lutar, mas também sobre aprender a sobreviver em um mundo onde a confiança era um luxo raro.

Ao voltar para meu quarto, desabei na cama, exausta mas determinada. Eu iria aprender, iria melhorar. E um dia, ninguém mais iria me subestimar.

Notas da Autora

Oi, pessoal!

Espero que tenham gostado deste capítulo de "O Castigo de Hades". O que acharam do início do treinamento da Nêmesis? Eu me diverti muito escrevendo sobre a luta dela com Iphicles. Dá para sentir que ela tem muito a aprender, mas também muita determinação, né?

Estou super curiosa para saber o que vocês estão achando. Quais são as suas teorias sobre os próximos passos da nossa heroína? Será que ela vai conseguir cumprir essa missão? E o que vocês acham que está por trás desse mistério todo sobre os pais dela?

Não deixem de comentar e compartilhar suas opiniões. Adoro ler o que vocês têm a dizer e, claro, fico super empolgada com cada teoria e ideia que vocês compartilham.

Até o próximo capítulo, com muito mais aventura e, quem sabe, algumas respostas!

Com carinho,

Lyla Oli

O CASTIGO DE HADESOnde histórias criam vida. Descubra agora