❚15 - Sala dos Segredos

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10:05 PM
Grécia, Kronoméa

Eu estava no templo de Hades, tentando não surtar. Puxei o cadarço do meu All Star vermelho com um pouco mais de força do que deveria e prendi o cabelo, deixando só a frente aparecer dos dois lados. Não era exatamente uma franja, mais uma espécie de estilo casual que eu sempre usava. Vestindo um vestido de mangas longas para combater o frio e um sobretudo por cima, senti-me pronta para o que quer que estivesse prestes a acontecer.

Eles tinham decidido que o ponto de encontro seria na Sala dos Segredos. Era um lugar que Iphicles tinha me mostrado muitas vezes, sempre com aquele ar misterioso que ele adorava. A caminho de lá, tentei não deixar minha ansiedade transparecer. Entrei na sala, que era gigantesca, parecendo um auditório ou um centro de julgamento. A porta se fechou atrás de mim com um baque surdo, e eu murmurei para mim mesma:

- Bizarro.

Enquanto inspecionava o ambiente, notei algo estranho pelo canto do olho. Uma mulher apareceu ao meu lado do nada, e eu levei um susto. Ela era deslumbrante, com cabelos esverdeados que pareciam naturais e olhos vermelhos intensos. Parecia saída diretamente de um livro de fantasia. Seu cabelo longo caía em cascata até a cintura, e ela aparentava ter uns 16 anos, mas com um ar de sabedoria e poder que a fazia parecer mais velha.

Ela nem olhava para mim, apenas fixava o olhar no centro da sala, onde havia uma cadeira solitária. Com um leve movimento dos olhos, ela me encarou sem virar a cabeça, e eu pensei: "Essa mulher parece o próprio cão encarnado."

- Vamos - disse ela, a voz calma, mas com um tom que não deixava espaço para objeções. Engoli em seco, assustada, mas decidi confiar em Iphicles, que tinha me indicado esse lugar.

Ela me guiou até a cadeira no centro da sala, que parecia ser um trono de julgamento, algo saído de um tribunal antigo. Sentei-me, tentando parecer mais confiante do que me sentia, e esperei pelo que viesse a seguir.

- Sinto-me como uma criminosa sendo julgada aqui - murmurei para mim mesma.

10:28 PM

Ninguém tinha aparecido ainda, e aquela mulher misteriosa tinha sumido. Olhei em volta, sentindo a ansiedade aumentar. Então, finalmente, as pessoas começaram a chegar. Vestiam roupas que lembravam hábitos de padres, com capuzes pretos e golas brancas. O lugar era circular, como um ringue, com cadeiras ao redor formando um grande círculo. No centro, uma mesa mais alta, que parecia destinada a um juiz, e uma cadeira solitária, onde eu estava sentada, como se fosse a acusada.

Um homem entrou e sentou-se na mesa central. Eu o observei, e não pude evitar pensar:

- Meu Deus, esse cara é gato. Casa comigo, meu futuro marido.

Ele tinha cabelos longos, pretos, presos em uma chuchinha, e olhos pretos vazios, mas incrivelmente atraentes. Usava um terno todo preto, com uma expressão fria e intensa. Ele olhava fixamente para mim, e eu me senti ainda mais nervosa. Então, Iphicles entrou, vestindo sua roupa grega e um pano de flanela preto com vermelho quadriculado por cima. Ele tinha uma expressão séria.

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