— Realmente sinto muito que eu tenha que fazer você estar aqui. —o Diretor Tom Quish pareceu sincero quando olhou entre Ellie e Fury. — Justice está furioso comigo, mas tenho mais experiência em lidar com a imprensa e o público do que ele. A maioria das pessoas adoram um bom romance. Precisamos de mais pessoas do nosso lado. Querem vê-los juntos e isso vai esmagar todos os rumores desagradáveis que circulam nos tablóides.
— Será que deveriamos perguntar o que esses rumores são? — Fury arqueou as sobrancelhas.
Tom balançou a cabeça.
— Na verdade não, a menos que realmente tenha Ellie presa, vivendo dentro de uma casinha de cachorro e acorrentada com uma coleira para se vingar dos humanos com o que fizeram para vocês. É uma porcaria como essa.
Ellie virou a cabeça para sorrir até Fury.
— Isso pareceu meio bizarro.
Ele riu.
— Talvez construa uma casinha de cachorro.
— Isso é o que eu preciso — Tom encorajou-os. — Vocês estão levando tudo isso muito bem.
Fury deu de ombros.
— Fiquei com raiva, mas Ellie disse-me que só piorava a situação. Chorou quando jurei que iria matar a todos.
O sorriso do Tom desapareceu instantaneamente. Seus olhos se arregalaram em horror.
Ellie riu.
— Ele está brincando.
— Graças a Deus. — Tom sorriu de novo.
— Não chorei quando disse isso. Disse-lhe que não gostava de ver sangue.
Fury riu. Ellie piscou para ele. Tom gemeu.
— Vocês dois vão me matar lá fora, se agirem desta forma. As pessoas não vão saber o que pensar de você. Estou esperando que seja uma piada.
— Eles acham que eu sou um animal selvagem que está forçando Ellie a ser a minha escrava sexual. — Fury cerrou os dentes. — Estou errado?
— Acalme-se. — Ellie aproximou-se dele e tocou seu peito para acariciá-lo com a mão. — A raiva não é nossa amiga. Lembra-se de nossa conversa hoje de manhã? Sei como está com raiva, mas isso é o que querem ver. Você precisa manter o controle. Rir deles. Se você for acusado de algumas porcarias como esta por algum repórter, basta pensar nisso. — Aproximou-se dele. — Adoraria ser sua escrava sexual qualquer dia.
Fury sorriu largo o suficiente para que os dentes caninos aparecessem.
— Isso não vai me impedir de estar com raiva. Faz-me querer te levar para casa.
— Uma hora, Fury. Esse é o tempo que você tem que manter a calma. Você pode controlar o seu temperamento. Você precisa fazer isso. — Ellie garantiu. — Você pode gritar mais tarde e estar com raiva, se ficar feio lá fora.
Segurou seu rosto.
— Prometo tentar, Ellie. Faria qualquer coisa por você.
— Obrigado.
— Mas se te insultarem, poderia ficar com raiva. Você conhece o meu temperamento curto quando se trata de alguém te prejudicar ou disser coisas ruins sobre você.
Ellie gemeu.
— Eles vão me insultar. Tenho certeza disso. Posso lidar com isso apenas mantendo a calma.
— Que tipo de homem eu seria se ficasse sentado lá enquanto dizem coisas ruins sobre você?
— Um inteligente. — Tom agarrou. — O mundo vai estar assistindo isso, Fury. Vocês dois são notícia em todo o mundo. Você não faz idéia do quão grande será a cobertura lá fora. Se você encantar a imprensa, vão te amar. Vão totalmente apoiar você ter um relacionamento. Se isso acabar mal, então poderia ficar feio. Realmente precisamos que o dinheiro entre, Fury. Pense em todos os Novas Espécies e até mesmo em Ellie. O que aconteceria se a ajuda for retirada e os fundos deixarem de vir para manter Homeland aberto? Se fechar onde é que todos ficariam? Nossa equipe jurídica está trabalhando duro nas ações judiciais para obter dinheiro influxo, mas tenho certeza que não será muito antes das Indústrias Mercile pagarem pelo o que eles fizeram.
— Tudo bem. — Fury suspirou. — Entendo. Vou sentar lá e ficar calmo, não importa o quanto quero machucar alguém.
— Obrigado. — Tom suspirou. Atirou em Ellie um olhar sombrio e cruzou os dedos. O homem andou em torno de sua mesa e puxou sua jaqueta. — Vamos.
Fury tomou a mão de Ellie. Ela tentou lutar para diminuir seu nervosismo. Nunca teve que falar na frente de um monte de câmeras e repórteres antes. Para fins de segurança a conferência de imprensa será realizada na frente dos portões principais. Dessa forma, manteriam todos fora de Homeland, mas junto às muralhas de segurança para ajudá-los a controlar a área.
— Estou aqui. — Fury garantiu a ela. — Não vou permitir que ninguém a machuque.
Ellie deu-lhe um sorriso fraco.
— Odeio estar em volta de um monte de gente, mas vou ficar bem com você ao meu lado.
Fury manteve um aperto firme em sua mão e puxou-a com mais força contra seu corpo, enquanto caminhavam para fora dos portões. Ellie percebeu imediatamente que tinha se transformado em um circo da mídia nas piores proporções. Câmeras piscando a cegaram quando se aproximaram para a área criada para eles.
Justice e Tom andaram à frente de Ellie e Fury. Fury soltou a mão dela e colocou o braço em volta de sua cintura. Seu corpo blindando-a de um monte de câmeras. A imprensa gritou perguntas que propositadamente ignoraram, já que Tom os tinha preparado bem.
Ellie se sentou entre Fury e Trisha Norbit. Ellie estava grata por estar ao lado da mulher. Trisha apertou a mão de Ellie sob a mesa e deu um sorriso corajoso. Ellie apertou a mão de Fury. A outra mão cobria a dela, segurando-a entre as suas. Esfregou sua pele suavemente para assegurá-la. Tom se levantou e tentou acalmar a imprensa. Boa sorte, pensou Ellie. Um hospício de gritos havia estourado.
Tom foi capaz de silenciar a multidão depois de alguns minutos. Ellie ouvia enquanto Tom falava com a imprensa.
— Os rumores que circulam sobre Fury machucando Ellie Brower não são verdadeiros. — Sua voz soou claramente. — Eles são um casal que vivem juntos dentro de Homeland. O vídeo que vocês viram na televisão aconteceu depois que Ellie teve um simples acidente. Ela foi tratada pela nossa médica. Esta é Dra. Trisha Norbit. Ela vai confirmar isto para vocês.
Trisha se inclinou para o microfone, apresentando-se, e imediatamente uma rajada de perguntas foi gritada por jornalistas. Teve que esperar até que suas vozes abaixassem para falar.
— É claro que os rumores não são verdadeiros. — Trisha balançou a cabeça e olhou com raiva quando ao redor dos repórteres. — Foi um simples acidente, enquanto Ellie limpava a cozinha. — mentiu. — Ela bateu a cabeça na borda do balcão da cozinha enquanto varria o chão. Ficou com um galo na cabeça. O Sr. Fury nem sequer estava em casa na hora do incidente. Ele chegou em casa e encontrou Ellie. Tudo o que vocês viram foi ele carregando Ellie para o carro depois que eu a tratei. Foi tão simples assim.
— Srta. Brower — um dos repórteres se pôs de pé. — Isso é verdade?
Ellie forçou um sorriso e tentou diminuir seu ritmo cardíaco irregular, causada por estar no centro das atenções.
— Infelizmente. Confie em mim. — Apenas sorria e minta, disse a si mesma. Posso fazer isso. — Imaginem o quão mortificada eu fiquei. Bati com a cabeça e saiu no noticiário das onze.
— Você e Sr. Fury têm relações sexuais? — Alguém se levantou e perguntou.
Ellie hesitou.
— Você está fazendo sexo? Essa é uma pergunta muito pessoal. Não acha?
— Eu não estou. — O repórter sorriu. — Mas estaria se eu estivesse namorando alguém. Vamos lá, srta. Brower. Você e Sr. Fury fazem sexo?
Ellie apertou a mão de Fury para assegurar-lhe que estava bem quando ele ficou tenso.
— Minha vida sexual não está em discussão pública, mas vou dizer que Fury e eu estamos vivendo juntos, como vocês sabem, e estamos envolvidos em um relacionamento sério.
O homem concordou e sentou-se. Outro homem apareceu.
— Sr. Fury, você morde a Srta. Brower? Ouvimos rumores de que há mordida durante o sexo.
Segurar Fury sob ela tornou-se intensa o suficiente para que ela tivesse de esconder uma hesitação. Ellie usou seu polegar para esfregar as costas de sua mão. Fury relaxou e balançou a cabeça.
— Nunca faria mal a Ellie. — De repente, puxou o lábio superior para mostrar os dentes rapidamente. — Iria ferir se eu a mordesse.
Perguntas começaram a voar. Ellie lutou contra rir do absurdo de algumas delas. Tom gritou pedindo ordem. Ele repetiu as suas instruções de uma pergunta de cada vez ou a entrevista acabaria. O silêncio reinou novamente e uma pessoa ficou de pé.
— Como é que vocês dois se beijam com seus dentes afiados?
Fury abriu a boca. Ellie bateu-lhe com o ombro e respondeu.
— Como é que você beija alguém com um aparelho? Ou alguém com dentes salientes? Ou alguém banguelo? Você simplismente beija. Essa foi uma pergunta tola.
— Então, vocês dois se beijam?
— Claro que eu o beijo. Olhe para ele. — Ellie virou a cabeça e sorriu para Fury. Olhou para o repórter de volta. — Os dentes não são nenhum problema.
Uma repórter se levantou em seguida.
— Como você se sente em estar com um homem quando você sabe que ele não pode ter filhos com você?
— Dra. Norbit. — um repórter gritou de volta. — Você está fazendo uma pesquisa sobre eles?
— Não. — Trisha negou. — Eles são pessoas, e não ratos de laboratório.
— Como você se sente em estar com alguém que talvez não possa nunca ser capaz de te dar filhos, Ellie?
Ellie olhou para a mesmo repórter que perguntou novamente sobre crianças. Ela hesitou.
— Não há uma garantia, não importa com quem esteja, que você possa ter filhos. Há uma abundância de casais neste mundo que estão juntos e, em seguida, descobrem por alguma razão que não podem tê-los. É por isso que temos mães de aluguel, bancos de esperma, e adoção disponível para esses casais. Não acho que alguém encontra alguém e julga se gostam ou não com base em quão bom seu sistema reprodutivo trabalha e quantas crianças podem sair dessa pessoa. Isso é apenas irracional e estúpido. Esse é a menor das minhas preocupações. Nem sequer penso nisso.
O repórter sentou. E assim continuou. Ellie tentou manter a calma. Estavam fazendo perguntas estúpidas na maior parte. Queriam saber se Fury ajudava nas tarefas domésticas e se Ellie tratava-o como se fosse uma pessoa normal. Fury manteve a calma, rindo de um monte de perguntas, e nunca perdeu a paciência. Ellie o viu, muito orgulhosa de como lidou com tudo. Conseguia ser encantador quando queria ser. Ele encontrou o seu olhar e sorriu.
— Ellie? — Um homem na parte de trás de repente, gritou.
Ellie virou a cabeça, tentando encontrar a fonte.
— Sim?
— Qual é a sensação de trair sua própria raça, permitindo que um animal te foda?
Choque rasgou através de Ellie no súbito ataque verbal. Assim que descobriu o idiota que fez essa pergunta, um homem magro e alto, de terno, de repente empurrou as pessoas na frente dele, segurando uma arma em sua mão. Gritos explodiram ao redor deles e tiros foram disparados. Ellie congelou de horror antes que alguém a derrubasse no chão e algo pesado esmagasse em cima dela.
Os olhos de Ellie se abriram. Fury estava esparramado em cima dela, cobrindo seu corpo com o dele. Tiros continuavam a ressoar junto com gritos em pânico da multidão. Fury arrastou mais elevado para cobri-la melhor, retorcendo o seu corpo para se colocar entre ela e a fonte do ataque.
Seus braços cavaram debaixo dela e depois a levantou, empurrou os joelhos em seu peito para obrigá-la a formar uma bola dentro de seus braços, e cambaleou aos seus pés. Correu para os portões com Ellie apertada em seus braços, debruçado sobre ela, ainda protegendo seu corpo com o dele.
Fury empurrou com força, seu poder sobre ela diminuindo, mas então apertando novamente. Continuou em movimento e gritou palavras que não entendeu. Estava chocada demais para entendê-lo e não conseguia respirar. Ele a esmagou dentro de seus braços e joelhos e pernas estavam empurrando contra o peito, comprimindo seus pulmões. O impacto batendo de seu corpo enquanto corria não ajudava. Ellie não conseguia ver muito com ele enrolado em volta dela e do jeito que a segurava com tanta força.
Sabia quando abriram o portão, viu uma seção da parede passar por eles apenas quando Fury desabou sobre os joelhos. Gemia alto, mas de alguma forma manteve a pressão de seu interior de seus braços. Em seguida, seu aperto aliviou. Ellie se moveu em seus braços, levantou a cabeça, e viu a dor em suas belas feições.
— Fury?
Moveu-a e a colocou no chão na frente dele. Olhou para ele e viu seus olhos rolarem para trás em sua cabeça. Ele só aterrissou de lado, batendo sobre a grama ao lado dela. Ellie ignorou os gritos, e todos os outros sons acontecendo ao seu redor. Freneticamente rastreou para se aconchegam ao seu lado. Foi quando viu o sangue.
— FURY! — Gritou o seu nome. As mãos freneticamente agarraram o seu lado, onde a viscosidade vermelha se espalhava. Sua mente, apavorada em pânico entendeu que foi baleado. Apertou as palmas das mãos sobre a ferida, tentando diminuir o sangramento. Seu olhar aterrorizado bloqueou no rosto de Fury. Respirava, mas não estava consciente.
— Alguém me ajude! — Ellie gritou.
Trisha Norbit, de repente caiu de joelhos no outro lado do corpo de Fury. Trisha tirou as mãos de Ellie e rasgou a camisa de Fury para dar uma olhada na ferida. Ellie ignorou suas mãos, cobertas de sangue. Avançou até seu rosto enquanto a médica e algumas outras pessoas começaram a trabalhar nele.
Ellie estremeceu.
— Fury? — Tocou seu rosto, não se importando que as pontas dos dedos esfregassem sua pele ensanguenta. Lágrimas escorriam pelo seu rosto.
— Fury? Por favor, acorda. — Sua voz quebrou com um soluço.
— Tragam-me um kit de medicina! — Trisha exigiu em voz alta. — Agora!
Ele não se movia. Ellie freneticamente olhou para a médica.
— Trisha? Ele vai ficar bem?
Trisha encontrou os olhos de Ellie e depois virou a cabeça.
— Precisamos levá-lo ao hospital imediatamente. Chame o centro de trauma e diga-lhes que precisamos de uma sala de cirurgia preparada e... — Xingou. — Justice? Preciso de um pouco de seu povo canino venham conosco. Ele vai precisar de sangue e espero que um deles combine com o dele o mais próximo o suficiente.
Justice estava atrás de Ellie agarrando seu celular.
— Vou pegar todos eles.
— Trisha? — Ellie continuou a tremer.
Trisha encontrou seu olhar, então, sua expressão estava sombria.
— Ele foi baleado duas vezes, Ellie. Está muito feio. Prometo que vou fazer tudo que posso para salvá-lo.
Ellie totalmente desmoronou naquele instante. Sabia que ele não ia conseguir. Viu todo o sangue cobrindo suas mãos, suas vestes, e as mãos de Trisha. Acariciou seu rosto e sussurrou seu nome. Alguém a agarrou por trás e a puxou para longe do homem que amava. Lutou contra quem a segurava, gritando o nome de Fury, mas não se moveu. O homem que segurava apertado a girou afastado-a.
— Precisam trabalhar nele, Ellie. Vou levá-la para onde estão levand-o. Você precisa se acalmar. — o homem falou em seu ouvido. — Isso não está o ajudando.
Ellie soluçou. Parou de gritar e lutou, admitindo a futilidade disso. Slade segurou-a e era tão grande quanto Fury. Seus pés sequer tocavam o chão. Continuou a segurando, dizendo coisas suaves em seu ouvido, enquanto Ellie viu a médica e a equipe médica de emergência trabalharem em Fury, tentando estabilizá-lo. Alguém trouxe uma maca e rapidamente o carregaram até ele. Olhou para cima quando ouviu um helicóptero de notícias circulando.
Slade voltou com ela, ainda a segurava no caso dela tentar correr atrás de Fury, e rapidamente caminhou em direção ao estacionamento. Gentilmente deixou-a no banco de trás de um dos SUV quando chegou lá e pegou seu rádio.
— Caninos, me encontrem no estacionamento. Estamos prontos para ir. Tenho Ellie segura.
Slade sentou atrás do volante, virou em seu assento e estudou Ellie. Ela chorava, enrolada em uma bola em um dos bancos traseiros, mas ouviu o suficiente para entender o que aconteceu pelo rádio do carro. Slade também estava, obviamente, chocado pelo o que tinha acontecido. Era óbvio pela sua expressão triste e dolorosa no olhar quando olharam um para o outro.
— Estava patrulhando a parede quando aconteceu. Havia três atiradores ao todo. Peguei um deles, mas não poderia pegar os outros dois sem correr o risco de atirar em inocentes. Desculpe-me, não fui capaz de pegar todos antes que atirassem nele. — Sua voz rouca fez uma pausa. — Fury vai ficar bem. — Slade prometeu com voz firme. — Somos mais fortes do que os humanos e curamos mais rapidamente. Podemos ser mais punidos.
Ellie limpou as lágrimas.
— Não posso perdê-lo.
Slade assentiu.
— Você não vai.
Homens abriram as portas e subiram no interior do SUV. Ellie notou que estavam armados até os dentes com armas do tornozelo ao peito em seus corpos grandes. Também eram caninos, a julgar pela forma de seus olhos solenes. Slade ligou o motor e se afastou do estacionamento. Acelerou a velocidade e se dirigiu para o portão. Aumentou o volume do rádio para ouvir mais claro sobresaindo o som do motor.
—Limpe o caminho. Estamos quase lá.
Ele nem sequer diminuiu quando chegaram até o portão aberto. A multidão normalmente presente havia sido evacuada da zona. O tiroteio e derramamento de sangue havia dispersado os manifestantes e os jornalistas.
* * * * *
Ellie andava e continuava olhando para os homens em torno dela. Havia pelo menos sete oficiais NE guardando a sala privada de espera. O hospital ofereceu uma delas, logo que perceberam que os oficiais NE estavam armados e determinados a guardar Ellie. Mais oficiais estavam fora da sala de cirurgia onde Fury lutava por sua vida.
— Ele ainda está vivo. — garantiu Justice a Ellie.
Ela balançou a cabeça, sabendo que Justice falava em seu telefone celular com um dos oficiais NE que guardava a sala de cirurgia. O oficial podia ver dentro da sala para dar informações detalhadas. Ellie estava agradecida pelo sistema de revezamento que Justice tinha pensado, para manter a informação sobre como Fury estava. Ellie não sabia como as pessoas poderiam ficar apenas esperando, sem qualquer tipo de palavra, quando um ente querido passava por uma cirurgia.
Slade entrou na sala, movendo-se diretamente para Ellie, e ofereceu-lhe um grande, branco, copo de isopor. O canudo preso fora dele. Ellie forçou um sorriso.
— Café não vem com um canudo, mas obrigada.
— É café gelado. — Slade sorriu. — Você está tremendo. Não queria entregar-lhe algo quente que poderia derramar. Fury ia me dar uma surra se eu permitisse que você se queimasse.
Lágrimas encheram os olhos de Ellie e ela sorriu de verdade para ele.
— Obrigada.
Ele balançou a cabeça antes de se virar para abordar Justice no seguinte. Justice mantinha o celular contra sua orelha, mas moveu-o longe de sua boca.
— Relatório.
Slade suspirou.
— Todos os três atiradores foram imobilizados. Um sobreviveu, infelizmente. A polícia me informou que o homem é um idiota que não consegue parar de falar. Está afirmando ser um membro do grupo de terroristas Pure Humans.
Justice bufou.
— Não devemos chamá-los de terroristas, mas vá em frente.
— Ouviram sobre a entrevista de imprensa e infiltraram-se usando as credenciais de fotógrafo. Não demos cobertura de segurança. — Slade rosnou as palavras. — Parece que, se tinham um passe de imprensa, não foram revistados.
— A partir de agora lidamos com toda a segurança, onde qualquer um do nosso povo estiver.
Slade assentiu.
— Alguma notícia sobre Fury?
— Ele está lutando e tem sobrevivido por bastante tempo. Temos dois doadores de sangue. Research e Darkness estão dentro da sala de doação de sangue, conforme necessário.
Ellie tomou um gole do café gelado, enquanto os ouvia. Teve que admitir que todos foram realmente ótimos com ela. Estavam protegendo ela e Fury. Os Novas Espécies a fizeram ter certeza de que seus homens chegaram ao hospital para doarem de sangue para Fury. Apenas sangue regular humano poderia ter funcionado, mas combinando sua química alterada funcionava melhor. Justice a havia explicado.
Ellie lembrou quando chegaram ao hospital. Justice a tinha levado em um dos banheiros, conversou calmamente com ela, e prometeu que fariam de tudo por Fury. Levou-a a uma pia enquanto falava. Ainda estava em estado de choque quando lavou suas mãos ensaguentada como se fosse uma criança e, em seguida, entregou-lhe uma roupa que alguém trouçe para ela com as etiquetas ainda presas. A deixou dentro do banheiro para trocar suas roupas ensanguentadas. Não deixou o seu lado depois que saiu do banheiro. Sua atenção voltou para ele.
Ele passou o telefone de volta à boca.
— Sim. Ainda estou aqui. O que está acontecendo?
O coração de Ellie agitou quando viu Justice fechar os olhos. O medo apoderou-se dela quando Justice fechou o telefone. Ellie continuou a olhar para ele até que seus olhos se abriram. Seu olhar foi em direção ao dela.
— Ele está vivo, Ellie. Removeram todas as balas e o fecharam. Pararam o sangramento e seus sinais vitais são bons. Trisha tem certeza, salvo circunstâncias imprevistas, que ele vai sobreviver.
Lágrimas caíram pelo seu rosto quando percebeu que Fury viveria. Assentiu, mas estava com medo de realmente acreditar até que o visse. As horas se passaram antes de removerem Fury da recuperação para uma sala privada na UTI. Permitiram aos NE para guardá-lo e o ver pela sala de observação ao lado.
Ellie esfregou o pescoço dela, cansada, mas não queria ir dormir. Assistiu a Fury através de uma parede de vidro, pela mesma sala que os oficiais. Só permitiram a ela se sentar com ele na cama por alguns minutos de cada vez. Um médico que não era Trisha, averiguava os monitoradores de Fury.
Isso trouxe de volta memórias de outros tempos que observava Fury através do vidro quando ainda estava trancado dentro da instalação de teste. Isso a fez querer chorar mais uma vez. Isso partiu seu coração ao ver como um homem forte, vital estava indefeso.
Justice sentou-se num canto. Alguém trouxe um laptop e ele estava com seu fone de ouvido do seu telefone celular preso ao seu ouvido. Falava baixinho para alguém de vez em quando. Ellie olhou para ele. O homem nunca parecia parar de trabalhar. O foco de Ellie voltou para o vidro. Fury dormia. O médico verificou os sinais vitais de Fury e depois saia por outra porta.
— Ellie? — Justice falou baixinho.
Ellie virou.
— Sim?
Justice deu um pequeno sorriso.
— Ele vai ficar bem. Disse-lhe que Trisha ordenou que ficasse sedado. Novas Espécies não aguentam ficar deitados em uma cama, porque gostamos de estar móveis. É melhor mantê-lo desacordado, enquanto melhora ou vai tentar se levantar, não importa o quão doa nele. Somos irritantemente teimosos, infelizmente.
— Eu sei. Só não acho que vou me sentir melhor até ouvir a sua voz e olhar em seus olhos.
— Entendo. Sei que Fury solicitou informações sobre casamento. Você estava ciente disso? Ele me disse que planejava pedir-lhe.
— Sim. — Sentou-se. — Nós conversamos sobre isso ontem à noite, na verdade.
— Ele ama você. Você sabia disso?
— O amo também. Ele é tudo para mim.
— Você não tem que me dizer isso. Vejo isso toda vez que você olha para ele. — Fez uma pausa. — Nunca tivemos qualquer coisa que pertencesse a nós enquanto cresciamos. Ele te disse isso? Nunca ousamos muito. A equipe e os médicos sempre se afastavam de nós ou usavam qualquer fraqueza percebida contra nós como um castigo. Casamento significa segurança para ele, para que possa ficar com você até que morra. Isso significa que você pertence a ele e que nunca vai ser tirada dele. Queria que isso fosse esclarecido. Se você se casar com ele, espero que isso signifique para sempre. Não concordo a menos que tenha certeza.
— Tenho certeza.
Seus olhos se estreitaram.
— Ele não vai deixar você se divorciar dele. Isso é o que estou dizendo. Seria matá-lo. O casamento é permanente para ele. É um juramento que nunca terá medo de perder você. Vai morrer ou matar para protegê-la e te amará com tudo o que tem para dar. Ouvi falar de seus casamentos humanos. Nós não somos semelhantes aos humanos em todo este assunto. Ele seria leal e Fury mataria outro homem se tentasse tocar você. Somos possessivos como uma porra. Tem a ver com o DNA colocado em nós em nossas células. Não só fisicamente nos mudou, mas carregamos algumas das características. Somos protetores e agressivos. Somos possessivos com o que é nosso. Não sei se Fury explicou para você, mas eu queria. Nós chamamos isso de acasalamento e é para a vida toda. Ele já acasalou com você, mas parte dele estava insegura porque tinha que aceitar que você podia deixá-lo. Ele já está comprometido com você.
— Graças a você, mas pode parar se está tentando me assustar. Eu o amo. Não planejo nenhum divórcio e com certeza não irei traí-lo. — Ellie não se ofendeu. Sabia que Justice só queria ter certeza que entendia o que estava enfrentando como a esposa de Fury. — Estou ansiosa para passar minha vida com ele. Cada segundo dela.
— Ele vai assustá-la às vezes. Nós rosnamos, grunhimos e dominamos. Tentamos coibir, mas é pior pois não encontramos a nossa liberdade. Lutamos com o animal e a humanidade dentro de nós, Ellie. Sei como as mulheres são independentes. Nossas próprias fêmeas são assim até certo ponto, mas também compreendem os nossos machos. São capazes de contornar-nos melhor. Só queria que estivesse ciente disso. Ele não vai dizer algo para insultar você ou o seu orgulho. É apenas a nossa natureza de sermos agressivos e tomar o controle das situações.
— Como quando recusou um emprego para mim sem me perguntar? —Ellie sorriu pela memória.
— Ele fez isso? Você conseguiu o emprego de qualquer maneira.
— Ele finalmente me perguntou se eu queria. Irritou-me no começo.
Um sorriso sacudiu na boca de Justice.
— Tenho certeza que sim. Queria cuidar de você.
— Eu sei.
— Então você já está ciente das diferenças.
— Sim.
Justice hesitou.
— Posso lhe fazer uma pergunta muito pessoal?
— Claro. Vá em frente.
— Por que ele te amarrou?
Amarrou-me? Sua mente apagou por um segundo e depois entendeu o que queria dizer. Oh. Ellie corou.
— Você quer dizer com o pano de prato e a fita?
— Sim.
— Ele ficou um pouco exaltado e queria se acalmar. Amarrou minhas mãos para que eu não pudesse tocá-lo.
— Ele estava com raiva?
Ellie balançou a cabeça, corando mais.
— Ele ficou muito animado sexualmente. Queria que fosse bom para nós dois e queria me tocar até que me excitar como ele estava. Gosto de tocá-lo então prendeu as minhas mãos.
Os olhos de Justice brilharam com diversão.
— Entendo agora. Você não se importa de ser presa? Nosso povo odeia ser contido. Temos medo disso.
— Ninguém nunca me machucou da forma como machucou seu povo. Não tenho pesadelos sobre ser testada e cutucada. Tenho certeza que algumas pessoas achariam assustador ser amarradas, mas eu não. Confio em Fury e sei que não faria mal a mim, nem tenho problema em ser dominada. Ele apela para mim quando faz isso. É que uma boa maneira de explicar?
— Perfeito. Obrigado, Ellie. Sinto muito pela minha reação e o dano resultante que lhe causei. Pensei que ele tinha perdido a cabeça e estava ferindo-a. Desde o dia que lhe agarrou na sala de conferências que não tem sido racional quando se trata de você. Acreditava que realmente queria fazer-lhe mal.
— Ele realmente queria me matar naquele dia. — Ellie riu. — Estou feliz que ele mudou de ideia.
— Tenho algumas boas notícias.
— Quais? — Ellie recostou-se contra a cadeira, relaxando. — Poderia realmente usar alguma.
— Alguma coisa de bom saiu de tudo isso. — Justice apontou para Fury. — Conclui uma reunião com nosso diretor de relações públicas. Informou-me que a imprensa nos apoiou cem por cento. Telefonemas e e-mails chegaram nos apoiando. Seu povo está horrorizado com o que aconteceu. As câmeras ainda estavam rolando e um monte de estações de notícias estavam com transmissão ao vivo. Você sabia que?
Horror passou através de Ellie.
— Estavam transmitindo ao vivo no noticiário quando Fury levou um tiro?
— Está tudo bem — Disse Justice, para tranquilizá-la. — É realmente uma coisa boa, parece. Boa opinião sobre os Novas Espécies saltou fenomenal. O quanto você se lembra? Sei que não é treinada para lembrar detalhes ou reagir calmamente sob condições extremas do jeito que somos.
— Não muito. O mundo desabou e, em seguida Fury levou-me em segurança para dentro dos portões, onde não poderíamos levar mais tiros. Então ele caiu no chão.
— Quando os homens abriram fogo... — Justice informou-lhe calmamente: — Fury reagiu. Ele pulou em cima da mesa para proteger das balas todo mundo sentado lá. Atirou-se sobre o seu corpo para ter certeza de que as balas bateriam nele em vez de você. Foi baleado uma vez e deve ter percebido que a mesa não era grossa o suficiente para detê-los. Nesse ponto levantou-se e correu para levá-la em segurança. Foi baleado outra vez durante essa execução. — Justice fez uma pausa. — Você foi o alvo. Queriam matar você. Ele te leveu para um lugar seguro antes que alguém conseguisse isso.
Lágrimas cegaram Ellie e teve que enxugá-las. Fury a salvou. Sabia que ele tinha, mas ouvir exatamente o que fez para protegê-la partiu seu coração. Levou dois tiros por ela.
— Queriam me prejudicar. Atiraram em Fury.
— Eu sei. A boa notícia é, o nosso diretor de relações públicas acredita que no consenso geral é que todo pai está desejando agora que sua filha cresça até se casar com um Nova Espécie desde que Fury arriscou sua vida para salvar a sua. As mulheres pensam que somos heróis naturais. — Encolheu os ombros e deu-lhe um olhar confuso. — Me deram a certeza de que é uma coisa boa os pais se sentirem assim.
Ellie não se conteve. Ela riu.
— É uma coisa boa as mulheres tendem a serem muito atraídas por esses tipos de homens.
— Sei. Muito obrigado. — Piscou para ela. — Deveria saber essas coisas, mas a verdade é que ainda estou aprendendo sobre os humanos.
— Estou feliz, a resposta foi favorável em relação os Novas Espécies.
Ele balançou a cabeça.
— O principal é que isto acabou por ser uma coisa positiva para nós. Fury arriscou sua vida para salvar você e, pelo que o parece reagiu muito bem com o público em geral. Ainda ouvimos que muito do seu povo está pressionando o governo e as autoridades locais para fazerem algo contra os grupos extremistas que têm a nós como alvo. Estão colocando pressão sobre qualquer pessoa que apoia os manifestantes a pararem. Isso realmente poderia ser a melhor coisa que aconteceu, tão horrível como isso soa. Isso deu ao mundo uma visão real de nossa situação e fez de nós um pouco mais humanos a elas.
O olhar de Ellie voltou ao vidro para ver ao rosto adormecido de Fury.
— Estou feliz que uma coisa boa saiu disso.
— Também. Ele vai ficar bem, Ellie.
Ela balançou a cabeça.
— Eu sei.
* * * * *
Dor rasgou através de Fury quando acordou, mas pensou em Ellie em primeiro. Eforçou-se para sentar-se, para encontrá-la. Mãos fortes seguraram-no para baixo.
— Fury? — A voz suave de Ellie o chamou.
Seus olhos se abriram e lá estava ela, pálida, cansada, e pairando apenas alguns centímetros acima de sua face. Respirou o cheiro dela para garantir que não era uma miragem. O cheiro de remédio, produtos de limpeza e estranhos quase dominaram o cheiro dela.
— Não se mova, Fury. — Ordenou a ele. — Você foi baleado. — Lágrimas brotaram em seus grandes belos olhos azuis. — Você me salvou e você vai ficar bem. Você precisa ficar bem parado para ajudar a se curar.
Estudou o rosto dela com cuidado.
— Está ilesa? — Medo sacudiu por ele com o pensamento do que poderia ter acontecido a sua Ellie. — Só queria tirá-la da linha de fogo. Não podia permitir que nada acontecesse com você.
— Você me levou para a segurança.
Relaxou e as mãos fortes que o seguravam o soltaram.
— Onde está Justice?
— Estou aqui.
Fury virou a cabeça para olhar para seu melhor amigo.
— Protega minha Ellie enquanto eu não puder. Quero uma equipe completa guardando-a. Apenas Novas Espécies. Só confio no nosso povo para ninguém machucá-la. Ela é de grande prioridade, Justice.
—Você sabe que está sendo feito sem que você precise pedir. Cure-se e não pense em nada mais do que ficar cada vez melhor. Oficiais Nova Espécie vai protegê-la em turnos e ninguém vai chegar perto dela. Dou minha palavra.
O olhar de Fury se voltou para Ellie e moveu seu braço, chegando a acariciar seu rosto. Seu polegar roçou as lágrimas que caíram pelo rosto.
— Eu te amo.
— Eu também te amo, Fury. Estava com tanto medo que você fosse morrer em mim.
— Você não vai se livrar de mim tão facilmente. Você está presa comigo para sempre.
Adorava ver o seu sorriso em meio às lágrimas. Estava segura, foi baleado em vez dela, e isso é tudo o que importava para ele.
— Bem. Deram-lhe alguns medicamentos pesados para ajudar a dormir, mas estou bem aqui, tudo bem?
— Eu te amo. Eu te disse isso? — Sua voz estava arrastada e lutou para manter os olhos abertos.
— Também te amo e você me disse. Só fique melhor. Estou bem aqui.
Ele relaxou, deixou a dor possui-lo, e escuridão veio rapidamente.
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Fury - novas espécies 1 - Laurann Dohner
RomantizmSipnose: Ellie fica horrorizada ao descobrir que a companhia farmacêutica em que trabalha está fazendo experimentos ilegais. Cientistas da empresa associam o DNA humano com o do animal, criando novas espécies exóticas. Uma tal "experiência" captura...