Já estamos em novembro e se passaram 5 meses desde que comecei a estudar com a Julia para o vestibular. Estudávamos todos os dias na minha casa quando eu chegava do trabalho.
Sim, consegui um trabalho de meio período em uma escola no Leblon. Amo trabalhar lá, inclusive, ganho muito bem e consigo fazer bastante coisa com esse dinheiro.
Eu também comecei a treinar junto com a Julia, além de estudar. Então, quando chego do trabalho a gente se encontra na academia e quando saímos de lá a gente vai direto para a minha casa para começarmos a estudar.
Nesse meio tempo eu conheci um cara, ele é bem legal, eu confesso. E faz 3 meses que começamos a ficar, nada muito sério, mas nos fins de semana ele vem para a minha casa. Eu só comecei a ficar com ele, pois o Rodrigo ficou todo frio comigo e de um dia para o outro apareceu namorando.
Ele deu uns chega pra lá na Alana e começou a se envolver com uma outra mulher, uma tal de Suellen, ela é bem linda e é da idade dele. Eles estão namorando e tudo, mas ela não mora aqui no morro. Segundo meus informantes, Marcola, Negueba e Chaveirin, ela era de uma vitrine lá de Ipanema.
Eu super achei que nós dois iríamos dar em alguma coisa, mas na verdade não deu em nada. Tirei minhas conclusões de que ele só queria me comer e quando percebeu que não ia conseguir, partiu pra outra.
Estou até evitando ir na casa dele por causa dessa nova namorada dele. E sabe o pior? Alana descobriu que ele parou de comer ela por causa da Suellen e toda vez que a namorada dele passa pela Alana, ela não faz graça; engraçado que comigo, que nunca tive nada com ele, ela me chamava de puta.
A Julia NÃO SUPORTA a nova cunhada, fala que ela quer mandar em tudo na casa e o Rodrigo não faz nada. O que era de se esperar, até porque seu fanatismo por buceta nunca passou.
Comecei a frequentar bailes junto com os meninos e a Julia e inclusive agora, nos duas estamos nos arrumando para chegar lá.
Julia– Amiga, seu celular está tocando. — Veio na minha direção e me entregou, olhei para a tela e vi que era o Felipe.
Samantha– Aah, é o Felipe, depois falo com ele. — Peguei o celular e joguei na cama.
Julia– Ele vai ir hoje? — Neguei enquanto olhava para ela através do espelho que levantou as mãos para o céu.— Que bom, pelo menos a gente vai ficar mais a vontade. Já te disse que não gosto dele?
Samantha– Sim Julia, você já disse isso. — Dei risada. Por mais que eu tenha dado risada, fiquei um pouco constrangida.
Não sei o motivo do porque ela não gosta dele, ele é tão gente boa com ela. Mas tudo bem, não podemos obrigar ninguém a gostar dos outros.
Julia– Não disse isso para te deixar constrangida, só que realmente ele não me parece uma boa pessoa. Mas, se você gosta dele, tudo bem! — Ela deu um sorriso e me abraçou pelas costas. — Te amo o suficiente para aturar seus namorados chatos.
Samantha– Ele é uma pessoa legal, você só precisa dar uma oportunidade para ele. — Ela balançou a cabeça e voltou a se arrumar. — Eu já estou pronta!
Como o clima estava fresquinho, optei por colocar uma blusa de manga e um short branco.
A Julia estava com um vestido verde um tanto transparente, mas estava linda.
Samantha– Você tem certeza que não tem problema deixar a Eliza com a babá do Biel? — Olhei para a Julia — E outra, esse short está muito curto, amiga.
Julia– Relaxa! Você está linda, uma gostosa. — Deu um tapa na minha bunda e eu dei risada. — Vamos, vai! Quero me divertir hoje.
Dito e feito, chegamos no baile e fomos direto para o bar, bebemos vários shots e ficamos dançando na pista.
Eu já não estava respondendo os meus comandos e ainda era 2 da manhã.
Pelo menos 1 vez eu me permiti me divertir, esqueci os problemas e aproveitei. Bebi tudo o que podia, beijei todas as bocas que eu podia, dancei até o chão e só faltou eu dar pirueta no ar.
Eu entendi que eu não posso perder a minha vida por causa de alguém, eu posso sim aproveitar e ao mesmo tempo cuidar da minha irmã, trabalhar e fazer outras coisas.
A gente só vive uma vez e não podemos perder a oportunidade de ser feliz, até porque não sabemos o dia de amanhã.
Devemos aproveitar um dia de cada vez, com calma, é claro. Ser feliz é um preço que poucos estão dispostos a pagar.
Passei metade da minha juventude me cobrando por algo que não estava ao meu alcance, me cobrava pelas dívidas e pressões, comecei a trabalhar muito cedo e deixei de lado meus sonhos.
Agora, estou correndo atrás de tudo aquilo que eu deixei para trás e nunca é tarde para recuperar o tempo perdido.
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