capítulo 56

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Julia 🌹

Fui até as crianças que estavam no pula-pula.

Julia– Será que tem espaço pra mim aí dentro? — Perguntei enquanto tirava a sandália.

O Biel e a Eliza gritaram um sim harmônico, o que me fez dar risada.

Chaveirin– A mais infantil chegou. — Olhei pra ele e dei língua.

As crianças pegaram na minha mão e começamos a pular juntos. Ficamos brincando quando um barulho de carro surgiu.

Eu olhei de relance para ver e era o mesmo carro que estava passando toda hora, eu olhei para as crianças e na hora senti um aperto muito grande.

Quando eu olhei novamente para o carro, o vidro foi abaixado e o bico de uma arma apareceu e ela começou a disparar na direção do Rodrigo.

Mas em um movimento rápido ela virou na direção do pula-pula e em câmera lenta, diante dos meus olhos eu pude ver a bala vir na minha direção. Quando me toquei que o Biel estava na minha frente, já era tarde demais.

Julia– GABRIEL. — Tentei tirar ele da frente, mas não fui rápida o suficiente.

Pude ouvir mais dois disparos e então me pus na frente das crianças e de imediato senti meu ombro arder e minha perna também.

Perdi os sentidos dos meus movimentos e só consegui ouvir mais disparos, nos 15 segundos que eu tive de lucidez. Eu guei meus olhos ao meu sobrinho e ele estava deitado desacordado.

Com 5 segundos de lucidez, ouvi os choros da Eliza e os gritos da Samantha.

Com 3 segundos senti alguém me puxar e logo em seguida eu apaguei.

Major 🧸

Major- PEGA O CARRO PORRA, A CHAVE DO CARRO CARALHO.

Eu fiquei dividido em quem eu pegaria, meu filho ou minha irmã. Mas não deu outra, Chaveirin me ajudou pegando a Julia e eu corri até o meu filho e peguei ele no colo.

Marcola parou com o carro na minha frente e eu entrei no banco da frente, enquanto o Chaveirin entrou no banho de trás.

Major– Vai logo caralho, acelera essa porra. — Bati a porta com força e ele acelerou o carro.

Olhei pro meu menor no meu colo todo ensanguentada, ele tava respirando com a maior dificuldade, dava pra ouvir ele se engasgando.

Major– ACELERA ESSA PORRA MARCOS, ANDA CARALHO.

Marcola– Tem gente na rua RD, calma porra.

Major– PASSA POR CIMA CARALHO.

Olhei pra trás e vi que a Júlia estava desacordada também. Aquilo mexeu com a minha cabeça.

Se eu pegar o filho da puta que fez isso, vou botar pra sofrer, sem dó nem piedade. Vai comer o pão que o diabo amassou.

Samantha 🌸

Meus sentidos estavam completamente perdidos, eu não estava conseguindo raciocinar o que tinha acontecido.

Em questão de segundos, não tinha uma alma viva na rua, todo mundo deu um jeito de entrar em algum lugar para se esconder.

Rodrigo saiu daqui desesperado, junto com os meninos. Olhei para o pula-pula e ele estava todo quebrado, tinha alguns suporte de rede jogados no chão e outros ainda estava intactos.

A lona de pular estava toda ensanguentada, não tinha um lugar que não estivesse. No chão... O chão de tornara uma poça de sangue.

Negueba– Entra, Samantha, porra. — Me empurrou para dentro com a Eliza no colo.

Samantha– Para que hospital eles foram? — Olhei pra ele.

Negueba– Não sei, mano. — Passou a mão na cabeça.

Minha respiração começou a ficar ofegante e meu coração acelerado. Ouvir os choros insensíveis da Liza estava me deixando mais nervosa ainda.

Minha irmã viu tudo, minha irmã presenciou, minha irmã está respingada de sangue.

Negueba– Bora entrar, vou ficar aqui contigo.

Samantha– Cadê a Suellen? — Peguei a Eliza no colo e entrei para a casa.

Negueba– Com essa daí eu trato depois.

Não entendi muito o que ele quis dizer, mas eu não estava com cabeça para perguntar.

Coloquei a Eliza em pé no sofá e tirei sua roupa deixando ela só de calcinha.

Samantha– Joga fora, por favor.— Sussurrei e peguei minha pequena no colo. — Vou dar banho nela, não vai embora por favor.

Negueba– Não vou, relaxa. — Ele abaixou e pegou a roupa que estava no chão.

Subi as escadas e fui para o quarto da Julia. As coisas da Liza estavam lá, até seus remédios calmantes.

Samantha– Se acalma Eliza, por favor. — Sussurrei.

Entrei no banheiro com ela e dei um banho rápido nela, logo quando sai enrolei ela na toalha e a levei para o quarto.

Vesti ela com seu pijama que estava dentro da bolsa e peguei seus remédios e a fiz tomar.

Me deitei na cama com ela e fiquei ninando ela. Não demorou muito para ela dormir, fiz uma carinho em seu rostinho.

Samantha– Desculpa por você ter visto isso. Me perdoa.

Dei um beijo em sua testa e me levantei saindo do quarto, deixei a porta aberta e fui até a sala.

Samantha– Alguma notícia? – Passei a mão no meu short apreensiva e ele balançou a cabeça.

   ...

Maratona 7/10

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