capítulo 79

4K 310 158
                                    

Major 🧸

Marcola– Bora, porra! — Balancei a cabeça.

Já tava na risca, geral tava pronto, tanto os que ia ficar quanto os que iam ir comigo.

Negueba e Chaveirin Vão ficar na contenção do morro, confio a minha vida a esses dois e não tem erro.

Tava um clima pesadão entre nois, mas geral tava fingindo que não tinha nada acontecendo. Nois é bandido, mas nois também sente medo e pra caralho.

Menozada acha que é fácil viver traficando, mas na verdade é um bagulho totalmente fora do comum. Ninguém que tá aqui dentro quis essa vida.

Geral que tá indo pra essa missão um dia teve sonho e eu sou um desses. Mas a vida impõe dificuldades e é escolha tua encarar ou desistir.

Se tu parar pra perguntar a qualquer um aqui de foi isso que sonhamos pra nois, tu vai ouvir um não bem seco. E não é por ignorância, é por negligência. 

Por isso que toda vez que chega um menor na boca pedindo pra vender droga ou perguntar se precisa se alistar pra ser bandido, nois sempre dá assistência. Porque eu fui um deles.

Nois ajuda pra caralho as crianças, nois tenta pra caralho ajudar nas escolas e se tiver que fazer qualquer coisa na comunidade pra tirar o crime de foco, nois faz.

Por isso eu sempre falo pra menozada "estuda, estuda pra caralho, porque entrar nessa vida tu só sai de dois jeitos: morto ou preso." São palavras duras, mas reais.

...

Assim que chegamos na frente da favela, o tiro nos blindados já começou a rolar solto.

Os mano que tava na moto subiram andando pelas rotas de fuga.

Nois fez uma barricada maneira com os carros e descemos na agilidade. Me abaixei e na mesma hora só vi a bala passar por cima da minha cabeça.

Major– Filho da puta. — Murmurei e destravei meu fuzil. — Vai seu filho da puta, vou estourar seu crânio, arrombado.

Fiquei atrás do pneu e apoiei o bico do fuzil no carro e larguei chumbo nos cara.

XXX– Tenta sorte pai, vocês tão fodido. — Deu risada e só deu pra ouvir a sequência de disparo. — Fica com medo não, piranha.

Borel– Bota a cara então, pinto de minhoca. — Porra, os cara não consegue ser sério nem em momentos de conflito, vai se foder. Balancei a cabeça rindo.

Me afastei dos mano e meu fuzil começou a chorar bala. Era tiro pra todo canto, não passava um.

Nois chegou aqui era 2h da madrugada e já tava parecendo que nois tava na trocação a horas. Olhei o relógio no pulso e ainda era 2h30.

O radinho começou a bipar e aquela porra tava me irritando. Era colete me apertando, radinho fazendo barulho no meu ouvido. Já tava ficando puto pra caralho.

Radinho on

Chaveirin– RESPONDE ESSA PORRA, MAJOR. BUCETA.

Major– O que foi, porra? Tô na trocação, caralho.

Chaveirin– Os cara tão aqui, porra. Chegaram pelo beco 15.

Na Minha MiraOnde histórias criam vida. Descubra agora