SATURO

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Haru~

Acordei com Sora ainda dormindo sentada, era triste vê-la tão cansada e desconfortável, tentei não a acordar e fui até a cozinha preparar seu café da manhã, Sora comia bem e também preparei um suco de frutas pra ela, mas seus gritos me tirou a atenção e fui correndo ao quarto.

- Sora? Que grito foi esse? Me assustou.

- a cama... Está molhada, a bolsa Haru, acho que estourou.

Fiquei um tempo raciocinando, o bebê chegaria agora? Será que sentia dor? Será que a culpa foi minha por ter tido relação com ela ontem?

- Sora... Vamos ao hospital, está sentindo dor?

- só nas costas... Mas não uma dor de parto ou contração, minha bolsa, preciso pegar.

- calma. Pegue um absorvente grande, se troque que eu arrumo as coisas, vamos comer algo antes de ir, temos tempo... Eu acho.

Assim fiz, peguei a mala do bebê já pronta e preparei a bolsa de Sora, coloquei peças de roupas e seu kit de higiene. Quando voltei pra cozinha Sora comia e chorava ao mesmo tempo, ela parecia nervosa.

- está nervosa meu amor?

- sim, chegou a hora não é? Estou tão ansiosa, um bebezinho... Um mini Haru.

Não contive o riso, Sora tinha medo e coragem ao mesmo tempo - ou uma mini Sora não é? - segurei em sua mão e comi meu pão o mais rápido possível.

No hospital Sora foi levada pra fazer alguns exames e constataram que o bebê estava com o pulso fraco, Sora não tinha dilatação e nem com os remédios pra dor a ajudariam. Senti um aperto no peito quando a levaram pra fazer uma cirurgia de emergência, me levaram para uma sala aonde me preparei pra ver o parto, nunca tinha ficado tão nervoso e senti que nunca mais eu seria a mesma pessoa depois daquele dia.

- onde está o marido de Sora kasugano? - a médica com uma prancheta chamava aonde outros pais também se preparavam.

- estou aqui, já estou pronto, como Sora está?

- ela já está na sala pronta para o parto, qual o seu nome?

- Haru ... Haru kasugano. - senti o olhar estranho da médica e os olhares a minha volta me julgando.

- sou irmão de Sora e pai do bebê. Já podemos ir ao vai me impedir?

- n-não senhor... Só perguntei pra colocar na ficha, me acompanhe até a sala.

Deitada ali Sora chorava e eu com lágrimas nos olhos segurava ao máximo e tentava prestar a atenção nos médicos fazendo o procedimento. Sora me olhava e segurava minha mão, parecia que o tempo parou e ela falava baixo meio grogue pela anestesia.

- Haru... Se for menina? Que nome será?

- nunca conseguimos decidir... Mas pensei em Sarumi... Sarumi kasugano, mas e se for um menino?

- Saturo... Acho um nome forte, Saturo kasugano... Haru eu estou sentindo eles mexerem em tudo, é tão desconfortável.

Nossa conversa foi cortada pelo som estrondoso de choro, um choro forte que com certeza ecoava por toda a maternidade. Escutei até o puxar de ar que o bebê fazia antes de chorar alertando sua vinda ao mundo.

Nos entreolhamos e choramos ainda de mãos dadas, quando a enfermeira veio nos mostrar ficamos sem palavras, um bebê grande, saudável, todo vermelho pela força que fazia pra chorar e cabelos brancos, tão brancos quanto os de Sora e eu.

- parabéns, é um menino forte, tão lindinho, parece um floco de neve!

Me sentia vitorioso, Saturo chegou iluminando toda aquela sala e iluminando nossas vidas, Sora lhe deu um beijo antes de o levarem pra tomar banho e eu andava ao lado da enfermeira vendo todo o processo

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Me sentia vitorioso, Saturo chegou iluminando toda aquela sala e iluminando nossas vidas, Sora lhe deu um beijo antes de o levarem pra tomar banho e eu andava ao lado da enfermeira vendo todo o processo.

Maternidade (2 dias depois)~

Sora andava com dificuldade pelo corte da cirugia e eu andava ao seu lado o tempo todo, fazia o possível pra ser seu apoio, mas meu melhor momento era sentar e segurar Satori em meus braços. Ele era lindo, achei incrível ver um menino com tanto cabelo e ainda por cima branco, fiquei ansioso esperando ele abrir os olhos, pois ele só mamava e chorava com eles fechados.

- Sora... Será que tá tudo bem com a visão dele? Quer dizer... Ele não abriu até agora.

- Haru, está tudo bem, a médica me disse que ele é sensível e nós também fomos assim quando bebê... A mamãe me dizia que demoramos também, afinal poucos tem olhos cinzas como nós.

- verdade. Mas espero que não seja nada demais... Não viu a cara da médica quando ela viu na ficha que somos irmãos? Ela pareceu preocupada e ficou um tempão analisando ele.

- ou com aversão, achei que já tinha se acostumado com esses olhares, o importante é que estamos todos bem.

Sora tinha razão e eu não falaria nesse assunto, ter um filho com alguém de sangue próximo me deixava tenso pelas histórias e fatos que os bebês nasciam com algum tipo de deficiência. Mas Saturo era saudável e parecia tudo certo com ele, ao olhar ele dormindo segurei em sua pequena mão e disse.

- te amo tanto... Você é a luz que nos faltava Saturo, queria que seus avós pudessem lhe ver!

Não sei se com o barulho ou o som da minha voz, Saturo fez uma careta se espreguiçando e forçando piscar os olhos e quando abriu me surpreendi, seus olhos não eram cinzas como os meus e de Sora, eram azuis, um azul muito claro, ele puxou os olhos de nossa mãe. Senti um calor no peito, lembrar dela era reconfortante, era como se ela viesse ali e nos desse um sinal que nos abençoava.

- Sora... Venha aqui, ele abriu os olhos.

- ohh, deixe-me ver, Haru... Como nossa mãe, tão lindo. Como pode ser algo ruim tendo uma criança tão Bela?

Sora o pegou nos braços para o alimentar, dei um beijo rápido nela e comecei a arrumar as coisas para ir embora, era tanta felicidade que não me cabia no peito, faltava pouco, muito pouco pra tudo estar perfeito.

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