Capítulo IV - Você é Virgem? Eu Sou De Aquário

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Sentimentos abstratos, você não pode desenha-los, até porque sentimentos mudam drasticamente de pessoa para pessoa, o que significa amor para você pode ser completamente diferente para outra pessoa, até mesmo o ódio, fúria, raiva, paz, por isso muitas vezes usamos símbolos para representa-los. Por exemplo, que desenho usaria para retratar o amor? Um coração? Não seja tão simples. Ou talvez você mesmo não entenda...

Estou em meio a um sonho extraordinário quando o alarme desperta com som de estridentes gargalhadas, abro lentamente os olhos, pego e arremesso o celular pela janela, não é meu mesmo, sento na beirada da cama e bocejo, agarro minhas roupas que estão espalhadas pelo chão e começo a coloca-las, o meu sutiã, colete e shorts, onde esta a minha calcinha? Agacho-me para ver debaixo da cama, não está... Levanto as cobertas, achei. Estava sendo apertada com força entre os dedos próximo a boca daquele lindo rapaz com a barriga trincada.

Aproximo-me para pega-la e a campainha toca, ele pula no susto como se estivesse sonhando com fantasmas, sai para fora da cama vestindo apenas uma cueca box preta, ameaça abrir a porta, mas se interrompe ao ouvir uma voz feminina:

— Damian, abre logo essa porta precisamos conversar.

Ele começa a suar e ficar brilhante, sem querer deixo se me escapar um riso, aposto que deve ser a namorada. Esta tremendo, que fofo. Assustado pergunta:

— Pensei que tivesse terminado comigo, o que esta fazendo aqui?

— Na verdade, acho que exagerei um pouco, mas eu não quero ficar falando com uma porta.

Em situações como essa que seria bom ter uma câmera, todas essas expressões de confusão, é tão divertido, olho para direita e vejo um hack e em cima perto do abajur, oba. Encontrei minha meia. Boto-as e logo após o tênis, agora só falta...

— O que eu faço agora? Juro que achei que tinha acabado. — Damian veio pálido e meio perturbado e sacudiu-me um pouco.

Respondi tirando suas mãos de mim:

— Como vou saber? Não entendo sentimentos femininos.

Põe as mãos na cabeça em sinal de desespero, estendo minha mão direita com a palma pra cima, fica sem entender nada até que lhe cai a ficha e devolve minha calcinha, ponho-a no bolso, ouço mais batidas na porta, ele me encara e diz:

— Esconda-se.

Ignoro-o e digo:

— Vou usar o seu banheiro.

Entro e em seguida bato a porta sem poder mais esperar ouço-o abrir e deixa-la entrar, enquanto lavo o rosto discutem sobre... Ah quem se importa! Fito meu reflexo no espelho e não tem ninguém lá para me dar uma bronca, há muito tempo não tem ninguém lá isso faz com que me invada um sentimento o qual não consigo descrever, nem eu mesma o entendo, jogo um pouco de água e arrumo meu cabelo ligeiramente bagunçado, seguro entre de dois dedos uma mecha, já passo da hora de cortar, mas talvez esteja me sentindo sozinha como um quebra-cabeça que lhe falta a última peça, sem ela todo o puzzle deixa de fazer sentido.

Coloco a testa contra o espelho e a chamo:

"Layla... Layla... Layla..."

Meus lamentos são em vão, pois não obtenho uma única resposta, ao me mexer esbarro com meu braço em um pote de vidro, quebra-se ao cair, antes de reagir ouço a voz irritada da namorada do Damian:

— Não faz nem 12 horas, é melhor não estar com outra!

Como queria ver a expressão dele agora, ela chega violentamente e abre a porta como quem quisesse dizer "Aha!", mas para sua felicidade não gosto de lidar com garotas nem de situações complicadas, então quando abriu tudo que pôde observar foi um banheiro vazio, porque a essa hora já estou do outro lado da casa cruzando o quarteirão.

Almas Vazias Corações ContentesOnde histórias criam vida. Descubra agora