Capítulo XI - Subversão

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Imagine se você tivesse que lidar com a insanidade a todo tempo para o seu desejo alcançar, passar por torturas e assim aprender a tolerar diversas formas de combate, veneno, dor, eletricidade, nasci com um destino, mas não quis isso para mim, decidi que tomaria minhas próprias decisões e determinaria o meu fim, mesmo que a minha família fosse feita apenas de assassinos profissionais, tanto faz, contra esse instinto cansei de lutar, tenho a alma de um assassino e fui feita para matar.

Uma noite sem lua cobria toda a superfície de sombras e trevas, não tem um clima melhor que esse para fortalecê-la, olho para frente, aqui está uma das poucas propriedades que não foi inundada ou coberta de chamas, um castelo que ao parecer precisa de uma boa reforma, por outro lado é um lugar digno daqueles imprestáveis. Agora, por onde devo entrar?

"A princesa sempre entra pela porta da frente"

Ótimo. Vamos fazer igual a um castelo de cartas, sem a parte debaixo não existe sustentação, me empreste seu poder.

"É todo seu, faça o que bem entender"

Não vai ser bonito.

"Pare de falar coisas óbvias"

Adentro a um ambiente sem vida cercado de névoa e escuridão, árvores que se despedaçam com um simples toque, além de uma absurda falta de alarmes, devo dizer que possuem demasiada confiança nesse alucinógeno espalhado pelo ar, creio que usam para distrair visitantes indesejados, pena que me causa uma sensação mais que agradável.

Estendo os braços até quase tocar na porta gigantesca de madeira, concentro-me um pouco, empurro novamente pressionando o ar, abro-as violentamente entortando as dobradiças:

— Adivinha quem veio pra jantar?

Foram necessários três segundos para que em seguida estivesse com quatro espadas atravessadas, uma em cada braço e perna, respondo tal ação com ironia:

— Que recepção mais calorosa.

Enrijeço os músculos, quebro as lâminas e com cada uma delas atravesso a garganta dos responsáveis e só neste momento soam os alarmes, tomo o corredor da direita, este possui muitas antiguidades e quadros originais, incluindo a Mona Lisa, coisas que não deveriam ser abertas ao público.

Sigo e logo encontro outro grupo, carregados de semi-automáticas, atiram sem se preocupar com as obras de arte quebrando os invólucros de vidro que os protegiam, ao invés de desviar coloco-me entre os estilhaços, seguro-os entre os dedos e lanço na direção deles atingindo seus pontos vitais.

Como o nível caiu por aqui, espero que estejam pegando leve, do contrário ficarei muito decepcionada, talvez deva esperar, paro, fecho os olhos e respiro profundamente, aguardo até estar totalmente cercada, cerro os punhos, pressiono com força, abro as mãos, lembro dos treinamentos que realizava matando animais com o único intuito de fortalecer a ponta dos dedos.

Recebo ataques por todos os lados, desvio saltando no ar, reabro lentamente os olhos, dois pularam junto comigo, com as palmas das mãos abertas, perfuro seus corações, aterrisso no chão e uso o sangue para bloquear as visões dos próximos através de um movimento horizontal rápido:

— Morra! Morra! Morra! — Grito.

Causo cortes profundos em seus corpos para que morram em agonia, eles começam a se arrastar seguindo o instinto natural dos Amorielly que diz para nunca enfrentar alguém que não pode vencer, miro-os e digo:

— Rastejem seus vermes, vou mostrar como posso ser assustadora.

Involuntariamente passo o dedo na bochecha, faço uma espiral que escorre até o pescoço formando um desenho carmesim e estimulando um sorriso macabro em minha face que veio aliada a uma sensação de êxtase que aumentava a cada vida tirada, mais, eu quero mais:

Almas Vazias Corações ContentesOnde histórias criam vida. Descubra agora