Entre Medos e Incertezas - Catradora

Capítulo 16

— Vai ficar aí, jogada nesse sofá? — Minha mãe perguntou ao se sentar do meu lado e navegar pelos canais da televisão.

—Ainda nem é meio dia, mãe — Retruquei.

— Poderia sair com a Adora denovo — Olhei confusa — Que foi? Você volta toda enérgica quando sai com ela e os amigos.

Ignorei e continuei rolando os vídeos do instagram esperando o tempo passar

— Os meus amigos querem provar roupas para o baile depois do almoço.

— Ótimo! — Respondeu — Manda um beijo para eles

Não fiz nada de produtivo nessa manhã. Se resumiu apenas em café e reels do insta.

Um vídeo que apareceu me chamou atenção, era da Scorpia e a Perfuma juntas, em um parque muito lindo daqui da cidade.

Tocava uma música instrumental romântica dos anos oitenta e elas não pareciam ter problemas em demonstrar amor em público.

Por uns instantes, me imaginei com a Adora numa situação dessas. Poder demonstrar o que eu sinto por ela sem receio ou remorso. Acho que virou uma das minhas metas mais importantes do ano.

Ver a carinha que a Adora fez ontem quando eu rejeitei o beijo dela por pura covardia, me fez criar objetivos que eu nunca na vida esperava ter.

[...]

— O baile tá chegando! — Glimmer afirmou entusiasmada — E essa é simplesmente a loja mais incrível para resolver os nossos problemas estéticos!

— Vai fazer o Bow nascer denovo? — Perguntei e o Bow me deu um tapinha no braço — Ei!

Adora e Bow compartilhavam da emoção com a Glimmer. Eu já estava um pouco tensa.

Nunca fui a um baile, nem sei como funciona. É uma experiência nova que estou me permitindo conhecer.

Glimmer não enrolou e logo foi para a paleta de cores roxas que tanto ama.

Roxo não é uma cor que combina com todo mundo tão facilmente, mas para a Glimmer, é a cor ideal.

Adora estava tão confusa quanto eu. Tento espantar meus pensamentos indevidos quando a imagino em um vestido vermelho colado que vi em um manequim não muito longe. Se ela soubesse que fica linda de qualquer jeito...

— Cat, vai me ajudar? — Perguntou

— Com certeza! — Respondi — Vamos já para os vestidos vermelhos!

Ela pegou um vestido pelo cabide e colocou por cima da roupa, rodando a saia e imaginando que está na pista de dança.

Verifico se não há ninguém por perto e, ao confirmar, peguei em sua cintura e em sua mão, simulando uma valsa.

— Vai no baile comigo, né? — Perguntei sem nos soltar

— Para dançar assim, desse jeito? Vou ter que pensar no seu caso...

Rolei os olhos e nos separei.

— Você é que não sabe de nada. Tem muito a aprender sobre o mundo da dança, Dorinha

Ela deu risada e guardou o vestido na arara.

— Dorinha, denovo?

— Gostou?

— Claro que não, sua boba — Disse sem conseguir conter um sorriso.

— Não é o que parece — Me aproximei — Dorinha... Você fica tão linda com essas bochechas vermelhas quando eu te chamo assim. Certeza que não gosta, dorinha?