Capítulo 12

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Finalmente senti uma brecha de sol acertar o meu rosto. Ainda nem chegou o inverno e o frio ultimamente está muito intenso, abaixando mais ainda a minha disposição em ir para a escola.

Glimmer avisou que faltaria, então o meu dia se tornou um tanto solitário. Aproveitei o intervalo para atualizar o meu diário.

8 de Setembro

Querido Diário

Adora resolveu ignorar completamente a minha existência, isso me deixa triste.
Apesar disso, comecei umas sessões de terapia maravilhosas que me ajudaram bastante. A doutora Ana é a pessoa mais gentil que poderia existir para ocupar esse cargo.
Estou escrevendo isso enquanto observo a Adora aos risos com Bow. Tenho que admitir, esses dois me fazem muita falta.

[...]

Todos já estavam com as mochilas prontas em frente a porta, mas ouve sons de desaprovação quando a professora pediu a atenção de todos.

— Pessoal, segurem-se um pouquinho! Tenho alguns avisos para dar a respeito do baile

Ela pegou um papel A4 da pasta e tossiu duas vezes.

— Vou ler apenas as partes importantes do regulamento porque eu sei que vocês não vão ler em casa — Reforçou — "O baile semestral foi planejado pensando na diversão dos alunos, entretanto, algumas normas e informações precisam ser passadas. É proibido entrar com itens explosivos ou remédios. Questões de saúde favor falar com a direção".

Todos olhavam com a menor atenção possível.

— Aqui ta falando que não tem necessidade de um par para o baile, sendo essa uma escolha dos alunos — Os alunos começaram a vaiar, logo a induzindo a liberá-los e encerrar a aula.

Eu estava prestes a chegar no portão de saída quando lembro que ainda tenho trabalho a fazer no palco. Tudo isso por ter tirado um cinco em química.

Também lembro que Adora estará la.

Um sorriso torto se estampou no meu rosto e fui para o salão em passos largos.

Ela já estava lá, de pé em um banco para alcançar as luminárias do palco.

Cheguei de mansinho sem que ela percebesse. Pela sua concentração, ela mal me notou quando eu cheguei ao seu lado.

— Hey, Adora

Ela deu um pulo de susto e cambaleou para trás, fazendo-a tropeçar e ameaçar cair.

Por impulso, segurei-a por trás, mas foi inevitável que ela caísse em cima de mim na madeira do palco.

— Desculpa! — Falei com um pouco de dificuldade.

Ela apoiou os braços sem sair de cima de mim e suas pupilas dilataram. Ao confirmar que sou eu, esboçou um sorriso — o mais lindo que eu já vi — e me puxou para um abraço longo e forte, sem me machucar.

Ela não disse nada, apenas se manteve na posição sem se soltar. Eu só deixei, tentando processar que isso é mesmo real.

Quando finalmente nossos olhos se encontraram denovo, nem eu nem ela conseguimos nos conter.

Senti uma lágrima escorrer pela minha bochecha quando senti sua mão em meu pescoço e seus lábios colados nos meus.

Não havia pressa, foi um beijo calmo, sem aprofundar nada, completo de saudades e amor.

Limpei o meu rosto sem que ela notasse. Só nos separamos quando o ar faltou.

Ao tomarmos consciência do trabalho que temos á fazer, Adora me deu um selinho rápido antes de levantar e colocar a cadeira no lugar.

Entre Medos e Incertezas - CatradoraOnde histórias criam vida. Descubra agora