𝐒𝐨𝐧𝐡𝐨

438 58 14
                                    

╭━─━─━─≪ - ≫─━─━─━╮

Acordo mais uma vez suado e com um barulho como se o céu estivesse se abrindo. Lá fora, a chuva caía com toda a força possível. Estava um dia horrível.

Sento-me na cama e ponho as mãos na cabeça.

— Que horas são?... — pergunto a mim mesmo e olho no visor do meu celular. — Três da manhã… Que bela hora para começar o dia, não é mesmo?

Levanto, já que havia perdido o sono. Nos últimos dias tem sido assim, durmo e acordo às três da manhã, suado e tendo o mesmo sonho.

Nesse bendito sonho, eu estava dentro da Academia de dança, o lugar que eu mais gosto em todo o mundo e universo. Lá eu me conecto com meu "eu" interior e dou o melhor de mim. Porém, no sonho ela está vazia, não tem nada além do som e dos espelhos. Então a minha música começa a tocar, de repente o cenário muda e eu apareço no meu apartamento

Logo chega a parte dramática da música e tudo começa a girar. Com isso tudo fica preto e apenas uma luz se acende. Ela iluminava uma única coisa, ou pessoa, que estava encapuzado. Eu não conseguia ver quem era, estava borrado.

Sempre era assim, todas às vezes.

Vou para a cozinha, a única coisa que me resta é comer. Pego um copo de suco e um, sanduíche que estava pronto, na geladeira.

Sento-me na bancada da cozinha enquanto penso seriamente no que está acontecendo comigo.

No meu ensino médio, todos os dias eu passava em frente a Violet's. Uma academia de dança, sendo uma das melhores da cidade.

Eu me via dançando igual às pessoas daquelas salas. Então um dia eu me fiz uma promessa, assim que arrumasse emprego, eu pagaria as mensalidades e faria as aulas.

Isso foi há dois anos. Com o dinheiro do meu trabalho como secretário em uma das revistas da cidade, consigo pagar o aluguel do apartamento, que não é muito pequeno e nem muito luxuoso, já que moro sozinho, as mensalidades das aulas de dança e ainda sobra para comer, e às vezes comprar uma roupa ou sapatos novos.

Mordo o sanduíche e balanço os pés, que estavam no ar.

— Você se tornou alguém patético, Jisung. Tem tantos amigos e vive sozinho, que vexame.

Dou um gole no copo de suco e encaro a janela sobre a pia, que mostrava mais uma vez a chuva que caía lá fora.

— Vou ter que sair de guarda-chuva — concluo e mordo o sanduíche mais uma vez — Espero que essa chuva passe... Não posso ficar doente.

Após eu terminar o meu lanchinho da madrugada, vou até à sala e me sento no sofá em frente a televisão.

Pego o controle e ligo no canal de séries, estava passando uma das minhas séries policiais favoritas.

Pego-me pensando quem seria a pessoa ou coisa encapuzada dos meus sonhos. Seria alguém que eu já conheci ou que ainda vou conhecer?

Eu preciso chegar mais perto da próxima vez, tentar ver alguma coisa, um detalhe sequer.

Coloco uma das almofadas coloridas do sofá sob minha cabeça e me aconchego para assistir o programa policial.

𝐐𝐮𝐞𝐫𝐢𝐝𝐨 𝐃𝐢𝐚𝐛𝐥𝐨 !𝐌𝐢𝐧𝐬𝐮𝐧𝐠¡Onde histórias criam vida. Descubra agora