𝐐𝐮𝐞𝐫𝐢𝐝𝐨 𝐃𝐢𝐚𝐛𝐥𝐨 !𝐌𝐢𝐧𝐬𝐮𝐧𝐠¡

𝐀𝐦𝐢𝐠𝐨𝐬?

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Uma semana. Passou uma semana e eu ainda estou nessa casa, a casa que eu dividi com meu namorado por um mês.

Por incrível que pareça, no velório eu não chorei, não consegui deixar uma lágrima cair. Recebi alguns julgamentos por isso, claro, mas eu não consegui. Ver o corpo de Lucas gelado a minha frente e não poder toca-lo doeu tanto, mas não consegui chorar, não em público.

Deve ser porque passei tempo demais chorando sozinho em casa, do que em público.

Lucas sempre dizia que eu tenho que saber dar adeus às pessoas e coisas, assim como diz com a minha mãe. Mas com ele foi diferente, era como se tivessem arrancado um pedaço do meu peito, uma dor insuportável e agoniante.

Eu não vou às aulas, Seungmin disse que eu poderia ficar sem ir, até que eu ficasse bem. Consequentemente parei com as sessões de fotos, Félix não quer me fazer realizar nada que eu não queira.

As vezes os meninos dão uma passada aqui e cozinham, ou nós jogamos algo e até mesmo assistimos filme. Hyunjin e Félix começaram a ficar, eles são realmente um grude.

Enquanto eu estou sozinho, sinto um olhar sobre mim a todo momento. Tenho quase certeza de que é Minho, mas também pode ser o Dara.

Se meu anjo da Guarda me protege... O que o anjo da Guarda de Lucas estava fazendo? Porque não protegeu a vida de quem deveria proteger.

Assopro a xícara de café que estava a minha frente, já que estou tomando café pela décima vez hoje. Não consegui dormir por conta do pesadelo que insistia em invadir minha cabeça.

Nessa semana o pesadelo se repetia milhões de vezes, sempre que eu tentava Dormir. Eu estava dirigindo, sozinho no carro e eu parecia embreagado. Eu dirigia em um lugar totalmente escuro, até ver Lucas correndo. O carro vira e atinge em cheio o moreno que corria. Não consigo de nenhuma maneira mudar isso, não consigo mudar a direção do carro.

Parece que é minha sina, eu tenho que ficar revivendo aquele dia na minha mente, até eu saber e aceitar que a culpa foi minha.

Dou um gole na xícara e sinto o café descer pela minha garganta, a última xícara de café que a cafeteira forneceu, logo terei que fazer mais, pela terceira vez hoje.

Erro a mesinha que fica no meio da sala, fazendo a xícara de porcelana cair no chão e se quebrar em alguns pedaços, se espalhando pelo chão junto ao café que ainda tinha ali.

- Droga, só faço besteira... - Resmungo ao me levantar com cuidado, começando a juntar cacos em seguida.

- Quer ajuda? - Ouço uma voz vir da direção da porta.

Levanto meu olhar e ali está, Minho com seu terno alinhado e seus cabelos negros penteados perfeitamente. Seus olhos me encaravam enquanto um sorriso se instalava em seus lábios finos.

- Não, obrigado. Posso limpar minha própria bagunça. - Pego o último caco de porcelana do chão e me levanto. - O que veio fazer aqui?

- Visitar meu amigo, não pode? - Ele diz enquanto vem até mim.

- Desde quando somos amigos? - Retruco indo para a cozinha jogar os cacos no lixo.