𝐄𝐧𝐭𝐫𝐞 𝐢𝐫𝐦𝐚̃𝐨𝐬

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Olhar o pequeno Han dormir sempre foi a melhor parte dos meus dias sem nenhuma dúvida. Ele me fez sentir que eu devo proteger alguém, pela primeira vez em centenas de anos.

Incrível como passei do Regente dos Anjos e anjo mais sábio dos céus, para governador do inferno. Chega a ser engraçado.

Mas tudo mudou quando conheci ele, o pequeno Han. Vi por tudo que ele passou, sempre ao lado dele o acompanhando, as vezes até aparecendo nos sonhos.

Eu planejava ficar perto dele e dar tudo que ele quisesse, mas tinha uma coisa no meu caminho e eu odeio quando algo me atrapalha.

Mais uma vez meu pai estava mexendo seus pauzinhos para atrapalhar minha vida, mas dessa vez não. Ele não vai se meter dessa vez.

- Como vai, irmão? - Digo sentindo a presença do anjo atrás de mim.

- Sabe que não devia estar aqui, nosso pai já lhe deu o seu lugar. - O outro rebate.

- Estou tentando ser amigável com você. - Me levando do parapeito do prédio em que eu estava sentado.

- Não quero problemas com o pai, irmão. - Dara se justifica assim que eu o olho.

- Virou mensageiro dele agora? - Dito provocativo ao anjo.

- Você sabe que a minha função é proteger o Jisung não faça os seus joguinhos comigo. - Ele desvia o olhar.

- Ele me quer longe do Jisung, por isso estão acontecendo tantas coisas com ele. Ele está fazendo tudo errado. - Esbravejo sem paciência.

- Ele está trabalhando para que ele seja feliz, mas você está atrapalhando. Irmão, ele estava feliz antes de você aparecer pra ele. - Anael diz tentando justificar.

Ele não fez isso... Onde que ele estava feliz? Sem emprego, sem dinheiro, sem o que ele mais ama na vida. Aquilo foi o estopim, até para mim. Mas não posso perder a cabeça agora, preciso ser paciente.

Se não consegue vencer seu oponente, junte-se a ele.

- Você sabe que ele não estava feliz, ou você só resolveu aparecer agora que o querido Lucas se foi? - Questiono já sabendo a resposta.

- Eu estava lá, mas eu observava de longe. Não sou imprudente como você, para me mostrar aos humanos. - Meu irmão me responde.

- Pois é, você é o anjinho do Jisung. - Zombo com tom de deboche e ponho minhas mãos nos bolsos da minha calça.

- Acho melhor você voltar ao seu lugar, irmão. A terra não é lugar para você. - Meu irmão diz em tom de aviso.

- Castigar as almas se tornou chato, agora eu tenho uma coisa mais interessante a fazer... Tipo conversar com o Jisung. - Digo.

Não é que eu odeie castigar as almas, eu amo fazer isso e amo ainda mais torturar cada uma das almas. Porém, fazer isso durante milhões de anos cansa, preciso de distração pelo menos uma vez.

Então eu decidi observar os humanos, não é a primeira vez que faço isso, eles já deviam estar acostumados. Eu já fiz vários tratos, mas nenhum se compara ao último que eu fiz.

Até uma pessoa me chamar atenção, uma entre milhões. Um dançarino experiente, sozinho e esforçado. Cada vez mais suando a camisa pra conseguir o que queria, seu sonho.

Jisung foi abandonado por Deus, deixado por conta própria. Ele precisava de mim, nada mais justo. Eu ajudaria ele, e ele ficaria feliz. Ótimo, não?

- Não vou voltar para o inferno, diga para o pai que mande um de nossos irmãos para ficar lá. Eu estou resolvendo assuntos aqui.- Digo olhando a vista da cidade.

- Já disse que não quero problemas com ele, minha missão é proteger o Jisung. - Anael rebate.

- ENTÃO POR QUE VEIO DAR O RECADO A MIM? ELE NÃO PODIA VIR FALAR COM O SEU FILHO QUERIDO? - Grito e vou na direção do anjo.

- Sei que guarda rancor do pai, mas isso não vai ajudar. Presta atenção, meu irmão. - Meu irmão tenta me acalmar com as mãos em meu peito.

- Nem você e nem ele. - Digo apontando para o céu. - Vão tirar o meu prazer de ficar nesse mundo, não vão me controlar mais uma vez.

- Você quer fazer o meu papel, não esqueça que foi expulso do céu porque quis ser maior que nosso pai. - O outro diz baixo.

- Porque eu sou o Deus. Sou o Deus do inferno e ainda vou ser maior que ele. - Falo com um sorriso diabólico em meus lábios.

- O que você quer é impossível, você é filho dele. Um filho não supera um pai, um filho segue as ordens do pai. - Escuto meu irmão atrás de mim assim que me viro.

- Já fui fantoche dele por muito tempo, agora é minha vez de ser eu mesmo. - Digo colocando o pé na ponta do parapeito.

- Se fizer seu papel, ele pode te levar de volta ao céu. - Meu irmão diz e vem para perto, ficando ao meu lado.

- Aquele lugar não pertencente a mim, eu vou ser maior que ele, no próprio lugar que ele deu a mim. - Rebato sem nem ao menos pensar e olho para baixo, vendo os carros pequeninos.

Mal sabe ele que criou um ser tão perigoso, o Anjo dos Anjos. Feito o mais forte e poderoso, para depois ser jogado ao fogo. Mas eu me reergui, montei meu Império. Que agora é tão poderoso quanto o dele.

Abro minhas asas, pronto para voar mais uma vez até a casa do Jisung e observa-lo enquanto ele passa o dia vendo televisão.

- Ok, irmão. Só peço que não reclame depois. - Vejo uma sombra se formar sobre mim e vejo que é as asas brancas de meu irmão.

- Não precisava mostrar que suas asas são santas. - Dou uma risada debochada e escuto o anjo ao meu lado rir baixo.

- Milénios e você não perde a chance de zombar com a santidade. - Anael diz e olha pra mim com um sorriso nos lábios. - Agora eu vou indo, tenho um tal Han para cuidar.

- Irmão. - Chamo antes que o anjo se vá.

- Sim? - Ele me olha.

- Quem será que protege mais o Han, eu ou você? - Sorrio e me jogo do prédio.

É tudo ou nada. Tenho medo das cartas na manga que ele pode ter, mas não vou deixar um anjinho atrapalhar meus planos.

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𝐐𝐮𝐞𝐫𝐢𝐝𝐨 𝐃𝐢𝐚𝐛𝐥𝐨 !𝐌𝐢𝐧𝐬𝐮𝐧𝐠¡Onde histórias criam vida. Descubra agora