29 - Calmaria

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O sol começava a se pôr, tingindo o céu de tons alaranjados e rosados enquanto eu caminhava em direção ao parque. As palavras de Denise ainda ecoavam em minha mente, mas agora, ao invés de raiva, eu sentia uma espécie de estranha tranquilidade. A verdade finalmente estava à tona, e apesar da dor, havia algo libertador em saber o que realmente havia acontecido.

Adan estava me esperando perto do lago, onde a luz do entardecer se refletia nas águas tranquilas. Ao vê-lo, meu coração acelerou, mas desta vez de uma forma diferente. Havia uma sensação de renovação, de uma nova chance de fazer as coisas direito. Ele me sorriu ao me ver se aproximar, um sorriso que parecia repleto de promessas e esperança.

― Ei – disse ele, estendendo a mão.

Segurei sua mão, sentindo o calor e a força nela, e juntos nos sentamos em um dos bancos que davam vista para o lago.

― Como foi sua conversa com Denise? – perguntou ele, seus olhos sérios, mas suaves.

Respirei fundo, lembrando-me de todos os detalhes do confronto.

― Intensa – respondi, tentando encontrar as palavras certas. – Ela confessou tudo, Adan. Disse que armou para que eu acreditasse que você me traiu. Manipulou tudo para que eu fosse embora.

Ele franziu o cenho, a expressão tensa.

― Eu imaginei que fosse algo assim – murmurou. – Sempre soube que havia algo estranho, mas nunca pensei que ela fosse capaz de fazer algo tão... cruel.

Assenti, ainda sentindo a amargura das revelações.

― Eu me sinto tão tola – disse, a voz carregada de dor. – Eu deveria ter confiado em você, mas acabei acreditando nas mentiras dela. E por isso, nós dois sofremos tanto.

Adan segurou meu rosto, seus olhos cheios de ternura.

― Não se culpe, Sophi – disse ele suavemente. – Todos nós cometemos erros. O importante é que agora sabemos a verdade, e podemos seguir em frente.

Olhei para ele, vendo a sinceridade em seus olhos. Havia algo reconfortante em sua presença, algo que me fazia acreditar que realmente poderíamos superar tudo isso.

― E o que vamos fazer agora? – perguntei, tentando esconder o medo e a incerteza que ainda sentia.

Ele sorriu, um sorriso que irradiava esperança e determinação.

― Vamos reconstruir – disse ele, sua voz cheia de convicção. – Vamos deixar o passado para trás e começar de novo. Juntos.

Meu coração se encheu de uma nova sensação de esperança e renovação. Segurei sua mão com mais força, sentindo uma onda de amor e determinação.

― Juntos – repeti, um sorriso se formando em meus lábios.

Ficamos em silêncio por um momento, observando o sol se pôr e as estrelas começarem a aparecer no céu. Havia algo mágico naquele momento, uma sensação de que, apesar de tudo, estávamos exatamente onde deveríamos estar.

Depois de um tempo, Adan se virou para mim, seus olhos brilhando com uma luz nova.

― Tenho uma surpresa para você – disse ele, um sorriso misterioso se formando em seus lábios.

― Surpresa? – perguntei, curiosa.

Ele assentiu, se levantando e estendendo a mão para mim.

― Venha comigo.

Peguei sua mão e nos afastamos do lago, caminhando em direção a uma área mais arborizada do parque. À medida que nos aproximávamos, vi uma pequena clareira decorada com luzes pisca-pisca e um cobertor estendido no chão com uma cesta de piquenique. Meu coração deu um salto ao ver o cenário encantador.

― Você fez isso? – perguntei, encantada.

Ele sorriu, um brilho travesso nos olhos.

― Achei que seria um bom jeito de celebrarmos o começo de um novo capítulo – disse, me puxando para o cobertor.

Sentamos juntos, e ele abriu a cesta, revelando uma seleção de nossas comidas favoritas. Havia frutas frescas, queijos, pães e até uma garrafa de suco de maçã, meu favorito.

Enquanto comíamos, conversamos sobre tudo e nada, rindo e compartilhando memórias. Parecia que o tempo não havia passado, como se todos aqueles anos de separação e dor fossem apenas um sonho distante.

― Sabe – disse ele, olhando para mim com um sorriso. – Eu sempre imaginei como seria se tivéssemos tido a chance de viver tudo isso de novo. E agora, eu sinto que finalmente temos essa chance.

Olhei para ele, sentindo uma onda de emoção.

― Eu também – disse, segurando sua mão. – E prometo que desta vez, não vou deixar nada nos separar.

Ele se inclinou para me beijar, um beijo suave e cheio de promessas para o futuro. Enquanto nossas mãos se entrelaçavam e nossos corações batiam em uníssono, senti uma certeza inabalável de que, apesar de todas as dificuldades, estávamos finalmente onde deveríamos estar. E dessa vez, eu não iria deixar nada nos afastar.

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