30 - Último Dia De Aula

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O último dia de aula finalmente chegou. Acordei com um misto de nervosismo e entusiasmo, ciente de que esse seria o fim de uma era. A luz suave do sol da manhã infiltrava-se pelas frestas da cortina, anunciando um dia ensolarado e promissor.

Depois de um banho rápido, vesti meu uniforme escolar pela última vez. Desci as escadas, onde minha avó estava preparando panquecas, uma tradição em dias especiais.

― Bom dia, vovó – cumprimentei, sentando-me à mesa.

― Bom dia, querida – ela sorriu, colocando um prato de panquecas à minha frente. – Hoje é um grande dia. Como está se sentindo?

― Meio ansiosa – confessei, pegando o xarope de bordo. – Não acredito que já é o último dia.

― É normal sentir isso. Aproveite cada momento – disse ela, acariciando minha mão.

Tentei saborear o café da manhã, mas minha mente estava agitada com pensamentos sobre a formatura. Terminei rapidamente, peguei minha mochila e me despedi da minha avó, que me deu um abraço apertado.

― Boa sorte hoje. Tenho certeza de que será maravilhoso – disse ela, seus olhos brilhando de orgulho.

A escola estava um turbilhão de emoções. Assim que entrei, vi grupos de alunos rindo, tirando fotos e compartilhando memórias. A decoração festiva com balões e faixas coloridas aumentava a atmosfera de celebração. Caminhando pelos corredores, senti uma onda de nostalgia me invadir. Este lugar, com todas as suas memórias, estava prestes a se tornar parte do meu passado.

Na sala de aula, encontrei Anderson no nosso habitual canto. Ele parecia tão agitado quanto eu.

― Pronta para o grande dia? – perguntou ele, sorrindo nervosamente.

― Acho que sim – respondi, tentando soar confiante. – Você está?

― Não sei. Estou nervoso pra caramba – confessou ele, rindo. – E a formatura? Já escolheu o vestido?

― Sim, já está tudo pronto. E você?

― Minha mãe está obcecada em como meu terno deve ficar perfeito – revirou os olhos. – Vai ser uma batalha.

A aula daquele dia era mais relaxada do que o habitual. Os professores, conscientes do que aquele dia significava para nós, permitiram conversas e trocas de assinaturas nos cadernos. Todos estavam aproveitando os últimos momentos juntos, capturando cada segundo em fotos e mensagens de despedida.

Durante o intervalo, Anderson e eu fomos à lanchonete. Encontramos nossos amigos, todos compartilhando risos e planos para o futuro. O ambiente estava carregado de uma energia vibrante, um misto de excitação pelo que estava por vir e tristeza pelo que estávamos deixando para trás.

― Vai ser estranho não ver todo mundo todos os dias – disse uma das nossas amigas, suspirando.

― Vai mesmo – concordei, sentindo a nostalgia me invadir novamente. – Mas temos que aproveitar cada momento.

As conversas fluíram entre memórias do passado e expectativas para o futuro. Era uma tentativa de absorver o máximo possível daquele dia, de capturar a essência da nossa experiência escolar antes que ela se dissipasse para sempre.

Quando a campainha final tocou, marcando o fim das aulas, uma onda de emoção tomou conta de todos. Nos abraçamos, prometemos manter contato e tiramos fotos para eternizar o momento. Saí da sala com um misto de alívio e excitação, sentindo o peso dos anos escolares finalmente se desvanecer.

Caminhando para fora da escola, olhei para trás, tentando absorver cada detalhe. Os corredores que antes pareciam intermináveis agora pareciam curtos e familiares. Vi Denise ao longe, seus olhos fixos em mim. Sua expressão era uma mistura de derrota e raiva. Ignorei, não queria que ela estragasse aquele dia.

― Esqueça ela – murmurou Anderson ao meu lado. – Hoje é nosso dia.

Assenti, afastando Denise da minha mente. O que importava era o futuro que estávamos prestes a construir, e a celebração que nos aguardava naquela noite.

Chegando em casa, encontrei minha avó esperando por mim, sua expressão radiante de felicidade.

― Como foi o último dia? – perguntou ela, puxando-me para um abraço.

― Emocionante – respondi, sentindo a excitação borbulhar dentro de mim. – Não acredito que acabou.

― Você está pronta para a formatura? – perguntou ela, seu olhar cheio de expectativa.

― Acho que sim – sorri. – Estou ansiosa.

Depois de um banho relaxante, escolhi o vestido azul marinho que minha avó ajudou a escolher. Ele caía perfeitamente, simples, mas elegante. Ao me olhar no espelho, senti uma onda de confiança. Estava pronta para a formatura, para celebrar o fim de uma jornada e o início de outra.

Quando desci as escadas, minha avó me esperava com lágrimas nos olhos.

― Você está linda, Sophi – disse ela, seus olhos brilhando de orgulho. – Estou tão orgulhosa de você.

― Obrigada, vovó – respondi, sentindo um nó na garganta. – Isso significa muito para mim.

Ela me abraçou, e naquele momento, senti toda a ansiedade se dissipar. Estava pronta para a noite que nos aguardava, para celebrar com meus amigos e abraçar o futuro que estava por vir.

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