11 - O Beijo Inesperado

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Todos conversavam sobre tudo. Começaram com o colégio, mudaram para as disciplinas de estudo, sobre emprego, filme, músicas e agora falávamos sobre comida.

     Àquela altura eu já havia me enturmado e acostumado ignorar o Adan com mais facilidade, apesar de acabar olhando para ele no final. Ele era o único que não falava, apenas concordava com a cabeça vez o outra para Anderson simulando um sorriso.

     _ Vamos para a cozinha fazer a pizza. - disse Anderson se levantando do sofá.

     _ Vamos comer!!! - gritou Tomás seguindo atrás do amigo.

     Me levantei após ver que todos já tinham ido e fui atrás. Até que senti o Adan segurar meu pulso suavemente me fazendo parar.

    _ O quê foi? - perguntei confusa encarando seus olhos aparentemente triste. Não era de duvidar de sua tristeza, desde que eu cheguei ele não dissera uma palavra.

     _ Por que está me evitando? - perguntou.

     _ Estou?

     _ Desde que chegou.

     _ É você quem não disse nada até agora. - arrumei uma desculpa para não me parecer grosseira.

     _ É verdade... - ele olhou para baixo olhando para nossas mãos unidas. Segui seu olhar e senti meu coração acelerar de nervosismo. Senti minha mão querer suar frio de nervoso.

     _ Eu... - fui tentar puxar minha mão, mas ele segurou mais firme me impedindo.

     _ Podemos conversar? - perguntou.

     _ Eu não sei... Estão nos esperando na cozinha...

     _ Eles nem se quer notaram que não estamos lá. É só um minuto.

     Eu queria recusar. Soltar minha mão da dele e seguir até a cozinha e fingir que aquilo nunca aconteceu. Mas a única coisa que fiz foi segui-lo até o sofá.

     Nos sentamos um de frente para o outro em cada sofá e esperei com que ele começasse.

     _ Podemos ser amigos, não? - perguntou ele me encarando.

     _ Sim.

     _ Então... Peço para não me evitar quando me ver. - pediu num sorriso leve.

     _ Ta bom.

     _ Tem algo que ficou solto entre nós à 3 anos que não tive a oportunidade de explicar. - ele encarou as próprias mãos meio nervoso.

     Com aquilo dito meu estômago embrulhou, eu não queria falar sobre aquilo novamente, principalmente com ele.

     _ Olha Adan, isso foi à 3 anos, não quero voltar nesse assunto, por favor. - pedi.

     _ Claro. Claro. Toda a razão. Vamos ser amigos e começar de novo? - perguntou esperançoso.

     _ Claro Adan. - sorri fino. Naquela altura o nervosismo já tomava conta e eu queria que alguém aparecesse e me tirasse dali antes que eu me rendesse ao desejo de beija-lo. Oh Adan, como tens um poder como esse sobre mim?

     _ Vocês estão aí! Venham. -  Anderson apareceu na sala com a mão suja de farinha.

     Suspirei aliviada e levantei seguida pelo Adan e fomos até à cozinha. Senti o cheiro da pizza sendo assada e Anderson batia a massa para o bolo.

     _ Vocês vão adorar. - disse ele despejando a massa no recipiente para assar - principalmente você Sophi.

     _ Eu o que?

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