Capítulo XXVI

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"Porque aqui estou euEstou dando tudo o que possoMas tudo o que você faz é estragar as coisas Sim, estou bem aquiEstou tentando deixar claroQue ter metade de você simplesmente não é o suficiente"

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"Porque aqui estou eu
Estou dando tudo o que posso
Mas tudo o que você faz é estragar as coisas
Sim, estou bem aqui
Estou tentando deixar claro
Que ter metade de você simplesmente não é o suficiente"

A calmaria não durou. Descobrimos que o grupo do Terminus estava nos vigiando, pronto para nos prender em uma armadilha. Padre Gabriel era cúmplice deles, mas, tomado pela culpa, decidiu delatá-los na esperança de algum perdão divino. Daryl e Carol desapareceram, para o desespero de todos, e, como se não bastasse, Abraham decidiu que partiria para Washington na manhã seguinte para concluir sua missão. Pior: queria levar Maggie, Glenn e eu junto com ele.

- Minha filha não vai a lugar nenhum! -meu pai vociferou, sua voz cortando o silêncio. 

- Tudo bem -  Abraham retrucou, com um tom frio - Então aceito só o casalzinho. 

- Nenhum de nós vai com você! - eu rebati, segurando firmemente a mão de Maggie. 

- Eu vou -A voz de Glenn cortou o ar como uma faca - Se isso te fizer ficar essa noite e nos ajudar a acabar com o grupo do Terminus, eu vou. 

Um silêncio pesado pairou na sala até que Tara deu um passo à frente. 
- Eu posso ir no lugar da Maggie. 

As coisas estavam saindo do controle. Maggie me puxou pelo braço, levando-me para um canto afastado. Seu rosto estava tenso, os olhos inquietos. 

- O único jeito de vencermos isso é com a ajuda deles - ela cochichou, a urgência em sua voz evidente - Talvez eu deva ir. 

- Você não está falando sério - Minha voz saiu baixa, mas firme. Olhei nos olhos dela, tentando entender o que se passava em sua mente - Maggie, eu não posso deixar você ir. 

Ela desviou o olhar por um instante, mas eu sabia o que viria em seguida. 

- Não é só isso, não é? - minha voz tremeu - A verdade é que você não está pronta para ficar longe do Glenn, não é? 

Os olhos dela encontraram os meus novamente, e vi a hesitação ali. Não era algo que ela podia negar, mas também não sabia como admitir. Aquele silêncio me cortou mais do que qualquer palavra poderia. Soltei sua mão, sentindo o peso do que aquilo significava. 

- Faça o que achar que precisa fazer - Minha voz soou amarga, mesmo que eu não quisesse. 

Maggie voltou para o grupo, erguendo a cabeça como se estivesse tomando uma decisão firme. 

- Eu vou - ela anunciou, encarando Abraham - Mas só se você e Rosita prometerem nos ajudar antes de partirmos. 

Abraham assentiu, satisfeito com o acordo. Eu permaneci onde estava, sentindo o chão desaparecer sob meus pés. Mais uma vez, Maggie me dava apenas migalhas que eu não podia aceitar. E mais uma vez, eu me perguntava: até quando aceitaria viver com tão pouco dela? 

PLATONIK - 𝒕𝒉𝒆 𝒘𝒂𝒍𝒌𝒊𝒏𝒈 𝒅𝒆𝒂𝒅Onde histórias criam vida. Descubra agora