12

1K 84 13
                                    


— O que você tá fazendo aqui? — perguntou Moura assustado com a sua ex esposa terminando de colocar a mesa do café da manhã ao som de "deusa do amor" música favorita do ex-casal.

— Primeiro, bom dia meu bem — sorriu sínica — Segundo, eu não encontraria um lugar para ficar aquela hora da noite.

— Como não? Existe milhares de hotéis no Rio de Janeiro.

— Eu não tenho dinheiro pra pagar hotel cinco estrela meu filho! — observou o moreno se sentar na mesa sem camisa e com a guia pendurada no pescoço.

O cabelo meio desgrenhado pois tinha acabado de acordar e e a rola quase estourando na bermuda, Moura chama isso de "ereção matinal".

Ele estava um gostoso.

— E o que eu tenho haver com isso? Eu não vou te dar mais dinheiro, Sandra!

— Quem disse que eu tô pedindo?

— Tá na cara que você quer dinheiro.

— Eu não quero a porra do seu dinheiro, eu tenho o meu!

— Que bom pra você. — ignorou.

— Bom dia!

Bem e os meninos entrou na hora certa, deram um beijo e um abraço no Wagner  e na Sandra, depois se sentaram na mesa.

— Bom dia meninos! Preparei o café da manhã para vocês com o maior carinho!

— Estou vendo, deve tá uma delícia! — José procurou o que pegar para comer, pois há muitas opções.

Sandra observou como Wagner ficava sex sentado na cadeira tomando café e lendo jornal, aquela voz rouca logo pela manhã com sotaque inconfundível soava como música e causava no seu corpo ondas magnéticas.

Como Sandra desejou que ainda estivessem casados para ele abraça-la por trás para senti-lo como fazia antes.

Depois de tomarem café da manhã em harmonia (por incrível que pareça conseguiram fingir muito bem que não estão como cão e gato) Moura ajudou a ex mulher recolher a mesa do café da manhã.

— Quer ajuda com a louça também? Eu posso lavar já que você fez a gentileza de preparar o café.

— Eu lavo e você seca, pode ser? — ela olhou para ele e ele assentiu, então começaram o trabalho em dupla como faziam antes enquanto os meninos joga videogame na sala. — Ainda quer que eu vá embora?

Moura pensou um pouco.

— Quero. Mas não é como se eu estivesse expulsando você, entende? — ele secou os talheres e guardou na gaveta.

— Mas é o que você está fazendo, você está me expulsando.

— Talvez eu esteja sendo duro demais com você, mas também, né? Depois do que você fez. — falou por acaso.

— Do que eu fiz? Fala sério Wagner!

— Eu já tô em outra, você não quer aceitar! — largou a real para ela.

— Não é questão de aceitar, a questão é que você não quis tentar lutar por nosso casamento — falou olhando nos olhos dele.

— Eu não lutei por nosso casamento? É sério que você está me dizendo isso? Eu fui o que mais lutei por nosso casamento Sandra, você não queria nem saber de mim, simplesmente me mandou embora da sua vida.

— E por causa de uma briga mal resolvida decidiu se separar?

— A questão não é essa, a questão é que eu não te amo mais.

Ouvir do homem que mais amou, que ele não a ama mais foi como levar um tiro no peito.

— Não me ama? — perguntou com os olhos cheios de lágrimas e Moura respondeu, as palavras quase não saíram da sua boca, pois doeu mais nele no que nela.

— O que é isso? — Moura questionou vendo a ex beber um comprimido.

— Antidepressivo. Não lembra que tomo desde que completamos 10 anos juntos? Talvez agora eu pare de tomar, digamos que não terei que me preocupar com alguém me magoando o tempo todo.

Moura engoliu seco e se perguntou se ele realmente a magoou tanto assim durante todos esses anos.

— Escuta, você pode ficar com os meninos aqui até as aulas voltarem. Estão de férias, né?

— Estão, as aulas volta mês que vem.

— Então, só não atrapalha a minha vida, isso é tudo o que eu te peço.

— Tudo bem Wagner, fica tranquilo.

Moura deu um beijo na testa dela e foi se arrumar para ir jogar bola com os meninos, em cima da bancada tava o iPhone dele, Sandra aproveitou a oportunidade para pegar.

— Que desgraça! Ele trocou a senha e tem reconhecimento facial! — antes a senha era o ano que se casaram. Sandra digitou o ano e a data de aniversário dos três meninos, mas falhou. — Que porra de senha esse homem colocou?

— Cadê o meu celular? — Moura perguntou procurando pelo celular e Sandra assustou, rapidamente ela colocou o celular em cima da bancada. — Ah! Esqueci aqui em cima.

Moura pegou o celular e olhou para Sandra desconfiado, ele sorriu de canto sabendo que ela tentou desbloquear.

— É, você esqueceu aí em cima. — disfarçou coçando a cabeça.

Ele guardou o celular no bolso da bermuda linho clara e saiu, ele usava uma camisa justa em seu corpo com os óculos escuros pendurado, ele estava bem arrumado para ir jogar bola com os meninos, talvez ele passará em algum lugar antes.

The New Love | Wagner Moura Onde histórias criam vida. Descubra agora