The New Love | Wagner Moura

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Wagner e Sandra tomavam café juntos em uma cafeteria na cidade de Recife.

— É isso o que eu falei, a gente não vai voltar. — esclarece deixando a xícara na mesa.

— É uma pena que você não queira dar uma segunda chance pra gente — acaricia a mão máscula do baiano.

— Eu quero continuar vendo os meninos. — exige.

— Você vai ver eles mas vai ter que ir pra Los Angeles porque é lá que eu moro. — Sandra toma um gole de café.

Wagner suspira, impaciente.

— Vem duas ou três vezes por ano pra cá, pro Brasil por favor. — pediu. — Eu ainda tenho filmes para fazer em Hollywood mas é no Brasil que eu vivo agora.

Sandra escuta com atenção e pensa bem sobre o seu pedido.

— Eu vou pensar no seu caso, infelizmente não posso te dar uma resposta agora.

— Entendi. — Moura bebe o café — E você e os meninos vão embora hoje mesmo?

— Sim, vamos hoje à tarde. E você vai ir ver a sua namorada?

— Vou daqui a... — olha as horas no seu Apple Watch — uma hora!

— Entendi. Quando você sentir saudades me liga e eu vejo se estarei disponível. — sorrir sem mostrar os dentes.

Moura não diz nada, apenas bebe o café e continua conversando com a ex. Antes de virem para a cafeteria, Moura se despediu dos meninos porque depois da cafeteria ele irá para o Rio de Janeiro e Sandra retornará para Los Angeles com eles.

Eles nem foram e Moura já está com saudade. Dentro do avião, indo para o Rio de Janeiro encontrar a sua amada, ele ouve "Ben - Rubel" no fone AirPods Max lembrando do seu filho Bem.

Ben, chegaste em boa hora pra ver o mundo que gira veloz
e a vida que corre demais
Ben, ouvi que você quer falar, sua mãe
me contou que você tá demais
E vendo as suas fotos me bate saudade
Ben, um dia você vai crescer
Cansar de brinquedo, jogar
Voltar com a tristeza debaixo do braço
Que os dentes caem e as pernas crescem demais
Fantasmas voam depois que a luz se desfaz
Mas não tem mistério não
Não tem por que chorar
Ben, não deixa de ouvir os discos que eu dei
Não perde um bom dia de onda no mar
Não deixa de me visitar, seu moleque safado!
Ben, não liga pro que vão dizer
Nem ouve conselho demais
Nem mesmo as bobagens que eu te falo agora
Que os dentes caem e as pernas crescem demais
Fantasmas voam depois que a luz se desfaz
Pessoas gritam, pessoas falam demais
Mas não tem mistério não
Não tem porque chorar
A vida é boa quando se brinca demais
Quando se canta e não se olha pra traz
Só não se esquece que eu sou parceiro e sem mais

Quando Bem tinha 4 anos, Moura costumava tocar violão e cantar a música para o filho na antiga casa do Rio. Os dois sentados na grama verdinha. Naquela casa tem tantas lembranças boas, cada cômodo, cada parede guarda uma lembrança, um momento. Uma pena que venderam antes de irem morar fora do Brasil.

Moura dedicou a música ao filho ainda pequeno, por tanto Bem criou um carinho especial por ela quando atingiu seus 10 anos. Desde então ele não parou mais de ouvir nos dias tristes lembrando de quando seu pai cantava e tocava.

Manuela levanta do sofá usando uma camiseta larga, atende a porta e sorrir vendo Wagner parado com a mala do lado e boné na cabeça.

— Meu Deus que surpresa — o abraçou forte sentindo os braços do maior rodearem o seu corpo e apertar num abraço. — Por quê não avisou que vinha?

— Quis fazer uma surpresa — sorriu — e pelo visto deu certo — sorriu de novo entrando na sua casa organizada.

— Sim, você me pegou de surpresa — Manuela fecha a porta e caminha até o centro da sala — Então, como foi a viagem?