Capítulo 47 Meia-noite no abismo

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Elas corriam, os corações pulsando com a urgência da fuga. Para onde, não sabiam. Só sabiam que precisavam sair dali, encontrar os outros, sentir o ar livre em seus rostos novamente. O eco de seus passos reverberava pelos corredores .

Mordomos e empregadas tentavam as parar.

- Voltem !
- Por favor voltem!
- Eles irão nos castigar !

As vozes deles ficavam para trás na correria.

Elas sabiam que não estavam sozinhas nessa luta. Em algum lugar, os outros também procuravam por uma saída, por um caminho para a liberdade.

Correram por corredores estreitos, subiram e desceram escadas que pareciam não ter fim.

Elas desceram a escadaria, os passos rápidos ecoando pelo ambiente . Ao chegarem ao fim da escada, empurraram uma porta pesada, que rangeu , revelando um ambiente de decadência.

A sala que encontraram era mal iluminada, a fraca luz de uma lamparina solitária no chão lançando sombras longas e vacilantes nas paredes. O cheiro de mofo era sufocante, misturado com o som constante e irritante de canos gotejando.

O contraste com o lugar de onde tinham vindo era marcante. As paredes, o chão e o teto eram revestidos de placas de metal enferrujadas, dando ao espaço uma sensação industrial e fria. Não havia vestígios da opulência decadente da mansão acima; aqui, era um lugar onde o tempo e o abandono tinham deixado suas marcas.

Elas continuaram andando, cada passo tenso e calculado, até que avistaram uma escotilha na parede. Dayse , girou a tranca, o metal rangendo num som que ecoou pelo ambiente sombrio. A abertura revelou uma escuridão impenetrável, um caminho desconhecido e incerto. As vozes dos mordomos e empregadas se tornavam mais próximas, reverberando pelas paredes metálicas, aumentando a urgência de suas ações.

Elas correram, freneticamente, de uma sala para outra, os olhos varrendo cada canto, procurando desesperadamente por uma saída. Mas, cada porta que abriam, cada corredor que exploravam, só as levava a becos sem saída, alimentando a sensação de pânico e desespero.

A escotilha de metal parecia ser a única saída possível. Enquanto elas ponderavam se deviam ou não entrar, algo mudou. De repente, elas se perceberam envoltas por uma aura azulada, um brilho suave e reconfortante. A energia fluía ao redor delas, formando um manto protetor. Mesmo no meio do caos, havia um momento de calma, como se o tempo tivesse parado.

Foi então que se deram conta: Even estava usando sua habilidade de teletransporte. Sentiram uma leve vertigem, como se o chão tivesse desaparecido sob seus pés, e num piscar de olhos, o ambiente ao redor mudou.

A aura azulada começou a desaparecer gradualmente, deixando-as no novo ambiente.

A neblina pairava no ar. As paredes metálicas refletiam a luz fraca que penetrava pelas pequenas aberturas da parede , de onde vinha aquela luz das brechas elas não queriam saber. Uma parte do chão era feita de madeira de betula, contrastando com o restante, que era de metal.

O ar era pesado e difícil de respirar, como se estivessem em um lugar mal ventilado há muito tempo. A sensação era sufocante, aumentando a ansiedade e a confusão que pairavam sobre elas.

-Não estamos pensando direito -murmurou Samantha, apoiada na parede. Elas realmente não estavam. Até agora, haviam corrido puramente por instinto, sem realmente parar para entender onde estavam ou como haviam chegado ali. A urgência de escapar, a adrenalina da fuga, haviam obscurecido qualquer pensamento racional.

Agora, no entanto, a realidade começava a se impor. Estavam em um lugar desconhecido, talvez perigoso, e precisavam encontrar um plano.

-Ok, o que sabemos até agora- começou Dayse, reunindo seus pensamentos em meio àquele cenário confuso. -Acordamos em um lugar desconhecido, como noivas de alguém que nem conhecemos.

A estrela ocultaOnde histórias criam vida. Descubra agora