Capitulo 75 Inferno congelante

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Os médicos voltaram à sala onde Even estava, e os cortes haviam desaparecido completamente. Eles analisaram as gravações, impressionados com a velocidade da cura. Um deles, o médico grisalho, se aproximou de Even e disse com voz firme:

— Acorda.

Even abriu os olhos lentamente, piscando contra a luz intensa. Ela olhou ao redor, tentando entender onde estava,ainda estava naquela maldita sala , seu olhar encontrou o do médico que a acordara. O medo era evidente em seus olhos, mas ela tentou manter a compostura.

— Por favor, me deixe ir — implorou Even, a voz carregada de desespero. — Eu não sei de nada. Eu só quero ir embora.

O médico olhou para ela por um momento, avaliando suas palavras.

— Nós não podemos fazer isso — disse ele finalmente. — Você é muito valiosa para simplesmente deixarmos ir. Precisamos de respostas, e você é a chave para obtê-las.

Even sentiu um frio na espinha. Ela sabia que não haveria misericórdia.

— Por que estão fazendo isso comigo? — ela perguntou, a voz quase um sussurro. — O que querem de mim?

— Queremos entender como você se cura tão rapidamente — explicou o médico. — Se pudermos desvendar o segredo por trás de sua regeneração, podemos revolucionar a medicina.

— Mas eu não sei como isso acontece! — protestou Even, lágrimas escorrendo pelo rosto. — Eu não sei de nada!

O médico grisalho suspirou, impaciente.

— Você sabe mais do que pensa — ele disse. — E vamos descobrir, que você coopere ou não.

Even começou a tremer de medo, sentindo-se completamente impotente. Ela sabia que sua situação era desesperadora, mas não tinha escolha a não ser tentar resistir.

— Vamos começar de novo — anunciou o médico, acenando para os outros médicos na sala. Eles começaram a preparar novos instrumentos, prontos para continuar os testes.

— Por favor, não... — Even implorou, a voz quebrada pelo desespero.

Os médicos ignoraram suas súplicas, concentrados em suas tarefas. Eles não tinham tempo para misericórdia, apenas para resultados.

Enquanto os médicos se aproximavam novamente, prontos para continuar as torturas, a mulher ruiva que tinha entrado antes observava de longe, seu coração pesado com a crueldade da situação. Ela sabia que não podia interferir abertamente, mas também não podia ficar parada e ver a garota sofrer.

— Esperem — ela disse, sua voz cortando o ar.

Os médicos pararam, surpresos com a interrupção. A mulher ruiva se aproximou de Even, olhando-a nos olhos.

— Ela está dizendo a verdade — afirmou. — Ela realmente não se lembra de nada. Continuar a torturá-la assim é desumano.

O médico grisalho franziu a testa, claramente irritado.

— Precisamos de respostas — ele insistiu.

— Existem outras maneiras de conseguir respostas sem recorrer a tanta violência — argumentou a mulher ruiva. — Deixe-me falar com ela. Talvez eu consiga algo sem precisar machucá-la mais.

Houve um momento de silêncio tenso, antes que o médico grisalho finalmente cedesse.

— Muito bem — ele disse. — Mas se não obtivermos resultados, voltaremos aos métodos tradicionais.

A mulher ruiva assentiu, aliviada. Ela se aproximou de Even, soltando as correias que prendiam seus pulsos e tornozelos.

— Vamos tentar de novo, mas desta vez sem dor — disse ela, sua voz suave. — Por favor, me diga tudo o que se lembra.

A estrela ocultaOnde histórias criam vida. Descubra agora