Capítulo 52 Sol da manhã

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Liztin tentava acalmar Even, sua voz suave contrastando com o caos ao redor.

- Even, respire fundo, estou aqui com você - sussurrou Liztin, tentando trazer conforto para sua amiga.

Foi então que ouviu um som distante, uma voz familiar.

- Liztin! - a voz de Diego ecoava pelo corredor, aproximando-se rapidamente.

- Aqui! Rápido - respondeu Liztin, a urgência clara em seu tom.

Even estava tremendo, o olhar perdido enquanto tentava controlar a respiração. Liztin segurava suas mãos, tentando transmitir segurança através do toque.

Enquanto eles se aproximavam, Liztin continuava a tentar acalmar Even.

- Even, por favor, respire fundo - implorou Liztin, a voz trêmula.

- Olha pra mim, Even, foca na minha voz - ela insistiu, segurando as mãos de Even com força.

- Eles estão vindo, Even. Diego, Dayse, Samantha... Eles estão a caminho. Vamos sair dessa juntos.

Liztin lutava contra o seu próprio desespero, tentando ser a âncora que Even precisava naquele momento.

Logo, Diego chegou com os outros, vindos de algum lugar daquele quarto. Eles viram Even, caída no chão, presa pela ansiedade.

- O que aconteceu? - perguntou Diego, os olhos vasculhando a sala, buscando ameaças.

- Essa... coisa... estava a prendendo, e aquela mulher... - Liztin não conseguia completar a frase. Ela olhava para a mulher e a criatura que estavam no chão, carbonizados.

Darwin, embora mancando, aproximou-se rapidamente.

- Even, respire devagar, estamos todos aqui.

Mas parecia que ela não escutava. As lágrimas corriam pelo rosto de Even, a respiração ofegante e descontrolada.

- Estamos aqui, Even, você está segura - disse Dayse, ajoelhando-se ao lado dela.

- Por favor, Even, olhe pra nós - implorou Samantha.

- Estamos com você, não está sozinha - reforçou Liztin.

Eles não sabiam o que fazer, a ansiedade de Even parecia impenetrável. Foi então que Diego se lembrou da pulseira dela. Ele a tirou do bolso, o elástico arrebentando com apenas algumas missangas, as outras ainda no seu bolso.

- Ei, Even, olha o que eu achei - falou Diego, colocando a pulseira na mão dela.

Even olhou para a pulseira, os olhos lacrimejando ainda mais ao reconhecer o objeto familiar. Ela segurou a pulseira com força.

A pulseira, delicada e frágil, repousava na mão de Even como um tesouro inestimável. Cada pequena miçanga, embora algumas perdidas, carregava memórias e emoções que transcendiam o tempo e o espaço. Era um objeto simples, feito de elástico e contas coloridas, mas para Even, significava muito mais do que suas partes físicas.

Ela se lembrava do dia em que Amy lhe deu a pulseira. Estava em um daqueles raros momentos de paz na instalação, quando Amy, com seu jaleco branco e sorriso acolhedor, decidiu ensinar Even a fazer algo com suas próprias mãos. Amy sempre dizia que criar algo ajudava a acalmar a mente, a encontrar um pequeno refúgio em meio ao caos.

- Isso é para você, Even. Sempre que olhar para ela, lembre-se de que você é forte e que eu acredito em você. - Amy disse ao entregar a pulseira pronta, suas mãos quentes segurando as de Even.

Para Even, a pulseira era uma âncora ao passado, mas também um símbolo de esperança e resiliência. Era a única lembrança tangível de Amy, a mulher que lhe mostrou gentileza em um mundo cruel.

A estrela ocultaOnde histórias criam vida. Descubra agora