Capítulo 96 Marionete

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Rex pressionou a campainha da mansão, o som ecoando pelos corredores luxuosos. Poucos segundos depois, a porta se abriu, revelando Colette. Seus olhos se iluminaram ao ver Rex, mas logo sua expressão mudou para uma de curiosidade ao notar a presença de Even ao lado dele. Rex tinha informado a Colette que Even havia retornado e que estava arrependida de ter se juntado ao grupo revolucionário.

Colette olhou para Even com um misto de surpresa e cautela. Even, tentando manter uma aparência de normalidade, inclinou a cabeça em um gesto de cumprimento.

— Olá, Colette — disse Even, forçando um sorriso.

Colette a observou com um olhar penetrante, como se tentasse entender o que estava por trás da fachada. À medida que Rex e Colette conversavam, os mordomos e empregadas começaram a se posicionar na escadaria, curiosos sobre o que estava acontecendo. Entre eles estava Emily, que aguardava ansiosamente a chance de abraçar a garota que havia conhecido e se preocupado tanto.

Enquanto a conversa prosseguia, o olhar de Colette continuou fixo em Even. Havia algo em sua postura, algo que a fazia parecer desconectada, como se sua mente estivesse em outro lugar. A expressão de Colette ficou mais preocupada.

— Rex, — Colette começou, sua voz carregada de um tom de inquietação —, aconteceu algo com Even? Ela parece... diferente.

Rex manteve um semblante neutro e calmo.

— Sim, Colette, — respondeu ele —, é uma situação complicada. Precisamos de uma conversa particular para esclarecer tudo.

Com um gesto que misturava determinação e um toque de urgência, Colette fez um sinal para Rex e Even seguirem-na. Eles atravessaram o foyer imponente e subiram as escadas em direção ao escritório de Colette.

Quando chegaram ao escritório, um espaço decorado com móveis elegantes e obras de arte requintadas, Colette fez um gesto para que Even se sentasse em uma das poltronas. Rex tomou lugar na cadeira oposta, seus olhos fixos em Even com um misto de frieza e cálculo.

Colette fechou a porta atrás deles e se posicionou atrás da mesa, seu olhar alternando entre Rex e Even, enquanto aguardava a explicação.

Rex começou a falar com um tom controlado, mas com uma frieza calculada.

— Colette, o que você está vendo é o resultado de uma lavagem cerebral que fiz em Even. No início, ela pode ainda lutar contra os efeitos. Esse olhar vidrado é um sinal de que sua mente está em conflito. No entanto, com o tempo, ela deve acabar cedendo.

Colette parecia chocada e preocupada. Ela olhou para Even, que estava sentada com um olhar fixo e vazio, seu corpo tenso e imóvel. A transformação da jovem em uma marionete involuntária era evidente, e a expressão de Colette denotava um crescente desconforto.

— Você fez o quê? — Colette exclamou, sua voz subindo em tom. — Como você pôde fazer isso com ela? Mesmo que ela tenha cometido erros, isso não justifica o que você fez!

Rex levantou uma mão em um gesto de calma.

— Colette, entenda, era necessário para garantir que Even não representasse mais uma ameaça. A lavagem cerebral é uma medida extrema, mas era a única maneira de assegurar que ela se alinhe com nossos objetivos e não cause mais problemas.

Colette estava atônita. Ela se aproximou de Even, sua preocupação crescendo à medida que se aproximava da jovem. Ela tentou chamar a atenção de Even.

— Even, querida, você pode ouvir-me? Está tudo bem?

Even, com os olhos fixos e um olhar distante, não respondeu. Colette estava visivelmente angustiada, mas Rex interrompeu, sua voz firme.

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