Capítulo 74 O Diabo se veste de branco

8 1 0
                                    

Even acordou em uma escuridão completa, a única luz vinha de seu próprio corpo, que emitia um brilho azul fraco. Ela olhou ao redor e percebeu uma fina linha roxa amarrada em seu dedo anelar. A cor da linha estava desbotada, quase apagada, mas a outra ponta estava amarrada a algo, ou alguém, em algum lugar na escuridão.

Ela começou a caminhar, seguindo a linha. Após alguns passos, encontrou outra garota, idêntica a ela, mas brilhando em uma cor vermelha intensa. A garota estava caminhando para algum lugar, sem parar.

— Quem é você? — perguntou Even, tentando se aproximar.

A outra garota não respondeu, continuando a andar em direção a uma porta à frente. A linha roxa que as conectava estava perdendo ainda mais sua cor. Algo dentro de Even dizia que ela não podia deixar a garota chegar àquela porta.

Desesperada, Even tentou segurar a garota, mas sua mão passou direto, como se a outra fosse um fantasma. Ela gritou:

— Pare! Por favor, pare!

Mas a garota não parou. Even olhou para a linha roxa e teve uma ideia. Começou a puxá-la com força. A garota notou isso, finalmente parando e olhando para Even. Um silêncio pesado pairou entre elas.

— Quem é você? — perguntou a garota, quebrando o silêncio.

Even sentiu sua mente se embaralhar, mas uma palavra surgiu claramente em seus pensamentos.

— Even — respondeu ela. — Esse é o meu nome.

A garota vermelha a olhou intensamente, seus olhos brilhando com uma luz misteriosa.

— Eu sou você — disse a garota, sua voz ecoando na escuridão.

A garota se virou, continuando seu caminho em direção à porta. Even, desesperada, correu até ela e a abraçou pelas costas, tentando impedi-la de seguir. No momento em que as duas se tocaram, tudo ao redor ficou escuro.

O silêncio e a escuridão eram absolutos. Even não sabia o que tinha acontecido, mas sentia uma estranha sensação de fusão, como se as duas partes de si mesma estivessem se unindo.

Even acordou com uma dor de cabeça insuportável, cada pulsação parecia um martelo golpeando seu crânio. Onde estava? Como havia chegado ali? Quando abriu os olhos, foi bombardeada por uma luz forte no teto, o que a fez fechá-los rapidamente. Ela os abriu lentamente, piscando para se acostumar com a claridade. Tentou pensar, mas sua mente era um borrão, como se estivesse envolta em neblina. Tudo o que conseguia lembrar era do próprio nome.

Uma voz chamou sua atenção. Um médico estava ao seu lado, mas não era o único; havia pelo menos sete outras pessoas na sala. Seus olhares eram intensos, observando-a com uma curiosidade quase predatória. A sensação de uma superfície fria contra sua pele a fez perceber que estava deitada em uma mesa metálica. Correias de couro prendiam seus pulsos e tornozelos, limitando qualquer movimento.

As pessoas ao seu redor debatiam entre si, suas vozes uma mistura confusa de termos médicos e científicos.

— É definitivamente um extraterrestre, — disse uma voz masculina.

— Como ela ficou apagada por dois dias? — perguntou uma mulher, sua voz cheia de incredulidade.

— Precisamos começar os estudos imediatamente. — outra voz sugeriu, impaciente.

— Não sabemos o nome dela, nem de onde veio. — disse alguém mais cauteloso.

— Isso não importa, — cortou uma voz autoritária. — Queremos resultados.

Even sentiu um frio na espinha. Eles não se importavam com quem ela era, apenas com o que poderiam descobrir. Um dos médicos se aproximou, segurando uma seringa. Ela tentou se debater, mas as correias seguraram firmemente seus movimentos.

A estrela ocultaOnde histórias criam vida. Descubra agora