Capítulo 50 Caminhos cruzados

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Em uma grande nave vermelha, com um céu estrelado e uma lua cheia, um grupo aguardava ansiosamente enquanto um jovem mago finalizava um  desenho no chão.

— Vai fazer macumba? — perguntou Bob, a curiosidade e a incredulidade se misturando em seu tom.

— Que?! Claro que não — respondeu Magnus, com uma nota de irritação, enquanto continuava a desenhar com cuidado.

— Vem cá, Kayla, esse giz sai fácil, né? — perguntou Magnus, lançando um olhar preocupado para Kayla.

— Bem... é pra sair, é o que diz na caixa — respondeu Kayla, com um leve sorriso de encorajamento.

— Se isso não sair, a Dayse me mata se isso ficar no chão — disse Magnus, terminando os últimos detalhes do desenho com um traço decidido.

Após alguns minutos, ele se levantou, a mão um pouco azulada pelo contato constante com o giz. O desenho à sua frente era um círculo perfeito, adornado com símbolos antigos e complexos. Ele iria invocar uma divindade, uma magia que ele nem tinha aprendido completamente ainda.

— Lance, por favor, isso tem chance de dar errado? — perguntou Magnus, preocupado, olhando para uma bola de cristal que repousava em uma almofada amarela ricamente bordada. A bola de cristal era transparente e cristalina, com reflexos cintilantes que capturavam a luz ambiente, criando um espetáculo de cores e brilhos. A almofada, de veludo macio e dourado, tinha bordas intricadas de fio de ouro que formavam padrões elegantes e delicados.

— Se você não fizer errado, é pra funcionar — respondeu Lance, sem tirar os olhos de um grande livro aberto à sua frente, suas páginas amareladas cheias de escritos arcanos e ilustrações detalhadas.

Magnus respirou fundo, sentindo a pressão do momento. Ele olhou para o círculo uma última vez, certificando-se de que cada linha estava perfeita, cada símbolo desenhado com precisão. Então, com determinação, ele começou a entoar as palavras antigas, sua voz reverberando pelo espaço.

A energia no ar se intensificou, as luzes na nave piscando levemente. O círculo começou a brilhar com uma luz suave, os símbolos brilhando, pulsando com uma energia mística. O silêncio se tornou palpável, cada membro do grupo prendendo a respiração enquanto observava Magnus canalizar suas forças.

— Prontos ou não, aqui vamos nós — murmurou Magnus, mais para si mesmo do que para os outros, sua voz cheia de uma mistura de esperança e temor.

O ar ao redor deles parecia vibrar, e a expectativa crescia. Magnus, com os olhos fechados e a mente focada, continuou o encantamento, sentindo a presença da divindade se aproximando. O destino estava em jogo, e a magia, incerta e poderosa, estava prestes a se manifestar.

O espírito emergiu da invocação com uma aura etérea,  pele esverdeada, símbolos misteriosos adornavam seu corpo. Seus olhos amarelos brilhavam com uma sabedoria ancestral, enquanto ele se apoiava com elegância em seu tridente, emanando uma aura de poder .

— Quem ousa me invocar das profundezas do mar? — perguntou o espírito com uma voz profunda e ressonante.

Magnus deu um passo à frente, olhando diretamente nos olhos amarelos do espírito. — Fui eu quem o invocou. — Sua voz era firme, demonstrando determinação.

O espírito observou Magnus por um momento, avaliando-o com seus olhos penetrantes. — E por que me chama das profundezas? Qual é seu desejo, jovem mortal? — indagou, sua voz ecoando como o murmúrio das ondas quebrando contra as rochas.

Magnus respirou fundo, consciente da importância de suas palavras. — Nós buscamos nossos amigos, que estão perdidos nas águas do mar. Peço sua orientação e proteção para encontrá-los e trazê-los de volta à segurança da terra firme. Por favor, nos ajude nesta jornada.

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