Even estava sentada no sofá, tentando processar tudo o que havia acontecido durante a reunião. O futuro da Terra dependia de suas ações e das ações de seus aliados.
Enquanto ela estava perdida em pensamentos, Estela se aproximou silenciosamente e sentou ao lado dela. Estela era uma jovem engenheira, conhecida por sua habilidade em criar e reparar dispositivos tecnológicos. Ela olhou para Even com um misto de curiosidade e preocupação.
— Ei, Even — Estela começou, a voz suave, tentando não assustá-la. — Como você está se sentindo depois de tudo isso?
Even virou-se para encará-la, seus olhos refletindo uma mistura de cansaço e gratidão. — Estou bem, acho. Só... é muita coisa para processar, sabe?
Estela assentiu, compreendendo. — Imagino que seja. Você passou por tanta coisa, e agora ainda tem que liderar essa missão. Deve ser exaustivo.
— É, mas é necessário — respondeu Even, suspirando. — Não podemos deixar que o governo continue com esses massacres. Temos que proteger a Terra.
Estela ficou em silêncio por um momento, refletindo sobre as palavras de Even. Então, ela perguntou, hesitante: — Posso te perguntar uma coisa pessoal?
Even assentiu, um pouco surpresa pela pergunta, mas aberta a conversar.
— O que você mais sente falta de antes de tudo isso acontecer? — Estela perguntou, olhando diretamente para Even.
Even ponderou a pergunta por um momento. — Sinto falta de desenhar. Amy, uma das poucas pessoas que era gentil comigo na instalação, trazia alguns giz de cera para mim. Eu costumava desenhar muito.
— Desenhar? — Estela sorriu, animada. — Isso é maravilhoso! O que você gostava de desenhar?
— Coisas simples — respondeu Even, com um leve sorriso. — Flores, paisagens, às vezes retratos de pessoas que eu imaginava. Era uma forma de escapar da realidade.
Estela olhou para ela com admiração. — Eu gostaria de ver seus desenhos algum dia. Aposto que são lindos.
Even corou ligeiramente, não acostumada a receber elogios. — Obrigada. Talvez eu te mostre algum dia.
A conversa foi interrompida por um som alto vindo do outro lado da sala. Ambas se viraram para ver Mau e Raphael discutindo sobre alguma estratégia. A intensidade da discussão mostrava o quanto todos estavam empenhados em garantir o sucesso da missão.
Estela se virou novamente para Even. — Sabe, eu acho que você é a pessoa certa para liderar essa missão. Você tem uma visão clara e um coração forte. Vamos todos trabalhar juntos para garantir que a Terra esteja segura.
Even sorriu, sentindo-se um pouco mais confiante. — Obrigada, Estela. Seu apoio significa muito para mim.
Estela deu um leve tapinha no ombro de Even antes de se levantar. — Sempre, Even. Estamos todos juntos nessa. E lembre-se, se precisar de alguém para conversar ou se distrair, estarei por aqui.
Even observou Estela se afastar, sentindo-se um pouco mais leve. A responsabilidade ainda pesava sobre seus ombros, mas saber que tinha amigos e aliados ao seu lado fazia toda a diferença.
Even estava ainda sentada no sofá, tentando se recompor, quando percebeu a aproximação de Davi. Ele era o jovem que, durante a reunião, havia perguntado sobre os pontos turísticos da Terra. Sua curiosidade parecia ser insaciável, e agora ele queria saber mais sobre ela.
— Oi, Even — começou Davi, sentando-se ao lado dela. — Posso fazer mais uma pergunta?
Even sorriu levemente, apreciando o interesse genuíno de Davi. — Claro, pergunte o que quiser.
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A estrela oculta
Ciencia FicciónEven é uma jovem com habilidades extraordinárias que foge de uma instalação secreta do governo, encontrando refúgio em uma família acolhedora. No entanto, sua vida tranquila é abalada quando quatro adolescentes surgem, afirmando que ela faz parte d...