Capítulo 77 Livros e Giz

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Even dormiu por volta das 11 da noite, mas seu sono foi interrompido às duas da madrugada. Duas pessoas abriram a porta e entraram, agarrando-a com força e a levando para outra sala. Ao chegar à sala, deixaram-na presa em uma mesa, com pulsos, tornozelos e a cintura fixados por correias de couro.

O médico parecia bastante animado, e Even já tinha aprendido que quando ele estava assim, um teste bastante doloroso estava por vir. Ele começou a analisar o sangue de Even a alguns dias, realizando vários testes. Um deles foi com venenos, e o sangue dela neutralizou o veneno. Todos os venenos foram neutralizados com sucesso, mas queriam ver como aquilo reagia no próprio corpo dela. Eles se preparavam para injetar alguns venenos diretamente em Even.

Enquanto preparava as seringas, o médico mais velho se aproximou de Even, inclinando-se para perto dela com um sorriso cruel.

— Sabe, 001 — disse ele, com uma voz que gotejava desdém —Hoje temos uma equipe especial assistindo. Incluí uma pessoa que você conhece bem. A Amy. Sim, ela está aqui, só para ver você sofrer. E, claro, ela não pode fazer nada para ajudar.

Even sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao ouvir o nome de Amy. Ela tentou ver ao redor, mas não a viu ,restando apenas atrás de si ,onde ela não conseguia ver.

O médico começou a citar os tipos de venenos, mostrando as agulhas uma por uma.

— Este aqui é veneno de escorpião — disse ele, segurando uma seringa cheia de um líquido âmbar. — E este, veneno de cobra-coral. Muito potente, pode causar paralisia quase instantânea.

Ele continuou mostrando as seringas, cada uma contendo um veneno mais mortal que o anterior. Even sentia o coração acelerar com cada palavra dele. Ela sabia que seu corpo tinha uma habilidade extraordinária de se curar, mas nunca tinha sido submetida a algo assim.

— Vamos começar, então? — O médico sorriu, seu rosto iluminado pela expectativa do sofrimento de Even.

Ele pegou a primeira seringa e se aproximou, injetando o veneno de escorpião no braço dela. A dor foi imediata e intensa, queimando através de suas veias. Even mordeu o lábio para não gritar, seus olhos se enchendo de lágrimas.

— Vamos monitorar sua resposta ao veneno — disse ele, anotando algo em um caderno.

Os assistentes observavam, fazendo anotações enquanto o corpo de Even lutava contra o veneno. Ela sentia seu sistema imunológico trabalhando, tentando neutralizar a toxina.

O médico mais velho voltou com a segunda seringa, desta vez com o veneno de cobra-coral. Ele injetou o líquido na perna de Even, e a paralisia começou a se espalhar quase instantaneamente. Ela sentia seu corpo ficando pesado, difícil de mover.

— Impressionante — disse o médico, observando os monitores. — Seu corpo está reagindo exatamente como esperávamos. Agora, vamos ver como você se sai com uma dose combinada.

Ele misturou dois venenos diferentes em uma única seringa e se aproximou de Even. Antes de injetar, ele se inclinou e sussurrou:

— Não se preocupe, Amy está vendo tudo. Ela está impotente, assim como você.

Even sentiu a picada da agulha e a mistura de venenos entrando em sua corrente sanguínea. A dor foi excruciante, mais intensa do que qualquer coisa que ela já tinha experimentado. Ela lutou para respirar, seu corpo convulsionando enquanto os venenos se espalhavam.

Os cientistas continuaram a monitorar seus sinais vitais. Even estava em um estado de semiconsciência, sua visão turva e escurecida. Ela sabia que precisava resistir, mas cada segundo era uma batalha agonizante.

A estrela ocultaOnde histórias criam vida. Descubra agora