018- O Pedido

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Os dias transcorreram com uma languidez pesada, marcada pela revelação perturbadora de que aquele homem estranho desejava a rara habilidade de Hitomi

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Os dias transcorreram com uma languidez pesada, marcada pela revelação perturbadora de que aquele homem estranho desejava a rara habilidade de Hitomi. A mesma habilidade que ela, com tanta dificuldade, havia usado para remendar meu pescoço ferido. Sua habilidade era um dom insólito, ao qual ela mal tinha domínio, e que, segundo ele, era a única esperança de cura para sua doença incurável.

Hitomi e eu continuávamos a nos tratar como de costume, mas uma mudança sutil permeava nosso comportamento. As palavras de ódio que outrora trocávamos com tanta frequência foram substituídas por um silêncio eloquente, que ocasionalmente se rompia em beijos furtivos e carícias delicadas. Nossa relação se transformava, tecida em fios de ternura silenciosa e toques de afeto.

Então, o aniversário de Konoha chegou. A vila estava repleta de vida, cada esquina exalando a alegria efusiva da celebração de sua fundação.

Enquanto eu caminhava pelas ruas decoradas, ao lado de Hitomi, não pude deixar de notar a luminosa vibração que emanava dela. Seu sorriso, suave e radiante, parecia iluminar o próprio ar ao seu redor. Estávamos rodeados pelo som de risos e vozes exaltadas, mas para mim, o mundo se reduzia ao brilho dos olhos de Hitomi e ao toque sutil de sua mão na minha.

Parados à margem da grande praça onde se concentrava a festividade, observei as lanternas coloridas dançando ao vento, suas luzes refletindo no rosto de Hitomi. A beleza dela, acentuada pela iluminação oscilante, era quase etérea. Meus pensamentos eram um turbilhão, presos entre a necessidade de protegê-la e o desejo de estar ao seu lado.

Hitomi- Shikadai.. -sua voz melodiosa rompeu meus devaneios. -Você acha que algum dia poderei controlar essa habilidade?

Olhei para ela, buscando em seu olhar a resposta que eu não possuía.

Shikadai-Não sei, Tomi..-disse suavemente- Mas acredito que, com o tempo, você encontrará um meio. E estarei aqui para te ajudar.

Ela sorriu, um sorriso que me fez sentir uma calorosa esperança. Aproximei-me, incapaz de resistir à atração que ela exercia sobre mim, e deixei meus lábios tocarem os dela em um beijo terno e profundo. Ali, no coração da vila em festa, entre as risadas e músicas, selamos mais uma vez nossa conexão, um vínculo que crescia e se fortalecia, feito de amor e promessa de proteção mútua.

A noite avançava, tingida pela animação das festividades. Hitomi e eu nos aventuramos pelas barraquinhas de comida, desfrutando de sabores variados, e jogamos nos estandes de jogos, nossas risadas se misturando ao burburinho da festa. Hishi, nosso companheiro lupino, vagueava livremente, perdido na multidão, mas não nos preocupávamos, sabendo que ele sempre retornava.

Durante a comemoração, nos deparamos com Cho Cho, que estava na companhia de Hiromi. Ao vê-los, um sorriso sapeca se formou no meu rosto e no dela, e Hitomi não perdeu a chance de provocar.

Hitomi- EU SHIPPO EIN!!!!! - gritou ela, com um tom de provocação que ecoou pelo local.

As provocações se intensificaram, chamando-os de casal e arrancando risos de quem passava. Cho Cho, em um gesto inesperado para nos calar, puxou Hiromi pela blusa e o beijou.

Hitomi- Meu Jashin... - Hitomi murmurou, perplexa.

Shikadai- Ok.. Eu não esperava por isso - admiti, surpreso.

O mais espantoso foi que Hiromi retribuiu o beijo, sem sequer hesitar.

Hitomi- EU TE AMO, CUNHADA!!! - Hitomi gritou de longe, sua voz cheia de alegria e surpresa.

Shikadai- Eu não acredito! Não era ele que dizia que não ia ter namorada? - perguntei, rindo.

Hitomi- Depois eu converso com ele, vou zoar ele pro resto da vida! - Hitomi respondeu, ainda rindo.

Em uníssono, repetimos a frase que Hiromi tinha dito dias atrás:

Hitomi/Shikadai- "Namorar? Eu?! Eca! Nunca chegaria perto de nenhuma garota, ainda mais a Cho Cho."

Rimos juntos e continuamos nosso caminho, aproveitando a noite na companhia um do outro. De mãos dadas, trocavamos chakra um com o outro, uma conexão íntima e serena.

Quando os fogos de artifício estavam prestes a começar, nos dirigimos para a ponte da vila, buscando a melhor vista. À meia-noite, o céu explodiu em cores vibrantes, refletindo nos olhos maravilhados de Hitomi.

Hitomi- É lindo...! - ela murmurou, encantada.

Respirei fundo e tirei duas pulseiras do bolso, colocando uma no meu braço antes de tocar o braço dela, chamando sua atenção.

Hitomi- Oh... -ela exclamou ao ver as iniciais nas pulseiras. -O que é isso?

Shikadai- Bom, seria uma maneira discreta de compromisso... Já que não tem a menor condição da gente usar aliança - expliquei.

Ela sabia que seu pai, sendo extremamente ciumento, jamais permitiria tal coisa. Mesmo que ele não se importasse muito comigo, Hitomi sempre mencionava seu ciúme. E meu pai, embora tivesse aceitado Hitomi, poderia reagir de forma imprevisível. Assim, nosso namoro era tecnicamente escondido.

Shikadai- Tomi, eu não tive um pedido decente, a gente só começou a agir assim sem mais nem menos, então eu quis fazer algo diferente apenas para deixar claro e ter certeza que você é minha. Quer ser minha namorada? - perguntei, sentindo meu coração acelerar.

Seu sorriso bobo foi resposta suficiente antes de me puxar pela blusa, beijando-me intensamente. Rodeei sua cintura, e ela passou os braços ao redor do meu pescoço, aprofundando o beijo. Nos separamos apenas pela falta de ar, e ela continuava sorrindo.

Hitomi- Isso já deve responder a sua pergunta! - disse ela, com alegria evidente.

Shikadai- Eu te amo, Tomi - murmurei, beijando as costas de sua mão.

Passei o braço ao redor do seu pescoço, puxando-a para mais perto, e juntos, observamos o espetáculo colorido no céu. Não havia dúvidas em meu coração: eu a amava profundamente, e nada mudaria isso, sempre a amaria.. Independente de tudo.

𝕺 𝕽𝖎𝖙𝖚𝖆𝖑 𝕯𝖔 𝕬𝖒𝖔𝖗 |ˢʰᶦᵏᵃᵈᵃᶦ ᴺᵃʳᵃOnde histórias criam vida. Descubra agora