020- Encontro Inevitável

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Três anos haviam se escoado desde o dia fatídico em que avistei Hitomi pela última vez

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Três anos haviam se escoado desde o dia fatídico em que avistei Hitomi pela última vez. A distância impôs-se como um fardo intransponível, suas ausências se enredaram em minha alma como teias de aranha. Mantínhamos a comunicação por mensagens e ligações prolongadas, mas a frequência dessas interações declinou gradualmente. As missões incessantes que abarrotavam minha rotina culminaram na minha promoção a Jounnin, agravando ainda mais minha falta de tempo. Hitomi, por sua vez, também ascendera a Jounnin, e assim, nossas correspondências findaram-se por completo.

A saudade que nutria por ela era avassaladora. A pulseira de namoro adornada com sua inicial permanecia firmemente no meu pulso, um símbolo indelével do nosso vínculo. Esta semana, eu completaria dezessete anos, marcando três anos de uma existência sem a presença tangível da garota que habitava meus sonhos.

Regressava à vila após um churrasco com meu time, contemplando a vastidão celeste enquanto Inojin e Cho Cho caminhavam ao meu lado. Cho Cho mantinha uma comunicação assídua com Hiromi, e às vezes, indagava sobre Hitomi em meu nome, mas a resposta invariavelmente se limitava a "ela está bem". Essa laconicidade exacerbava minha preocupação, pois notícias substanciais dela eram uma raridade.

Recebemos então um chamado urgente do Hokage. Ao chegarmos ao quartel-general, Naruto proferiu uma notícia de importância crucial:

Naruto-Terá um festival em Kirigakure daqui a três dias, reunindo ninjas renomados e poderosos. No entanto, detectamos indícios de um possível ataque durante o evento. Quero que vocês estejam atentos, capturem os terroristas e os prendam na prisão da vila.

Após assumir a missão, partimos para Kirigakure pela linha de trem. Mergulhado em pensamentos melancólicos, sentia-me incompleto desde que Hitomi partira. Minha extroversão murchara, e todos ao meu redor perceberam essa mudança. Ela não só dominava meus pensamentos, mas também tinha o poder de moldar meu humor.

Ao chegarmos na vila, hospedamo-nos em um hotel, e me prontifiquei a pagar pela acomodação de todo o time, uma oferta que Cho Cho e Inojin aceitaram sem questionar. No quarto, joguei-me na cama, fitando o teto enquanto suspirava. Tudo o que eu fazia remetia a ela, mesmo após tanto tempo sem nos falarmos. Sonhava com ela incessantemente, rememorando cada momento juntos, ansiando por seus beijos, seus abraços, pela harmonia de nossos chakras em sincronia. Essa saudade era um tormento constante, um paradoxo para alguém que jurara nunca sofrer por amor. Hitomi demonstrou-me o contrário.

Três dias transcorreram e também o meu aniversário, era noite quando comecei a me preparar. Após um banho, encarei meu reflexo no espelho, notando o quanto havia crescido, os músculos mais definidos. Passei perfume, amarrei meus cabelos e, por causa do frio, vesti uma capa verde.

Saí do quarto e, acompanhado por Cho Cho e Inojin, dirigimo-nos ao local do festival. O ambiente estava apinhado de gente. Entregamos nossos nomes na entrada e, ao adentrar, fomos recebidos por uma miríade de estímulos: bebidas, mulheres dançando sexualmente no palco, homens as observando e jogando dinheiro, casais se pegando, drogas lícitas, e várias outras. Inojin logo foi abordado por uma moça, e em pouco tempo desapareceu com ela.

Chocho-Isso aqui é enorme!-exclamou Cho Cho.

Shikadai- Cuidado, Cho Cho, não vai querer sumir pela festa igual o Inojin!- brinco.

Cho-Eu namoro, jamais faria algo imprudente! -replicou, revirando os olhos antes de se afastar.

Encontrei um sofá macio e me sentei, estendendo os braços sobre o encosto e reclinando a cabeça, relaxando os músculos. Tudo o que precisava era esperar que algo acontecesse, embora minha mente permanecesse dominada por lembranças de Hitomi.

Hoje, no ocaso de meus dezessete anos, a ausência de Hitomi se prolongava por três intermináveis anos. Sentia-me desolado, o vazio em meu peito ecoava em cada pensamento. Nenhuma outra mulher despertava em mim qualquer resquício de atração ou prazer; ao contrário, sentia um profundo desprezo por todas, exceto por ela. Imagino o quanto Hitomi deve ter mudado, se antes já era deslumbrante, agora deveria ser uma verdadeira mulher.

Enquanto estava sentado, uma moça aproximou-se e sentou ao meu lado.

Moça-Boa noite, parece triste sozinho...

Shikadai-Não quero papo!-respondi secamente.

Moça-Calminha, meu amor, eu só quero te deixar feliz, eu posso te ajudar e te proporcionar uma noite muito divertida... Você é tão... Gostoso...

Shikadai-Mesmo?- perguntei, minha voz carregada de sarcasmo.

Moça-Sim! Como posso te ajudar?

Shikadai-Saindo do meu rumo. Vaza!

Não demorou muito para que outra moça se sentasse do outro lado, enquanto uma terceira envolvia seus braços ao redor do meu pescoço, por trás do sofá. Franzi o cenho, indignado com a invasão de meu espaço. Elas continuavam a falar sobre minha aparência e outras banalidades de prazer. Sentia um nojo visceral de qualquer mulher que não fosse Hitomi; nenhuma daquelas era ela!

Levantei-me abruptamente, caminhando com passos pesados para longe daquelas intrusas. Foi então que senti algo, uma brisa suave que me preencheu internamente, acalmando meu corpo e transformando meu humor antes irritado e impaciente em algo sereno. Estava na área interna da festa, um quintal com piscina, mais afastado e vazio. O que havia acontecido?

Antes que pudesse ponderar mais, uma voz familiar fez meu coração disparar, e tive que me beliscar para ter certeza de que não estava sonhando.

Hitomi- SHIKADAI!!!!!

A melodia suave de sua voz ecoou em minha mente, trazendo uma leveza indescritível. Um sorriso espontâneo se formou em meu rosto. Era ela...

Hitomi estava ali, os cabelos muito mais longos, adornados com um vestido vermelho colado, com fendas nas coxas, revelando um short curto por baixo. Usava uma bota preta de salto, que ia até metade de suas coxas, e uma luva preta que deixava os dedos à mostra. Suas joias brilhavam, e seu traje luxuoso realçava ainda mais sua beleza. Tudo ao redor desapareceu; só restávamos eu e ela.

O que me trouxe alívio e imensa felicidade foi ver que ela ainda usava o colar que lhe dei de aniversário, e também a nossa pulseira de compromisso.

Ela pulou em meus braços, e eu a segurei pela cintura, girando-a uma vez no ar como uma princesa. Ao colocá-la de volta no chão, nossos lábios se encontraram. Minhas mãos seguravam firmemente sua cintura, enquanto os braços dela envolviam meu pescoço, aprofundando o beijo. Sua língua encontrou a minha, e o sabor do vinho em seus lábios era inebriante. Quando a falta de ar nos separou, colamos nossas testas, sorrindo um para o outro.

Shikadai-Eu te esperei, Tomi... Te esperei por...- comecei a dizer, mas fui interrompido.

Hitomi-Por 1277 dias! Eu contei todos eles como se fosse uma eternidade!

Ela sorriu e me abraçou novamente, seu perfume doce invadindo minhas narinas, o mesmo de sempre. Hitomi nunca mudava...

Esse acabou de se tornar o aniversário mais feliz da minha vida!

𝕺 𝕽𝖎𝖙𝖚𝖆𝖑 𝕯𝖔 𝕬𝖒𝖔𝖗 |ˢʰᶦᵏᵃᵈᵃᶦ ᴺᵃʳᵃOnde histórias criam vida. Descubra agora