A Filha Perdida Do Dono Do Morro

Capítulo 47

Lycka Claire

2 semanas depois

É Domingo, como uma bela procrastinadora que sou escolhi deixar todo trabalho para depois e tirar o dia para me empanturrar de Doritos assistindo Dorama. Eu nem gosto muito de Doritos, na verdade odeio os dois, porém minha TPM me humilha de várias formas e umas delas é me fazendo amar tudo que odeio nesses dias.

Coloco a mão dentro da embalagem de Doritos e vejo que está vazio, era o terceiro, numa tentativa de pegar outro pacote que está do lado oposto da mesa meu corpo cai sobre o tapete e sinto uma dor na parte interior da coxa, solto um gemido e me levanto para concluir a missão. Vou até a cozinha pego uma coca, em dois goles enormes a lata fica vazia, arroto satisfeita e jogo o recipiente no saco de lixo. Em passos lentos arrastando meu pinjama volto na sala e me jogo no sofá sentindo uma dor mais forte do que anterior, vou precisar dar uma olhada nela logo.

Ouço meu celular chamar no fundo, tateio ainda com os olhos fechados mas não alcanço, ele para de tocar e eu volto a dormir. Minutos depois ouço o som do mesmo tocar novamente e levanto-me irritada para pegar mas acabo tropeçando num urso enorme que está no meio sala, chuto ele e começo a procurar meu celular por toda parte mas não o acho em lugar nenhum daí viro e percebo que ele está bem no bolso da minha calça. Limpo meus olhos para enxergar quem é, e olho para mim de cima a baixo desesperada quando vejo que é o Renan.

Atendo e pouso o celular na mesa colocando-o mais longe possível de mim.

— Tinha que ser por vídeo chamada? — Pergunto com a voz rouca, eu ainda não tinha acordado totalmente.

— Por que você demorou tanto para atender? Estava dormindo? Por que você está longe da câmera, amor? — Ele me bombardeia com perguntas mas eu me foco no apelido e sorrio igual boba.

— Calma menino. — Digo posicionado o celular na horizontal apoiando-o na jarra para que ele possa me ver agora.

— Cara, você está horrível.

— Eu sei, Renan. — Digo me contendo para não chorar e limpo o canto da minha boca com a manga da minha camisa, eu lubrifiquei ela com saliva. — Que nojo!

— Você está naqueles dias? — Pergunta e eu abano a cabeça concordando. Ele se ajeita no assento e olha ao seu arredor procurando alguma coisa — Tem um pedaço de alguma coisa no céu cabelo.

— Eu vou ficar com raiva de você se continuar cuidado da minha aparência invés da sua vida. Para onde você está indo?

— Vou pegar algo na casa do Victor e passo aí em 2h.

Ele encerra a ligação e eu me sento no chão, começo a chorar pela dor na minha perna e pelo estado deprimente em que estou. Se passam uns 20 minutos e ouço o barulho da porta sendo destrancada, a única pessoa além de mim que possui as chaves é o Renan.

— Você não disse que chega em duas horas?Pergunto alto para que ele possa me escutar.

— Eu já estava perto mas dei a volta para ir numa loja na esquina. Porquê você ainda está nesse estado?

— Eu ia me arrumar daqui há alguns minutos, antes de tu chegar, mas você chegou mais cedo do que eu planejava.

— Você não precisa se arrumar porque eu estou vindo ver você, se arrume e fique linda por você mesma. — Ele diz se aproximando e da um beijo suave nos meus lábios. — Eu te amo, sua fedorenta.