Capítulo 42

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~Entrelinhas~

Estou furioso e começo a jogar ao chão tudo que está em minha mesa.O idiota só tinha que pegar uma garota de 19 anos e falhou na missão.

— Como você deixou ela fugir, PORRA? — grito e ele se assusta mais ainda quanto atiro o vaso na parede com a intenção de o acertar mas falho miseravelmente — Você só tinha que pegar a garota desgraçado.

— Mas ela começou a correr senh...— Tenta se defender mas o corto quando abro a gaveta e tiro a minha arma — Você tem uma semana para pegar aquela imbecil.

— SAIA.

Respiro e inspiro, como eu vou explicar para o homem que não tenho a menina em mãos? Ele vai me matar na primeira oportunidade por culpa dessa menina inútil.

Ando de um lado para outro tentando achar uma solução para não perder minha vida, meu celular chama e eu vou até ele, solto o ar e me preparo para a conversa que teria.

— Boa noite — cumprimento tentando manter uma posição firme

— Que notícias tem para mim?

Ele sempre foi tão frio e calculista, nunca quer saber de saudações mas sim ir direto ao assunto. Continuo calado e me tremendo todo porque não sei o que dizer e estou com muito medo desse ser a última noite da minha vida.

— Presumo que a missão foi um fracasso.

— Infelizmente meu homem não conseguiu pegar a menina a tempo. Me dê mais duas semanas e eu entrego ela para você.

— Tente achar informações sobre ela, cidade natal, pais, ou qualquer outra coisa útil.

Encerra-se a ligação.

E foi o que eu fiz a semana toda, desvendar o mistério sobre a vida da doce menina que morava com uma amiga e invés de familiares. Com isso acabei descobrindo algo maravilhoso, que o pai da garota é um velho amigo.

Usando meu celular e uma simples ligação consegui ter o homem na minha sala dois dias depois. Parecia estar próximo cumprir o trabalho dado por Eduardo e finalmente me livrar da morte.

— Que bom revê-lo meu grande amigo.

Sempre fiz favores as pessoas com limitações na intenção de um dia eles agradecerem esses favores fazendo algo por mim.

— Quanto tempo, como vai? — Pergunta estendendo suas mãos imundas — Pensei que nunca mais veria o homem que me ajudou por anos.

— Chegou a hora de retribuir estes jestos, Claire.

— Como posso ajudá-lo? — pergunta com um enorme sorriso nos lábios, como se estivesse disposto a fazer qualquer coisa para demonstrar sua gratidão.

— Vamos começar pela sua filha.

— Filha? — indaga e eu assinto. Como alguém pode esquecer que tem uma filha? — Se estiver falando da garota de 15 anos atrás, ela não é minha filha.

Estou espantando e ao mesmo tempo feliz com a informação que será muito útil para mim. Lembro-me de ir até ao campo para rever Claire e sua família, lá estava ele com uma criança no colo olhando-a com desgosto. A menina era tão nova e cheia de brilho nos olhos que nem percebia a malicia nos olhos de seu pai.

Como eu não percebi que Lycka Claire é filha do velho e amigo Claire, eu a conheci quando tinha 4 anos e hoje ela já é uma mulher independente.

— Estamos falando da mesma menina que vivia com você e sua esposa?

— Sim, ela não é minha filha.

— Me conte mais sobre isso, não se esqueça de nenhum pequeno detalhe.

A cada dez palavras eu ficava ainda mais surpreso, como elas foram capazes de tamanha crueldade? Tirar a menina do leito da mãe ainda com 30minutos de vida e substituí-la por um outro bebê morto.

Era triste ter que saber que ele nem sequer conviveu com os seus pais biológicos, mas isso não me impediu de traçar um plano para pegar Lycka e levá-la até sua possível morte para eu puder sobreviver.

A Filha Perdida Do Dono Do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora