Capítulo 10: A Pirâmide Suspensa

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Os três jovens mal piscavam. Como assim: Majestades e Herdeiros de Möbius? O vento circulava por suas bocas abertas, conforme encaravam aquele velho curvado em reverência. Julgavam, em seus íntimos, terem ouvido mal.

— Como assim, herdeiros? Nem..., nem conheço o senhor! — balbuciou Sonabelia, incrédula.

Cara! Que loucura é essa... — murmurava o ladrão para si mesmo.

— Quem é você? — Peterson, desconfiado, preferiu não levar a sério a frase proferida pelo estranho, julgando que ele podia tê-los confundido com outras pessoas.

O homenzinho ergueu-se novamente e com um sorriso plácido para os três, continuou:

— Meu nome é Möiras. Möiras, o terceiro oráculo de Möbius — repetiu.

Estava claro pelos olhares perdidos, que ainda nada entendiam, e não era para menos!

— Venham comigo — pediu o velho, que passando pelos jovens, se encaminhou para a pirâmide enorme atrás deles.

Sonabelia e o ladrão ficaram estáticos no mesmo lugar, apenas observando Möiras se afastar, enquanto que Peterson se apressou até ele.

— Eu não posso ficar aqui! Tenho que voltar para a capital, senhor. Por favor, me mostre à saída daqui — o arqueiro suplicou inquieto ao que o homenzinho mal pareceu ligar.

— E você irá retornar meu jovem, mas não agora, é perigoso, muito perigoso.

— Mas...

— Será capturado se retornar Peterson, e capturado, nada poderá fazer quanto seus pais.

— Como sabe meu nome?! — espantou-se o jovem e antes que pudesse obter a resposta, a garota do grupo se aproximou correndo.

— Também não quero ficar aqui! Minha tia, Lady Whitnery, foi presa injustamente! Não me diga que terei de pagar você para voltar...

— Oh, não, não mocinha! Na verdade, nem pagando você voltaria.

— Como é que é? — A menina franziu as sobrancelhas e pôs as mãos na cintura. Uma pessoa recusando dinheiro?

Nesse momento o ladrão chegou, após ter-se levantado.

— O que cê quer comigo? Cara, cê não disser a saída, vou sozinho achar!

— Está livre para procurar a saída meu caro, fique à vontade, mas advirto que é um tanto alto onde estamos.

Não só o ladrão, como os outros dois pré-adolescentes, vasculharam os arredores com os olhos, notando que em qualquer direção, se deparavam com o fim do local peculiar onde estavam.

Não existiam caminhos, escadas, rampas, elemödores, nada que pudesse descê-los da rocha suspensa no ar.

— Agora, se vierem comigo — continuou Möiras —, poderei dar todas as respostas sobre mim, este lugar, e por que devem ficar. Que tal?

O homenzinho astuto esperou paciente pela resposta. Após um breve minuto de silêncio, Peterson foi o primeiro a tomar uma decisão.

— Tudo bem. Vou com o senhor. — Sem flechas ou para onde fugir, o arqueiro via-se num beco sem saída e, dessa vez, sem bueiro algum que pudesse salvá-lo.

O dito oráculo mostrou os dentes tortos para ele, esperando os outros dois jovens se decidirem.

— Certo, eu vou — Sonabelia bufou.

— Qualé! Não tem escolha mesmo cara! — o ladrão retrucou.

— Irá ou não irá? — incitou Möiras.

O Anel de Möbius e as Estrelas da LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora