Capítulo 18: O Homem do Capuz

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Foi dado tempo para os jovens pensarem. Durante todo ele, Dashius e Diedrek vigiaram-nos.

Peterson sentia que algo muito ruim aconteceria caso recusasse, mas se lembrou das palavras do oráculo: "...vocês receberão uma proposta... uma proposta muito tentadora..."

Sonabelia, como o arqueiro, estava indecisa. Temia pela tia e Spencer; entretanto, e a mulher do quadro? Sua possível mãe? Que fariam com ela?

Thersandro era o único inclinado a aceitar, não conhecia a rainha e, ao que tudo indicava, até então, ela não estava nem aí para eles; além do mais, seria recompensado caso ajudasse, seu pai, e chefe, seria libertado.

— O que vão fazer com a rainha? — Beli hesitara, mas perguntou.

— Será presa e pagará por seus crimes — o homem da tela respondeu-a de pronto.

Sonabelia lembrou-se das histórias contadas por Möiras: a rainha havia tido o seu trono tomado à força. Qual versão seria à verdadeira? A do Oráculo ou do homem da tela, que trouxera evolução à Möbius?

Cada um dos jovens escolheu:

— Não irei aceitar — Beli decidiu e, mirando os caçadores, continuou: — Nos veremos nos tribunais, idiotas! Isso eu garanto.

Os dois não esboçaram nenhuma reação.

— Também não irei aceitar; apenas palavras não são o suficiente para acreditar que irá cumprir com o que diz — Peter, também decidiu. Sua intuição falava mais alto; não sentia confiança naquele homem que nunca vira na vida e, que diferente do Oráculo, nada fizera por ele.

Restou apenas Thersandro, o único a não responder até o momento. Seus olhos, verdes como ácido, miravam os dois ao lado no sofá.

— Por que não? Ele vai libertar os outros, e vai saber quem de verdade é essa tal de rainha! — seu tom era de indiferença. — Eu toparia se deixasse a galera do subterrâneo em paz.

— O quê?! — Peter e Beli, deixaram os queixos caírem.

— Ótimo! Alguém com bom senso! Deviam escutar o irmão de vocês — a voz na tela soltou. — Dashius! Diedrek! Levem esses dois para a cela, vocês serão recompensados por encontrá-los.

— Nem pense em encostar! — Beli ameaçou. — Só queremos que soltem os outros, e esses inconvenientes nem nos encontraram! Nós que viemos!

— Não queremos causar problemas — completou Peter, preparado para transformar o pingente em arco caso precisasse. — Apenas quero meus pais de volta, podem se meter comigo depois.

— Rapaz, senhorita, vocês não estão em condições de negociar, não mais! Levem-nos daqui! Se não vão cooperar por bem, cooperarão por mal! — continuou ordenando a voz.

Quando os caçadores levantaram, Peter preparou-se para recuar ou atacar; mas, de repente, mãos metálicas e frias cravaram-se em seus braços. Eram os guardas-robôs, esquecidos até então atrás do sofá, vigiando-os.

— Ei, ei, só vou aceitar se soltar eles, cara! — interviu Theo. Por algum motivo, sentiu uma pontada no peito ao vê-los desesperados.

— Oh, é mesmo? — desdenhou o homem na tela. — Então leve todos para o Robotizador! Duvido que a rainha não apareça! Comunique agora mesmo isto em todos os canais... — ele pareceu dar ordens a alguém junto a si na sala da tela.

— Se afaste de mim! — Beli, que tinha se erguido ao ver Peter ser capturado, recuou para um lado da sala.

— Obedeçam! Ou isso vai ficar um pouco..., violento — informou Deshius.

O Anel de Möbius e as Estrelas da LiberdadeOnde histórias criam vida. Descubra agora