Do lado de fora da pirâmide, o céu estava bastante azulado, de um modo que Möbius já não conhecia mais.
O Oráculo desceu a ponte invisível junto com os três jovens e suas armas, providenciando para Peterson algumas flechas de madeira que, fundidas ao pingente, se tornaram proporcionais e do mesmo material metálico.
— Por que é invisível? — perguntou o arqueiro ao descerem a rampa peculiar da pirâmide.
— Os antigos fizeram esse sistema de ponte para enganar possíveis invasores; mas, digamos que se tornou obsoleto, depois da chegada de novas tecnologias e a ilha se tornar flutuante com ajuda de um grande ímã — explicou Möiras.
Juntos, eles contornaram a pirâmide, tendo paciência com o velho, que caminhava sem pressa. À medida que prosseguiam o cacarejar de galinhas e mugidos puderam ser ouvidos, e logo conseguiram ver um celeiro mais afastado da estrutura piramidal, cercado de cercas de madeira. As vacas estavam em outro cercado ao lado e, mais à frente, a ilha flutuante se estendia até um bosque. Foi ali que pararam.
— Para que os deixe ir, precisarão me provar que são capazes de usar suas armas e se defenderem — contou Möiras. — Apenas assim, poderei deixá-los irem. Acham que conseguem fazer isso?
— Será tranquilo. — Peterson, já tentava encaixar as flechas no novo arco. — Sou o melhor da minha aldeia com o arco — gabou-se.
— Isso aqui não parece bem uma arma, mas se eu tiver só que surfar, vai ser molezinha, cara. — Thersandro, jogou a prancha na grama e ela automaticamente começou a flutuar.
— Eu..., eu vou tentar, pela minha tia, não deve ser tão difícil quanto escalar uma mangueira. — Sonabelia não queria admitir, mas ainda tentava adivinhar como o teclado funcionava. Por mais que soubesse tocar piano, o objeto era totalmente diferente de um.
Möiras mostrou os dentes brancos e meio recuados, antes de tirar um controle de dentro do manto que usava; misteriosamente guardado nele. O controle parecia com os que controlavam os robôs de Arcádia: quadrangular e com uma tela verde acoplada.
O homenzinho resmungou para o aparelho conforme mexia nele, parecia se enrolar com as teclas.
— Perdão. Ainda não sou acostumado com esses aparelhos e faz tempo que não mexo nisso! — Ele finalmente pareceu acertar ao ativar o comando de voz.
O arqueiro, a moça e o ladrão, foram obrigados a encarar na direção das árvores, quando seus galhos e folhas começaram a chacoalhar. Eles ficaram apreensivos; porém, o que saiu dali, foi uma máquina em formato de cubo, com esteiras rolantes que tratavam de fazê-la se locomover.
— E não se preocupem, suas armas retornarão a forma de pendente nas correntes em seus pescoços caso as percam — acrescentou Möiras.
A máquina mal chegava à altura dos pré-adolescentes, muito menos aparentava ser um guarda-robô.
— Parece com o robô que apara a grama lá de casa — satirizou Sonabelia.
De repente, a pequena máquina começou a se expandir. Suas peças metálicas abriram — revelando diversos compartimentos e subcompartimentos — e foram se desdobrando e retorcendo. Logo, o pequeno cubo, deu forma a um robô bastante encorpado, cuja sombra encobriu os três jovens, embasbacados!
Um braço de metal grosso e pesado veio cair de encontro a eles, que correram para não serem esmagados. Fez-se um estrondo quando se chocou na terra.
— Os cortadores de grama da sua casa fazem isso?! — gritou o ladrão.
— Eu disse que parecia! — esclareceu a garota, assustada.
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O Anel de Möbius e as Estrelas da Liberdade
AventuraNo reino de Möbius - devastado e quase tomado por máquinas - os pré-adolescentes: Peterson, que busca descobrir o motivo das invasões na floresta em que vive; Sonabelia, que espera seu aniversário de debutante; e Thersandro, que almeja ser um grande...