Minha vida nunca foi fácil. Quando eu tinha apenas oito anos, um incêndio devastador tirou tudo o que eu conhecia. Perdi meus pais naquela tragédia, e desde então, fui forçado a crescer muito mais rápido do que qualquer criança deveria. O orfanato se tornou meu lar, um lugar onde aprendi a endurecer o coração e a não esperar muito da vida. Lá, fiz alguns amigos, mas nenhum vínculo era tão forte quanto o que eu precisava para superar a perda dos meus pais.
Crescendo no orfanato, vi muitas crianças entrarem e saírem, algumas adotadas, outras indo para outras instituições. Eu me perguntava se algum dia alguém viria me buscar, mas à medida que os anos passavam, essa esperança se transformou em uma aceitação amarga de que eu teria que cuidar de mim mesmo.
Quando completei dezoito anos, saí do orfanato com uma mala de roupas e um mundo de incertezas pela frente. Consegui um emprego de meio período em uma lanchonete, onde ganhava o suficiente para pagar um quarto minúsculo e economizar um pouco para a faculdade. Durante o dia, trabalhava sem parar, e à noite, me dedicava aos estudos. Sabia que a educação era a chave para escapar da vida que o destino tinha me reservado.
Meus anos na faculdade foram duros. Eu não tinha o luxo de participar de festas ou de me envolver em atividades sociais. Cada segundo do meu tempo era dividido entre trabalhar e estudar. No entanto, essa rotina me deu uma disciplina e uma força que poucos possuíam. Minha determinação crescia a cada obstáculo superado. Decidi estudar Direito, não só porque me interessava, mas também porque sabia que seria uma forma de lutar por justiça, algo que meus pais nunca tiveram.
Foi durante esse período que conheci Wendy. Nossas trajetórias se cruzaram de uma maneira quase cômica, mas desde o início, houve uma conexão inegável entre nós. Lembro-me vividamente da primeira vez que nos encontramos. Era uma corrida de rua, e por uma razão ou outra, acabamos discutindo acaloradamente. No entanto, aquela briga inicial logo se transformou em respeito mútuo e, eventualmente, em uma amizade inquebrável.
Wendy era uma força da natureza, e eu me via refletido em sua determinação e coragem. Ambos tínhamos nossas cicatrizes e, de certa forma, encontrávamos consolo um no outro. Quando comecei a trabalhar no mesmo departamento de investigação que ela, nossa amizade se fortaleceu ainda mais. Estávamos sempre lado a lado, apoiando-nos nas horas difíceis e celebrando as vitórias juntos.
Ainda me lembro de quando enfrentamos nosso primeiro caso importante juntos. A sensação de estar ao lado de Wendy, sabendo que podíamos confiar um no outro, foi algo que me deu uma nova perspectiva sobre a vida. Ela me ensinou a importância de ter alguém com quem contar, e eu estava determinado a ser essa pessoa para ela.
Hoje, enquanto observo o vai e vem na promotoria, penso em tudo o que passamos. As perdas, as vitórias, os momentos de dúvida e as alegrias compartilhadas. Cada experiência nos moldou, e apesar de todos os desafios, continuamos a lutar pelo que acreditamos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Obsessão Mortal: O Perigo Mora ao Lado
Roman d'amourA determinada promotora Wendy, embarca em uma intensa investigação para capturar um assassino de aluguel que assola a cidade. Enquanto se apaixona pelo misterioso vizinho, Wendy não faz ideia de que o homem por quem se encantou, Maxwell, é o próprio...