Sentada no canto da sala, eu olhava para o vazio enquanto todos ao meu redor pareciam em movimento constante, concentrados em um único objetivo: encontrar Max. O som dos teclados, os telefones tocando, as vozes abafadas discutindo estratégias… tudo se misturava em um ruído distante para mim. Minha mente estava em outro lugar, perdida entre o passado e o presente, entre a culpa e o alívio.
Eu sabia que deveria estar ajudando, que meu dever como promotora era capturá-lo, trazer justiça, mas cada vez que tentava me concentrar nos documentos à minha frente, minha visão ficava turva, e meus pensamentos voltavam para ele. Aquele último olhar, o toque de seus lábios nos meus, o som da porta se fechando enquanto ele desaparecia da minha vista. Max estava livre, e eu era a responsável por isso.
Uma parte de mim se arrependia profundamente. Eu traí minha missão, tudo o que sempre acreditei. Senti o peso da culpa pressionando meu peito, apertando meu coração a cada respiração. Eu sabia o que as pessoas diriam se descobrissem o que eu fiz, sabia que poderia perder tudo. E se Max usasse essa liberdade para fugir para sempre? Para machucar alguém de novo? Essas perguntas me atormentavam.
Mas, ao mesmo tempo, havia uma satisfação sombria dentro de mim, uma satisfação que eu não queria admitir, mas que pulsava nas profundezas do meu ser. Eu o libertei. O homem que eu amava estava livre porque eu escolhi confiar, escolhi seguir meu coração em vez de minha razão. Era como se eu estivesse dividida entre duas versões de mim mesma: a promotora que sempre buscou justiça e a mulher que amava, que queria proteger a todo custo.
Eu me odiava por querer isso, por querer que ele escapasse. Mas eu também sabia que, se tivesse a chance, faria tudo de novo. Porque, no fim, o que havia entre nós era maior do que qualquer lógica, do que qualquer dever. Era visceral, incontrolável, uma paixão que me consumia por completo.
Então, eu permaneci ali, calada, deixando os pensamentos me dominarem, tentando encontrar algum sentido no caos que minha vida se tornara. De vez em quando, eu sentia os olhares curiosos de alguns colegas, como se soubessem que havia algo errado, que eu não estava ali de corpo e alma. Eles não entendiam. Como poderiam? Eu estava presa em um dilema que só eu poderia resolver, em um conflito entre amor e dever que parecia não ter solução.
Enquanto eles buscavam por Max, eu buscava por mim mesma, tentando entender o que restava de Wendy depois de tudo isso. Tentando decidir qual caminho seguir, enquanto o mundo ao meu redor continuava a girar freneticamente, sem nunca parar para respirar.
Estava tão absorta em meus pensamentos, que nem percebi quando Klaus se aproximou. Seus olhos me encaravam com carinho e cuidado.
Klaus puxou uma cadeira e se sentou ao meu lado.
— Você está bem? — Ele perguntou, enquanto afagava meus cabelos.
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Obsessão Mortal: O Perigo Mora ao Lado
RomanceA determinada promotora Wendy, embarca em uma intensa investigação para capturar um assassino de aluguel que assola a cidade. Enquanto se apaixona pelo misterioso vizinho, Wendy não faz ideia de que o homem por quem se encantou, Maxwell, é o próprio...