Capítulo 12 - Decisões Difíceis

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- É normal ser uma bomba relógio prestes a explodir a qualquer momento? - Questionou Scarlett.

- Não quando isso se torna frequente. Com que frequência sente que vai explodir? E em que situações? - Questionou a psicóloga. Scarlett respirou fundo uns instantes pensativa.

- Você sabe o quanto eu era estourada, qualquer faísca e eu simplesmente explodia. Com o tempo eu aprendi a controlar toda essa raiva, mas...

- Mas? - Incentivou a olhando.

- Mas parece que está querendo voltar pior do que já era... E tendo em vista a profissão que eu sigo hoje em dia, não é difícil eu socar algum criminoso ou matar um deles. - Disse a olhando séria.

- Você não é uma assassina Scarlett. - Reforçou.

- Eu sei! Mas eu... Eu sinto tanto ódio dessas pessoas, na minha opinião teria que ser pena de morte para todo e qualquer crime. Principalmente os mais pesados. Sabe como me sinto ao ver Zoey naquela cama de hospital? Já se passou um mês, e não tivemos nenhum sinal... Nada... Nenhuma novidade. Sinceramente eu estou perdendo as esperanças. E saber que eu encontrei o maldito que fez isso com ela, e não enfiei uma bala na cabeça dele na primeira oportunidade me irrita. Porque ele merecia isso. Mas eu quero que ele sofra como Zoey sofreu enquanto era espancado. - Disparou nervosa. Nesse instante lágrimas teimosas percorriam o rosto de Scarlett. - Por que? Que porra Zoey fez pra eles? O que isso muda na vida deles?

- Infelizmente pessoas como eles não se importam com outras pessoas. Eles não querem saber se tem família, se tem alguém que as amem de verdade, que realmente se importa. Você disse que ficou frente a frente com ele, chegou a fazer essa pergunta a ele? - Questionou. Scarlett passou as mãos no rosto para secar as lágrimas.

- O desgraçado só sabe rir da minha cara... Ele está testando todos os meus limites. Ele só não sabe ainda que se ele é debochado, eu sou mil vezes mais. Se ele é sarcástico, eu sou mil vezes mais. Se ele é louco, eu sou mil vezes mais... Eu nunca me segurei tanto na minha vida. Você sabe que eu não medi esforços para arrebentar a cara do pai da minha amiga na época do colégio. Foda-se que ele estava bêbado, eu não estava nem aí. Alguém precisava fazer isso, e não me arrependo de ter feito. Também não medi esforço para torturar e matar o cara que sequestrou e quase abusou a minha filha... E não me arrependo disso. Não me arrependeria de levá-lo pro meio do nada e arrebentar a cara dele, e depois enterrá-lo até o pescoço e deixar sua cabeça pra fora permitindo que os urubus e qualquer outro bicho do mato acabe com ele aos poucos enquanto ele agoniza de dor. - Disparou. Era nítido o ódio nos olhos de Scarlett, e isso preocupava sua psicóloga.

- Não acha que seria bom você tirar um tempo pra você? Antes que toda essa fúria volte? Eu posso afastá-la se quiser. Você viaja com sua família, fica longe disso por um tempo. - Sugeriu.

- E você acha que estamos todos no clima de viajar e curtir em família? Zoey não pode sair daquele hospital, e eu não vou deixar a minha filha sozinha numa situação como essa pra poder curtir com minha esposa e minha outra filha. Isabella também jamais concordaria com isso. Nossa filha precisa da gente, e vamos estar com ela até o fim, e depois do fim. A única coisa que posso dizer é que se esse ódio tiver que sair de alguma forma, eu vou garantir que não afete nenhuma das pessoas que eu amo. - Respondeu a encarando. Scarlett olhou para seu relógio de pulso e levantou-se. - O nosso tempo acabou, tenha um ótimo dia! - Completou indo até a porta e a abrindo.

- Scarlett! - Chamou ela antes que a outra pudesse ir embora. - Não deixe que isso destrua a pessoa maravilhosa que você é. - Aconselhou ao vê-la dar atenção de onde estava. Scarlett ficou uns instantes pensativa, mas apenas deu um breve sorriso de canto e retirou-se fechando a porta em seguida.

FBI Unraveling Criminals (Romance Lésbico Policial) Onde histórias criam vida. Descubra agora