Culpa e retidão

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Aos que leram o capítulo postado acidentalmente cheio de spoilers e insights dessa mente bagunçada (Ganharão um pirulito se manterem o lema do keep it secret, keep it safe 🤫 🤫kkk). Aos que não leram, foi melhor assim! Boa leitura <333

(...)

Anita já havia seguido por muitos caminhos. Encontrado diversas paixões as quais sempre rechaçava ou não se interessava o suficiente para manter a chama da paixão acesa por muito tempo. Havia conhecido o bem e o mal, em sua maioria a maleficência das pessoas. Havia aprendido muito, viajado muito, feito muitas coisas. Algumas das que se orgulhava, outras que deseja apagar de sua mente.

Mas amores, nunca. Os amores naquele extenso fio de sua vida limitaram-se a permanecer pouco e deixaram em Anita marcas irrisórias.

Amor. Aquela palavra era inquietante. Era amor quando se sente primeiro e se pensa depois? Era amor aquele estado de graça que se alcança apenas ao ver, falar, ouvir e tocar? Que doava sem pestanejar? Que doía de tanta vontade e intensidade? Era aquele intenso mergulho o qual se demora a voltar a realidade, mas que a fazia se sentir forte e capaz de enfrentar o mundo inteiro apenas por saber que havia mais alguém ali?

Se tudo que vinha sentindo e trocando com Verônica era amor, então Anita havia aprendido a amar. Havia aprendido a amá-la. Ainda não conhecia a dimensão daquele sentimento e ao mesmo tempo que ele lhe enchia de estima, a assombrava. E esses pensamentos assombraram sua noite, a mantendo acordada por boa parte dela ali naquele sofá.

Ao amanhecer já estava de pé e Verônica também, pois teria que cuidar dos preparativos da festa de aniversário do filho que aconteceria em algumas horas.

O coração de Anita se enche de de ternura ao vislumbrar a cara amassada e cabelos desgrenhados.

Amor. Era amor.

Quase faltava-lhe o ar.

- Bom dia, meu bebê! Dormiu bem? - Pergunta em um bocejo, encaixando seu corpo ao da delegada e sua cabeça sobre o peito.

Verônica também havia demorado para pegar no sono. Estava ansiosa pela festa e ficara ainda mais ansiosa ao ter dito aquelas palavras a Anita. Não se arrependia e não se ressentia por não tê-las ouvido de volta. Só precisava deixar que saíssem. Libertar o que jamais deveria ser aprisionado.

- Bom dia, minha detetive fodona - Saúda fazendo Verônica soltar uma risada pela tratamento exagerado.

- Já está indo? Eu posso te levar...

- Não se preocupe, já pedi o uber.

- Vai voltar pra festa?

Anita desvia o olhar, pensando se seria devido. E Verônica continua.

- Não vai faltar, né?! Rafa gostaria de ter sua presença - Se aproxima de seu ouvido - E eu também - Sussurra.

- Eu... Volto mais tarde então - Tenta controlar o arrepio. Olha para o andar de cima para verificar se a barra estava "limpa" e a beija carinhosamente. Suas línguas se encontravam com calma. Sua almas se conectavam.

- Até mais - Diz num fio de voz recuperando o fôlego - Se cuida - Roça seus narizes.

- Você também... - Deixa um beijo casto na testa da escrivã, se direciona até a porta e antes que pudesse alcançá-la se vira em direção a outra mulher novamente - E Verônica... Eu também... Amo a sua presença - Conclui com o coração acelerado.

Não era um "eu te amo", mas Verônica entendia que sua delegada possuía várias fronteiras imaginárias. A escrivã também sabia que já havia ultrapassado várias delas e continuaria tentando. Até que Anita se permitisse e a permitisse.

Senses - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora