hell woman

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Aquele fim de semana Verônica dedicou inteiramente aos filhos. E a si mesma. Enquanto Paulo viajava. Um momento de recarregar as energias e de refletir em relação ao que queria e o que faria dali em diante. Chegou a pensar que havia fracassado em seu casamento, mas ao encarar as duas pessoas mais importantes de sua vida, logo constatou que sua união com Paulo havia sim sido um sucesso.

Mas sucessos, para se manterem no topo, precisam ser cultivados e renovados, para que novos ápices aconteçam.

E o seu relacionamento com Paulo só parecia conseguir alcançar pontos baixos nos últimos tempos.

Talvez fosse hora de cultivar novas experiências.

O acordo proposto pelo advogado do ex marido, sim, já começaria a pensar nele desta forma. Era uma acordo desproporcional e totalmente tendencioso, a favor de Paulo.

- No fim das contas, você estava certa – Sussurra revirando os olhos brevemente, lembrando-se da dona dos olhos azuis esverdeados mais inebriantes e odiosos que já conhecera. Aquela intensidade azul poderia devorar.

No domingo a noite, se reuniu na sala de jantar com os filhos e Paulo. E tiveram a conversa.

Com todo cuidado. Com todo carinho e oferecendo todo o suporte necessário para que os filhos compreendessem o que aquilo significava para a família deles. Que ela não iria se extinguir, mas ganhar uma nova configuração.

Foi uma conversa difícil, vinda de uma decisão difícil, em prol de um bem maior.

(...)

Na mesma semana da conversa com os filhos, Paulo se mudou.

Um caso novo havia surgido na delegacia e mais uma vez, Verônica Se via descordando dos posicionamentos da delegada.

Ao ponto que, interrompeu o interrogatório, direcionando uma pergunta ao jovem homem acuado em sua cadeira.

Anita a encarava como se pudesse matá-la, mas Verônica não se importava realmente.

Se direcionava até sua mesa minutos depois quando ouviu passos apressados atrás de si. Só teve tempo de sentir o perfume forte seguido do aperto em seu braço enquanto era arrastada até a sala de Carvana.

- Mas o que é isso...

- Dá pra você ensinar essa escrivã que existe uma hierarquia a ser seguida? – Gritava.

- Anita...

- Fala direito comigo, porra - Verônica se solta do aperto.

- A vontade que eu tenho é de te matar. Quando você vai perceber o seu lugar?

- Ele visivelmente não é o suspeito. Se contradizeu durante o interrogatório.

- Foda-se. Isso não é problema meu. Ele confessou. Temos um suspeito. Uma confissão. E um caso encerrado.

Carvana olhava de uma para outra se perguntando se deveria intervir ou não.

- É problema de quem então, hein Anita?

- Pra você é delegada – Dá um passo a frente empurrando Verônica pelos ombros com a ponto de seu indicador – Você não tem... Sei lá, um divórcio pra cuidar?

Verônica sente o sangue ferver ao ser tão exposta, indo pra cima de Anita com tudo que tinha e a empurrando.

O corpo da delegada bate contra a parede em um baque surdo e Carvana desta vez intervém rapidamente quando a loira já se preparava para devolver.

- Parem com essa merda!

- Vê se controla a sua cria, Carvana – Grita, tentando avançar novamente, mas o braço do homem a impedia – Controla a Sua cria – Grita destilando ódio, saindo dali como uma água em ebulição, sendo conduzida pelo aquecimento do fogo que corria em suas veias.

Senses - VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora