CALL GIRL (Camren G!P)

Cap 8

Karla Camila C.

As vezes situações ruins são as melhores saídas na vida de alguém. Mesmo que tenha diversas consequências no meio do caminho.

Lembro que quando era pequena, tinha manias repetitivas de utilizar laços grandes na cabeça, a menina de melhor nota da sala, obediente , prestativa e atenciosa, respeitosa e que sempre andava na linha pra agradar e ser boa o suficiente para meus pais.

Lembro-me que quando meu pai faleceu, minha mãe que nunca foi de tantos amores por mim, arranjou um marido novo em questão de meses, e com apenas 13 anos, sofri um quase abuso do homem que se era meu padrasto, e após tentativas de contar a verdade a minha mãe, obviamente falhas, ela me colocou pra fora da nossa própria casa, sem dó e nem piedade, falando que eu quem me jogava para os braços do homem dela.

O quão deprimente isso é, certo?

A lembrança de ter passado dias na rua com medo e assustada, eram vivas demais em minha mente. Não tinha amigos e nem pessoas com quem pudesse contar para ter ajuda.

Conheci Candace após 2 meses do acontecido, a mulher me tirou de Miami para uma cidade ao lado da grande Nova York, pra cuidar de mim, me acolher e mesmo em meio a tantas loucuras que um cabaré pode me parecer, eu soube superar os acontecimentos de acordo com o passar dos anos, e me adaptar melhor do que eu esperava.

Flash on.

-Hoje é seu aniversário de 18 anos querida. Tenho a maior felicidade de começar a te incluir nos negócios.-Candace falou feliz com uma taça de champanhe na mão, e sorriso largo ao rosto, suspirei nervosa.

-Eu me sinto nervosa. Que tipos de homens irão me ver?-Perguntei respirando fundo.

-Não se preocupe querida. Você é meu diamante.. apenas os melhores tocaram em você.-Ela falou sorrindo tocando em meu queixo, olhando para meu corpo que já usava uma roupa um pouco chamativa e curta.-Camila.. você será a mais desejada.. você será a mais comentada..

A verdade, é que no fundo, não era meu sonho ser conhecida como uma a prostituta mais desejada de uma cidade.

-E veja bem.. mostre que você quem manda, não se esqueça que os homens se ajoelham pra você, não você quem se ajoelha para eles.-Ela falou piscando pra mim.

-Sim senhora.-Falei respirando fundo e assentindo, lembrando de seus ensinamentos a mim.

Flash of

Esse havia sido o dia a qual eu tive minha primeira vez como prostituta. A primeira vez a qual me entreguei para um homem desconhecido que me falava coisas sujas e me fazia a me sentir suja ao final da noite. Não sabia se por ele não ter sido o único ou pela forma a qual havia me sentido de fato.

Eu me sentia na posição de não ser ingrata, de não me virar as costas quando ela havia sido a única a me acolher e me tirar das ruas aonde eu sofria tanto perigo sendo apenas uma criança e não tendo mais ninguém.

Com o passar dos anos, como prostituta. Eu aprendi a gostar do que eu fazia, aprendi a gostar de ser cortejada e desejada, aprendi a gostar de ver pessoas se matando , literalmente, só pela oportunidade de estar comigo.

Mesmo que as vezes, a sensação de querer viver algo melhor, fosse gritante dentro de mim, sempre que eu escrevia histórias de amor, que eu sabia que jamais se aplicariam em minha vida.

Flash on

-Karla. Se prepare para a noite , a casa está cheia.-Candace falou, suspirei sentindo meu corpo doendo e meu corpo queimar em febre, ela franziu o cenho ao me ver embaixo do cobertor, suspirando.-O que houve Camila ?

-Estou doente, essa manhã acordei indisposta.-Falei me sentando a cama com esforço, devido a dor em meus músculos.

-Como falei querida, a casa está cheia, lave o rosto e se vista. Tem 10 minutos, mandarei um dos seguranças te trazer um medicamento, isso é só uma bobagem.-Ela falou piscando pra mim.

-Candace , não estou bem. Preciso não trabalhar essa noite.-Falei com suspiro, ela deu um sorriso irônico, entrando de vez ao quarto e fechando a porta, com as mãos na cintura e pensamentos circulando por sua mente.

-Acho que não entendeu, não foi um pedido, Karla. -Ela falou dando de ombros, suspirei.

-Mãe , não estou bem. -Apelei para um tom carinhoso, com a garganta queimando em ardência.

-Não sou sua mãe, sou sua dona.-Ela falou se sentando a ama e quase a minha frente.-Não me desobedeça, você sabe que não me agrada. De vista e faça seu trabalho.. faz o que eu estou mandando, sabe que eu não fico legal quando me irrito.

-Certo Candace.-Falei engolindo em seco e pressionando meus lábios.-Em 10 minutos estarei descendo.

-Boa menina.-Ela falou sorrindo tocando em minha mão e levando aos lábios para um beijo e soltando uma piscadela pra mim.-Gosto assim.

Flash of.

A realidade, é que pra Candace, eu era um grande e repleto investimento quando ela me pegou nas ruas, apenas uma merda de um investimento, sabendo que algum dia quando eu estivesse mais velha, eu encheria seus bolsos, com seu verdadeiro amor, o dinheiro, e bem, ela sabia e tinha certeza de fato.

Eu era realmente, o seu diamante.