O carro virou de ponta a cabeça e o caminhão, depois de causar o acidente, parou assim que se chocou com uma árvore. Dali e Jeong-ho que estavam no carro de trás, conseguiram desviar, batendo também em um tronco de árvore afastado, mas não tiveram ferimentos graves.
Vanessa abriu os olhos, mas os fechou quando sentiu uma dor na cabeça. Ela levou a mão até a testa e sentiu um líquido pegajoso. Então, trouxe o dedo para frente dos olhos e percebeu que era sangue. Depois virou para o lado e viu que Gustavo estava desacordado, seu braço esquerdo sangrava e um pedaço de vidro estava grudado no local.
— Gustavo... — sussurrou. Ela destravou o cinto de segurança e inclinou o corpo para o lado. Em seguida, com as mãos trêmulas, alisou o rosto tranquilo e pálido do médico. — Gus... Gustavo... Você não pode... — disse, pausadamente, enquanto chorava. — Você não pode me deixar. Diga alguma coisa, nee?
Vanessa usou os dedos para segurar seu rosto, em busca de ferimento, mas fora o braço, não tinha ferimentos graves. Apenas arranhões, assim como o dela — que foi na cabeça.
— Ele vai ficar bem, ele vai... — sussurrou.
Então, usou dois dedos — indicador e médio — para encostar na artéria do pulso dele. Em seguida, olhou para o próprio relógio e começou a contar os batimentos. Estava normal e a coreana respirou aliviada. Ela voltou a atenção para o braço que sangrava, precisava parar o sangramento até que chegassem ao hospital. Era isso ou o Gustavo morreria ali mesmo. Por isso, tirou o moletom que usava, o rasgou e fez uma espécie de lenço. Com cuidado, passou o pano ao redor do braço dele, um pouco afastado do vidro. O sangue ainda saia, mas era em menor quantidade.
— Ele vai ficar bem, — disse, fungando.
Os olhos vermelhos de tanto chorar mostravam como estava preocupada com o acidente. Afinal, suas ferramentas de trabalho eram as mãos, e naquele momento, um vidro de cinco centímetros estava cravado na pele dele. Além de se preocupar com o fato dele sair vivo, ainda ficava apreensiva por ele — quem sabe — nunca mais poder atuar como médico cirurgião.
— Vanessa! — Jeong-ho gritou, parando ao lado do buraco que antes havia o vidro da janela. O médico passou os olhos pelo interior do carro e viu o braço sangrando do amigo. Depois, olhou para o carro que bateu na árvore. — Dali, e a ambulância?
A coreana estava mais afastada do acidente, próxima à luz do farol do carro. Ela era a pessoa que menos tinha se machucado, ficando com poucos arranhões e isso foi bom, pois conseguiu ligar para pedir socorro.
— Estou falando com eles agora! — gritou, tirando o celular do ouvido. — Mas parece que vão demorar.
— Aish! — Jeong-ho resmungou, soltando o ar pela boca. — Ligue para meu guarda-costas. Ele está em um hotel próximo daqui. Com certeza chegará mais rápido!
— Nee! — confirmou com a cabeça. — Nee... — disse, voltando a falar com a atendente do hospital. — Por favor, venham logo!
— Oppa... — Vanessa sussurrou, chamando a atenção do melhor amigo.
Jeong-ho podia ver o medo em seus olhos e respirou fundo. Sabia que Gustavo amava Vanessa e faria de tudo por ela. Com a coreana era igual. Eles passaram por muitas coisas desde que se conheceram, e mesmo assim, o amor que sentiam um pelo outro não mudou. Por isso, Jeong-ho quis que tivessem um final feliz, não podiam acabar daquele jeito.
— Ele não vai morrer — respondeu, com firmeza. — Vanessa, olha pra mim — assim ela fez. Jeong-ho sustentou o olhar e disse, pausadamente: — Ele. Não. Vai. Morrer.
Os olhos de Vanessa se encheram de água. Ela pressionou os lábios e segurou na mão de Gustavo — que não foi machucada. Em seguida, virou para Jeong-ho e disse:
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Woori - Caminhos Novos - Série Médicos Do Fim
Tâm linhVanessa Kim é uma estudante Sul Coreana que está quase se formando na escola. Ela é a única herdeira de um império de conglomerados coreano, mas, por ser filha única, carrega o peso da perfeição. Por essa razão, a coreana passa metade da infância mo...