Capítulo 15 - Por favor, appa

11 1 0
                                    

Depois de passar tempo com Gustavo, Vanessa se sentiu mais tranquila. Não que ele fosse a fonte de sua paz, mas Deus sempre o usava para fazê-la se sentir bem.

No dia seguinte, eles marcaram de se encontrar de novo para se exercitar, mas amanheceu nevando e os dois resolveram cancelar os planos. Mas, ela passou a manhã inteira tocando o botão que ficava na traseira do aparelho, e Gustavo sabia que ela sentia sua falta. Foi assim que metade do dia passou, então Vanessa precisou sair para se encontrar com Jeong-ho, o promotor e advogados.

— Estamos com uma bomba nas mãos, sabem disso? — O promotor Song disse, depois de jogar os papéis na mesa. — Não sei se posso fazer isso. Eles não vão ficar quietos se descobrirem que estamos denunciando.

— Eu sei — dessa vez, Jeong-ho argumentou. — Mas se não fizermos nada, quando isso vai parar? Temos provas, é só abrir um processo.

— Eu tenho duas filhas e uma esposa para cuidar — um advogado comentou, ele era o mais experiente do grupo. — Não vou me meter nisso. Estou fora.

Mwo? — Vanessa ficou chocada.

O advogado Cang ficou em pé, fechou sua pasta e disse:

— Não posso te ajudar nisso, senhorita Kim. — Fez uma reverência. — Sinto muito. Prefiro manter minha família em segurança.

Ele saiu da sala sem olhar para trás.

Sobraram mais dois advogados, senhor Park e Lee. O advogado Park era o mais novo na área, se fosse comparado a experiência dos outros. Já o promotor Song, estava na casa dos cinquenta anos e era amigo da família de Vanessa. Ele não fazia ideia do que estava acontecendo na Coreia do Sul, ficou boquiaberto assim que leu os documentos.

— Sabem que isso é sério? — Vanessa falou, ficando de pé. Depois, olhou para os advogados e promotor. — Também estou com muito medo, morrendo de medo. Tem alguém que amo muito e quero proteger, mas não posso viver como se nada estivesse acontecendo. Vocês viram as fotos das crianças, das mulheres sendo abusadas, dos idosos em casas minúsculas trabalhando para comer um pão por dia! Eles são nossa família. Em primeiro lugar, a ORGANIZAÇÃO sempre escolhe fazer esse tipo de atrocidades com nosso povo. Os que mais sofrem são os Sul coreanos. O mesmo sangue que corre nas veias corre em nós. Conseguem mesmo dormir, sabendo que aquele senhor de idade, que deveria estar aproveitando seus últimos dias, precisa trabalhar pra comer um pão?

Eles ficaram calados, refletindo sobre o que era dito.

— Entendo que estão com medo, é loucura ir contra a ORGANIZAÇÃO, mas se não fizermos, quem fará? Por favor, vamos confiar que Deus está ao nosso lado e que a morte de Yung-ji não foi em vão. Ele lutou por essas provas. Eu não vou desistir e se alguém quiser, saia junto com o advogado Cang — ela se sentou depois de falar.

Os que estavam lá ficaram quietos, ainda ponderando. Mas, Jeong-ho resolveu quebrar o silêncio e disse:

— Eu não vou desistir, pode contar comigo. — sorriu para a melhor amiga. — Estou com medo, mas não posso continuar vivendo mesmo sabendo o que está acontecendo.

— Bem, se esses jovens estão dispostos a lutar, tenho que ir. Preciso dar exemplo, nee? — O promotor falou. — Estou com vocês, mas tenham em mente que estamos mexendo em um aquário com tubarões brancos, dispostos a nos comer vivos.

— Deixe que venham — Vanessa retrucou, sorrindo de canto. — Vamos descobrir quem tem mais poder, Deus ou a ORGANIZAÇÃO.

— Já que vocês vão, também quero participar. Sou novo e acabei de me formar, mas gosto de uma adrenalina. — Advogado Park disse.

Woori - Caminhos Novos - Série Médicos Do FimOnde histórias criam vida. Descubra agora