Capítulo 27 - A flor podre

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Vanessa pensou em dar meia volta, afinal de problemas já estava cheia. Porém, o guarda-costa a viu parada na porta e pediu que ela pegasse os óculos de realidade virtual.

— Você enlouqueceu? — Yeong-gi gritou assim que viu o avatar de Vanessa aparecer. — Quer estragar tudo que faço, Nari? Qual é a droga do seu problema?

A coreana encolheu os ombros.

Aish... — ele gritou, andando de um lado para o outro. — A garota sobreviveu, Ji-hoon?

— Não sei, senhor...

— Nari, a garota está viva?

Ela ficou calada, tentando entender o que estava acontecendo. Não conseguia acreditar que o próprio pai foi capaz de mandar matar uma criança doente, alguém que nem podia se defender. E tudo isso para quê?

— Nari!

A coreana piscou algumas vezes, voltando aos sentidos, e sussurrou:

— Não... ela morreu — engoliu em seco.

— Ótimo, ótimo...

Ótimo? Vanessa pensou, arqueando as sobrancelhas. Ela soltou o ar pela boca e fechou as mãos. Como assim a morte de alguém pode ser ótimo?

— Me escute muito bem, Nari... Se você pensar, se só pensar em estragar meus planos eu nem sei o que posso fazer! Então me obedeça e não fique no meu caminho, entendeu? — gritou, enquanto andava de uma lado ao outro, deixando a veia do pescoço alterada.

Ela engoliu em seco, de novo.

Uma ameaça? Yeong-gi era capaz de machucar a própria filha para que seus planos fossem bem sucedidos? A resposta foi dada no passado, quando ele enviou a filha para longe só porque a mesma caiu no ranking escolar.

— O que você quer que eu faça? — ela disse, respirando fundo.

A coreana tinha um plano, e ele consistia em destruir para reconstruir. Era loucura enfrentar o pai sozinha, mas ia tentar mesmo sabendo que tinha 99% de chances de errar.

Ah... agora você quer obedecer? Como conseguiu destruir meus planos? Pare de ser inútil, Nari. Eu já te falei que os mais inteligentes vencem mais rápido! Pensa que não sei que você anda por aí como uma derrotada?

Vanessa olhou para o novo guarda-costas, com raiva. Ele era o pior de todos os guardas-costas que já teve.

— Não adianta ficar com raiva — Yeong-gi retrucou. — Eu te enviei para o Brasil com um objetivo e você tratou de estragá-lo. Então tente não arruinar tudo de novo...

A coreana, nesse momento, percebeu que se não podia vencer o inimigo, precisava fingir que se juntou a ele. Assim, descobriria o ponto fraco para vencê-lo. Então, escolheu assim o fazer, mesmo sendo um péssimo plano.

— Me dê outra chance, appa... — falou, ficando de joelhos. — Eu vou dar meu melhor. Me diga qual é a próxima etapa que eu mesma farei. Por favor, appa, me dê outra chance?

Yeong-gi ficou em silêncio, analisando a proposta que foi feita e depois, falou:

— Ji-hoon, entregue a ela — ele sentou na cadeira do seu escritório.

O guarda-costas estendeu uma corda de um metro. Era uma corda grossa e se bem usada, podia fazer um estrago.

— Se me lembro, você aprendeu a usar isso. Então agora vai me recompensar pelos anos que deixei você se juntar com aquele bando de crente escoteiro marchando.

Woori - Caminhos Novos - Série Médicos Do FimOnde histórias criam vida. Descubra agora