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Ele não apareceu no outro dia, mas Nathalie não se incomodou da maneira que pensou que faria.

Se contentou com televisão do quarto e suas redes sociais, o som dos motores do lado de fora e a comida que pedia.

Pensou bastante sobre o que aconteceu ontem.

Pela primeira vez, Nathalie faria de bom grado algum pedido de Oscar.

Parte disso era porque amava correr, mas se sentiu incrívelmente idiota por saber que a maior parte disso se dava por conta da promessa de Oscar.

Queria outro beijo.

Uau, onde já se viu querer melhorar para beijar um garoto idiota? , Ela se punia mentalmente.

E ao mesmo tempo, seu corpo ficava leve ao lembrar da sensação dos lábios deslizarem, desejosos. Estava balançando entre o ódio e o estranho desejo que sentia por ele.

Não deixava de se sentir uma boba por desejar alguém que odeia, alguém que era seu rival.

Assistia uma sitcom ruim na televisão do quarto, apesar de constantemente aumentar o volume para escutar em meio ao barulho dos motores.

Queria estar lá, dentro do seu carro, não pensando em nada além do primeiro lugar. Sentia a dependência da adrenalina que vibrava o seu coração toda vez que direcionava a sua força nas curvas, cerrava os olhos nas retas, e a energia feliz à cada ultrapassagem.

Detestava ficar no quarto, mesmo sabendo que estava lá devido aos riscos do trabalho que fazia. Mas nenhum risco faria Nathalie deixar de amar as corridas.

Então ela obedeceu as ordens médicas e se comportou como uma boa paciente, só para que pudesse estar em alta velocidade novamente.

Era uma troca justa.

...

Oscar não apareceu, e Nathalie concluiu que o que aconteceu ontem não passou de algo fútil.

Claro, como poderia esperar qualquer outra coisa?

Não é como se um beijo idiota fosse mudar a relação dos dois, e ela seria idiota se pensasse o contrário.

Estava sendo idiota por esperar que Oscar fosse lembrar da garota em algum momento. De certa forma, era o que Nathalie precisava para voltar com a raiva habitual que tinha por ele.

Confundia ela da maneira mais intensa, então seria mais fácil odiá-lo da maneira que sempre fez.

Adormeceu no fim do dia, se recusando a pensar sobre isso e garantindo que amanhã seria o seu grande dia. Sem brigas fúteis, sem garotos idiotas.

Nathalie Raikkonen ganharia a porra daquela corrida.

Sua assistente apareceu no início da manhã, e Nathalie já estava de pés e roupas trocadas, secando o cabelo no espelho do banheiro.

— Se sente bem? — Sabrina pergunta, apanhando a escova na pia e penteando o cabelo da garota.

— Radiante. — Nathalie sorri.

Sabrina balança a cabeça, dando uma olhada na perna da Raikkonen.

— Vai usar uma mini saia? — Ela pergunta.

— Ninguém vai reparar nessa cicatriz enquanto minhas belas pernas estiverem de fora. — Ela fala. — E é só por um momento, me recuso a passar calor horss antes da corrida.

⋆ 𝐋𝐎𝐕𝐄 & 𝐖𝐀𝐑 - OSCAR PIASTRI.Onde histórias criam vida. Descubra agora