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Nathalie não tentou resistir aos puxões de Oscar para longe de onde estavam. O garoto esboça uma raiva intensa, logo ela pensou que ele teria uma síncope se contasse o que talvez poderia acontecer hoje, logo após a corrida.

— Porra, Nathalie. — Ele reclamou, fechando a porta, sem antes checar se o corredor estava vazio.

Ela ficou em silêncio, mal acreditando que estava novamente em uma sala com o seu, até então, rival. E dessa vez, era por um motivo ainda pior.

Não sabia se lidava com o fato de ter contado algo tão pessoal, — que, na verdade, ela não precisou contar exatamente. Ele deduziu com facilidade. — ou se pensava nos segundos anteriores, quando seus dedos tocavam a pele dela, como um carinho involuntário.

Não pensaria no último fato, não por agora. Ela pediu aos deuses para que não estivesse mais vermelha.

— Ele está batendo em você? — Oscar perguntou, segundos depois do silêncio não intencional de Nathalie.

O tom de voz dele era forte e acusador, e ela se sentiu um bichinho frágil com toda a imposição sobre ela.

— Foi só uma vez! — Ela respondeu, irritando-se outra vez.

— "Só"? — Ele debocha do jeito simplista que ela diz.

— Eu não sei dizer exatamente como foi. — Ela vira de costas para Piastri. — Ele me empurrou, e eu bati contra a mesa da cozinha.

Ele pisca, vendo ela puxar a barra da camisa laranja para cima. Ele engole em seco, não só pela atitude repentina da garota, mas também por dois hematomas quase roxos na base de suas costas.

— Ainda dói? — Ele estende o dedo para tocar, suavemente, a mancha lilás.

Nathalie emite um ruído baixo com o toque na pele sensível. Morde os lábios, por instinto.

— Um pouco.

— Quando foi?

— Um dia depois do jantar. — Ela fala, pronunciando cada palavra com vergonha. — Ele tinha as chaves de casa, e apareceu de surpresa.

Oscar não quis deixar a raiva que sentia transparecer. Nem ele mesmo sabia porquê sentia essa raiva, mas algo protetor em relação à Nathalie o fez sentir assim.

— E talvez ele tente alguma coisa hoje. — Ela murmura. — Esse é o problema, ele sempre vai saber onde estou.

— Você tem que ficar longe dele sempre que conseguir, então. — Ele tira o dedo da mancha, desviando o olhar teimoso da cintura fina que, por pouco, não teve hematomas também.

— Mas como? — Ela abaixou a camisa, virando para Oscar, constrangida. — Não posso simplesmente sair contando que estou com medo do meu ex namorado. Vão especular.

Oscar encara o rosto ainda mais vermelho da garota baixa na sua frente.

Ele pensa por um momento, lembrando das vezes que viu Nathalie com Cole. Ele parecia um cara normal, exceto pelas vezes em que ele parecia ficar consumido por estresse toda vez que Nathalie conversava despretensiosamente com alguém. Além das vezes em que esse mesmo estresse, junto de impaciência, se mostravam presentes quando Nathalie era congratulada ou valorizada pelo seu esforço e resultados.

— Fique perto de mim. — Ele fala.

— Ele não vai entender isso bem, e com certeza...

— Isso é problema dele. — Interrompe. — Não saia de perto de mim, Raikkonen, nem na pista, quando as luzes apagarem.

— Nisso eu vou ficar te devendo, infelizmente vou estar muito na frente. — Ela lança um sorriso brincalhão.

Sorriso que fez Oscar esquecer, por um momento, da raiva que corria por si. Ele se perguntou como ela conseguia manter o bom humor e a personalidade divertida até mesmo em momentos assim.

⋆ 𝐋𝐎𝐕𝐄 & 𝐖𝐀𝐑 - OSCAR PIASTRI.Onde histórias criam vida. Descubra agora