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Nathalie conteve o choro que se instaurava na garganta. O silêncio durou poucos segundos, até que Oscar começa.

— O que passou na sua cabeça em ir sozinha pro estacionamento? — Oscar falava, irritado ao extremo.

— Eu não pensei que ele ainda estaria ali. — Ela explica. — E eu não acho que...

— Ele iria machucar você, porra! — Ele aumenta o tom, parecendo completamente enlouquecido com a ideia.

Ela se recosta no banco, ainda atônita com toda a situação. Uma falta de fôlego ameaçava desregular sua respiração. Ela leva as mãos aos olhos, querendo cancelar o dia se pudesse.

— E agora você está machucado por minha causa. — Ela resmunga, chorosa.

Oscar trata de se recompor ao ver o choro ameaçar o rostinho delicado de Nathalie, que minutos atrás estava em completo pânico.

— Ele poderia fazer sabe Deus o que com você, e você está se lamentando pela minha mão? — Oscar debocha em um tom engraçado, confundindo a garota chateada. — Uau, Raikkonen, cinco segundos de vantagem pela empatia.

Ela dá um meio sorriso, mas ainda com as feições abatidas ao olhar a mão machucada nas falanges dos dedos.

— Pare de olhar, não foi nada.

Ela assentiu e olhou a janela durante todo o caminho, calada por longos minutos. A visão de Nathalie daquele jeito fazia algo com Oscar. Ele vislumbrou o que parecia ser uma lágrima, escorrer o rosto vermelho.

Agora ele se perguntava onde estaria a garota que sorriu para ele, horas atrás, com bochechas rosadas e orbes azuis brilhantes. Esta foi a primeira vez que a garota, conhecida por tagarelar mais do que qualquer pessoa que conhecia, ficar calada por tanto tempo.

Se manifestou apenas quando chegaram na frente da casa dela, e ele foi obrigado pela mesma a entrar.

— Espere aqui. — Ela pede, ao chegarem na cozinha.

Nathalie sai em passos curtinhos, e desaparece na casa grande.

Oscar observa o local, tudo muito arrumado e variado em tons de branco e creme, apenas para que a varanda repleta de plantas tivesse total atenção.

E ela reaparece, em questão de trinta segundos, com uma caixa cinza de plástico.

Oscar, recostado no balcão da cozinha espaçosa, a observou abrir a caixa repleta de analgésicos, gaze e outros apetrechos de primeiros socorros.

Ela retira um pedaço de algodão e soro, e fica na frente dele, olhando o rosto calmo de puxar a mão machucada para perto.

O toque entre peles sempre causava um arrepio estranho em Nathalie, e uma faísca desconhecida em Oscar. Que, por sua vez, não rejeita a tentativa de Nathalie em consertar a sua mão.

Ela toca o algodão embebedado em soro nos machucados, tirando um ruído reclamão dos lábios de Oscar. Ele aperta os dedos sobre a mão dela, enquanto o soro ardia sobre as falanges.

— Me desculpe. — Ela murmurou, arrastando o algodão com mais suavidade.

— Pelo quê?

— Por ter lhe envolvido nessa bagunça. — Ela embebeda mais um algodão, dessa vez afim de realmente limpar ao invés de só retirar o sangue seco do local. — Deveria ter lidado com isso sozinha, eu deixei ficar sério.

— Não tem que se desculpar por não conseguir controlar um psicopata. — Oscar argumenta, fitando o rosto concentrado da garota na sua frente. — E antes que comece a defendê-lo, ele realmente parece um psicopata. Você deve ser ainda mais louca por ainda ter empatia com esse cara.

⋆ 𝐋𝐎𝐕𝐄 & 𝐖𝐀𝐑 - OSCAR PIASTRI.Onde histórias criam vida. Descubra agora